*Por Alessandro Martins
Existe uma cirurgia estética que vem ganhando cada vez mais adeptos: o rejuvenescimento do “olhar”. Mas como assim? Ele é composto, basicamente, por três elementos: sobrancelhas, pálpebras superiores e pálpebras inferiores. É muito importante destacar a importância de cada um desses componentes na construção da beleza do olhar. Temos sobrancelhas e olhares superfamosos que marcam muito os pacientes por conta das mídias e dos filmes, o que o quanto são importantes. Durante o período da pandemia, com a utilização das máscaras, percebemos como as pessoas se comunicavam pelo olhar. Víamos a beleza dos rostos através dos olhares.
Entre os pacientes, há os que conseguem posicionar melhor suas sobrancelhas apenas com a utilização do botox (toxina botulínica), que tem resultados incríveis não apenas na função de atenuar e prevenir as rugas de expressão, mas também no reposicionamento da cauda dos supercílios, ou seja, da cauda das sobrancelhas. Mas, para que isso aconteça é preciso ter uma musculatura da testa que proporcione a elevação da cauda da sobrancelha.
No entanto, alguns pacientes, mesmo jovens, não possuem essa musculatura tão desenvolvida. Por mais que se utilize a toxina botulínica, a desejada elevação não é conquistada. Esses casos podem ser estruturais, genéticos – é comum dizerem que os pais ou os avós tinham sobrancelhas caídas. Essas pessoas têm estruturas anatômicas em posições um pouco mais baixas ou com a musculatura mais fraca na porção lateral da testa.
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Para elas existem cirurgias que têm por função reposicionar a cauda do supercílio. Há procedimentos simples, como a passagem de fios de sustentação, que têm resultados interessantes mas, por vezes, muito fugazes; técnicas mais invasivas, como a que promete posicionar os supercílios numa posição adequada; técnicas cirúrgicas com incisões maiores, que, normalmente, se posicionam na região do couro cabeludo, em que liberamos o tecido da testa na tentativa de elevar a cauda do supercílio; e até a mais antiga de todas as cirurgias de posicionamento do supercílio, que é tirar um fiozinho de pele em cima da sobrancelha, deixando uma cicatriz na testa que, com o tempo, principalmente em pacientes um pouco mais idosos, tem um resultado estético interessante, porque as cicatrizes podem evoluir muito bem.
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Saindo da região das sobrancelhas, vamos para as pálpebras superiores. É muito comum o paciente chegar perguntando sobre bleforoplastia (cirurgia estética que remove a pele enrugada e caída das pálpebras). É comum, também, a queixa, em mulheres, de não estar conseguindo se maquiar ou de a pele estar incomodando o campo visual. A pálpebra superior tem dois componentes que podem ser tratados. Um é o excesso de pele e o outro é a presença de bolsas de gordura. Pacientes jovens por vezes têm bolsa de gordura e não têm excesso de pele; pacientes idosos podem ter pele e não ter excesso de gordura. O mais comum, entretanto, é uma associação de pele com bolsas de gordura.
Esse tratamento pode ser feito tanto em homens como em mulheres. Alguns, quando a pele realmente compromete o campo de visão superior, podem até ter essa cirurgia parcialmente coberta pelos seguros de saúde. É importante que a gente tenha um supercílio na cauda de sobrancelha bem posicionada antes de mexer na pálpebra superior, senão a tração da pele, as ressecções excessivas de pele da pálpebra superior, acabam puxando as sobrancelhas cada vez mais para baixo. Daí a importância de essas estruturas serem sempre tratadas em conjunto.
Após a pálpebra superior, temos a inferior. Assim como na superior, há pacientes com excesso somente de pele, outros com excesso apenas de bolsa e, ainda, a associação dessas duas alterações. A cirurgia da pálpebra inferior é um pouco mais delicada que a da superior. Temos que evitar qualquer tipo de complicações cicatriciais pós-operatórias que podem levar a uma complicação chamada ectrópio, que é quando o paciente tem um acúmulo de composição um pouco caída. (A pálpebra se dobra para fora e sua borda não entra em contato com o globo ocular. Normalmente, as pálpebras superior e inferior se fecham com firmeza, protegendo o olho e evitando a evaporação das lágrimas).
É importante levar em conta a estrutura de sustentação da pálpebra. A remoção da quantidade de pele da pálpebra inferior deve ser sempre menor que a desejada, para contarmos com as alterações cicatriciais e o tratamento das bolsas, que são muito comuns tanto em homens como em mulheres, deixando o olhar pesado, a sensação de que a pessoa está sempre cansada.
Falando sobre pálpebra inferior, outra coisa de que nos lembramos são as olheiras. Existem dois tipos de olheiras: as que são pigmentadas e profundas e as que têm apenas o sulco da pálpebra inferior profundo. Nos pacientes que têm o sulco profundo, às vezes é necessário adicionar alguma técnica de preenchimento para melhorar a profundidade e camuflar as olheiras. No entanto, quando também há pigmentação, o tratamento é um pouco mais difícil, com associação de laser, ácido e várias outras técnicas dermatológicas e de cosmiatria que podem auxiliar a essa coloração da pálpebra inferior e até a algumas micro pigmentações.
LEMBRE-SE
1- O olhar é composto por três elementos: sobrancelhas, pálpebras superiores e pálpebras inferiores.
2- Uma boa posição do supercílio muitas vezes é obtida apenas com toxina botulínica, mas há casos de alterações estruturais em que isso não é possível.
3- Antes de mexermos na pálpebra superior é importante termos um supercílio bem posicionado para não trazê-lo cada vez mais para baixo, prejudicando, assim, a beleza do olhar.
4- Pálpebras inferiores são tratadas tanto em pacientes jovens como nos mais idosos e deve-se ter muito cuidado com a sustentação da pálpebra para não haver complicações pós-operatórias.
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