Tony Ramos transpira sabedoria e amor pela profissão. Com 55 anos de carreira, o ator é uma máquina de produzir e nem cogita parar. Somente este ano, ele integrou o elenco de dois folhetins, sendo o mais recente a nova novela das 9h, O Sétimo Guardião. Na trama, ele interpreta Olavo, um homem rico, pragmático, materialista, irônico e um excelente pai de família.
Em papo com o site HT, o ator ainda negou uma possível rixa na classe artística com o fim das eleições. “É mentira! Nós, atores, estamos de braços abertos para aceitar ideias diferentes das nossas. Isto é burrice. Quem quis apoiar A ou B será recebido da mesma forma. Ninguém tem direito de criticar quem votou no partido vencedor. Não inventaram nada melhor do que a democracia e o melhor democrata é aquele que aceita o resultado das urnas. Vida que segue. Acredito no Brasil, moro aqui e não tenho casa no exterior. Quero que o país dê certo para os meus filhos e netos e os trabalhadores brasileiros. Este é o meu sonho. Quem ganhou foi por vontade popular, então, respeitemos. Isto é democracia”, afirmou. Vem conferir a entrevista inspiradora com um dos atores mais reconhecidos e amados na história da dramaturgia brasileira!
Assim que leu os primeiros 12 capítulos de O Sétimo Guardião, Tony Ramos ligou para o diretor Rogério Gomes comemorando a qualidade do trabalho que tinha em mãos. A novela das 9h é a primeira ao lado do escritor Aguinaldo Silva. “Sempre o admirei. Conheço o Aguinaldo como jornalista desde os anos 70. Sempre achei maravilhosa a sua coragem, ousadia e inteligência. É um homem muito culto. Gosto de como ele consegue observar os brasileiros e retratá-los com humor e sagacidade”, salientou. Eles, aliás, nunca haviam conseguido trabalhar juntos devido à falta de tempo, de acordo com Tony. “A culpa é minha, confesso. Tenho uma agenda muito complicada, gosto muito de trabalhar. Nesta altura, posso pedir para descansar por seis meses, mas não tem como fazer isto recebendo textos tão bacanas como o dele”, garantiu.
O folhetim comemora a volta do gênero literário realismo fantástico, no entanto o personagem de Tony Ramos, Olavo, acaba sendo um pé no realismo absoluto ao se mostrar como um cara cético. Apesar desta dicotomia entre ficção e realidade, o folhetim acaba espelhando temas latentes na nossa sociedade como a escassez de água, já que a fonte é o bem mais precioso da cidadezinha na qual a trama se passa. “A novela não tinha uma pretensão de questionar, propriamente dito, os recentes acontecimentos do país, afinal, a trama já está sendo pensada há mais de um ano. De qualquer forma, acaba coincidindo com este momento, porque a telenovela tem a possibilidade de discutir a realidade e colocar elementos fantásticos ao mesmo tempo. O espectador poderá fazer os dois em O Sétimo Guardião. O folhetim é uma identidade nacional que discute humanidade, amor, paixão e ganância que estão presente no nosso cotidiano”, explicou.
Apesar de exalar sabedoria, Tony Ramos nunca foi um ator que gostou de expor a sua opinião sobre temas polêmicos, inclusive, no campo da política. Apesar de vivermos em um momento no qual o público exige saber a opinião dos artistas, o galã prefere guardar as suas impressões para si. “Não gosto de subir em um palanque e expor a minha opinião. Isto não tem nada a ver com estar em cima do muro. Sou um ser político, mas nunca usei da minha notoriedade para fazer política. Converso com as pessoas ao meu redor sobre isto, porém não quero induzir ninguém a nada”, salientou.
Com uma agenda sempre lotada, Tony Ramos está se dedicando exclusivamente à novela neste momento. Além da trama, o artista ainda integra o elenco do filme 45 do Segundo Tempo, de Luiz Villaça, que entra em cartaz em janeiro de 2019. Com o fim destes dois projetos, os planos do profissional é tirar umas férias curtas ao lado de sua mulher, Lidiane Barbosa. “Quero pegar esta moça e viajar pelo mundo”, brincou.
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