Dr. Alessandro Martins fala sobre rejuvenescimento facial: conheça as técnicas e saiba quando e como fazer


Em sua coluna quinzenal, o cirurgião plástico frisa: ‘Uma face pode até ser melhorada com procedimentos não-cirúrgicos. Mas é importante não exagerar. A tentativa de usar preenchedor em excesso para tentar corrigir uma face já cirúrgica, que já tem flacidez, pode levar a deformidades que às vezes vemos em redes sociais, noticiários etc. Por quê? Encher a face em excesso quando, na verdade, é necessário reposicionar ou retirar pele, pode dar resultados desastrosos”

*Por Dr. Alessandro Martins

Existem vários tratamentos para o rejuvenescimento facial, desde aqueles que previnem ou buscam corrigir o envelhecimento. Atualmente, os procedimentos não-cirúrgicos para manter a aparência jovial vêm ganhando muito espaço. Bons exemplos são o botox e os preenchedores (como harmonizadores ou não). O simples fato de colocarmos volume no rosto já traz essa jovialidade – e aqui o colágeno, que estimula a hidratação da pele, é um ótimo exemplo.

Destaque também para as tecnologias superficiais (máquinas como o laser, que estimula a produção de colágeno, diminui manchas e rugas finas da pele) ou profundas (como o ultrassom micro-focado, que penetra em planos mais profundos do rosto, atingindo o plano gordurosos e promovendo a contração da gordura facial, melhorando a flacidez da pele em casos muito bem selecionados).

Os fios de sustentação são uma proposta mais invasiva para tentar melhorar o descenso do rosto. Mas fios, como o nome já diz, servem para sustentação. A função deles é manter as estruturas faciais profundas em sua posição original, muito mais que elevar algo que já apresenta flacidez. Para se obter um tratamento de flacidez satisfatório com esta técnica, são necessários múltiplos pares de fios. Ainda assim, se você já for um paciente cirúrgico, não haverá como resolver a sobra de pele e a flacidez facial apenas com esses procedimentos, mesmo que conjugados a botox, preenchedor, ultrassom micro-focado, laser e fio, embora esses procedimentos conjugados melhorem e previnam o envelhecimento facial.

O ideal é que, desde jovem, a pele seja tratada para prevenir o envelhecimento. Uma vez instalada a flacidez do rosto, esses procedimentos vão ajudar, mas não vão resolver 100 por cento o problema.

Dr. Alessandro Martins (Foto: Vinicius Mochizuki)

Dr. Alessandro Martins (Foto: Vinicius Mochizuki)

Para entender o tratamento, é importante compreender o processo de envelhecimento. O que acontece com o nosso rosto? Com o decorrer dos anos, com as alterações de peso, nutricionais, das qualidades de pele, exposição solar, vamos perdendo a gordura facial. Perdemos gordura em locais que caracterizam uma face jovem. Mesmo em pacientes que não emagrecem, essa gordura é perdida nas áreas onde gente jovem tem. A gordura diminui ou desce para uma posição que denota envelhecimento.

Além da absorção das gorduras dessa região, a gordura migra, desliza em direção ao pescoço. A bolsa gordurosa da pálpebra arria, o sulco da pálpebra (aquele que contorna a olheira) torna-se maior, mais comprido. Essa pele e essa gordura se deslocam em direção ao pescoço, criando o bigode chinês e o sinal da marionete. As pacientes podem, também, ter flacidez no pescoço. Não apenas na região lateral do pescoço, que acompanha o ângulo da mandíbula e o sinal da marionete: alguns pacientes têm flacidez na região do pescoço, debaixo do queixo. Então, começa a sobrar pele debaixo do queixo, pele com ou sem gordura. Alguns pacientes têm bandas platismais, que são duas bandas que a gente vê, os músculos do pescoço que se afastam. Tudo isso se soma ao processo do envelhecimento.

E ainda tem a absorção óssea. O osso do esqueleto facial começa a ser absorvido e diminui. Com isso, as estruturas que estavam apoiadas nesse osso deslizam para baixo. Isso se chama descenso da face. A face como um todo migra para baixo. Por quê? Porque o suporte ósseo fica menor, a gordura de áreas importantes é absorvida e a gordura que resta no rosto desliza junto com a flacidez de pele. Esse é o processo de envelhecimento facial.

Então, como deter este processo? A cirurgia adequada é o face lifting. A palavra “lifting” já explica: significa “levantar”. Face lifting é o levantamento da face por meio de cirurgia. Nesse procedimento, não tratamos somente a pele, como se fazia antigamente. Envelhecimento não é doença, é um processo fisiológico que não está na pele, mas na gordura, nas estruturas que desceram. O que precisamos fazer? Reposicionar essas estruturas. Vamos levantar as gorduras, os tecidos que estão flácidos e recolocá-los de volta na posição original, devolvendo volume nas áreas importantes, especialmente na região malar, a maçã do rosto.

Tirando esse volume que desce em direção ao pescoço, desenhamos de novo o ângulo da mandíbula, que havia ficado oculto pela pele e pela gordura que desceram da face escondendo o ângulo da mandíbula. O desenho da mandíbula é jovial.

A cirurgia tem como objetivos reposicionar as estruturas da face em direção à maçã do rosto e evidenciar novamente o ângulo da mandíbula. Posicionadas essas estruturas profundas, cortamos a pele que está sobrando. Cirurgia da face não é simplesmente cortar a pele que está sobrando. Primeiro, você posiciona de baixo para cima, fixando as estruturas profundas, as estruturas ósseas. Em seguida, retira apenas o excesso de pele. É por isso que não vemos mais as faces muito esticadas e artificiais do passado. Atualmente, a maioria das pessoas que tem o rosto operado não é mais identificada na rua. Isso porque o tratamento não se baseia mais na fixação da pele, mas nas estruturas dos tecidos profundos. É por isso que os resultados são muito mais naturais.

Dicas para o rejuvenescimento facial:

1- Não devemos deixar o envelhecimento facial se instalar sem nunca ter feito nada. O ideal é que a gente trate do envelhecimento desde jovem.

2- Cada idade, cada grau de envelhecimento tem um grau de tratamento. Podem ser tratamentos menos ou mais invasivos.

3- Uma face cirúrgica pode até ser melhorada com procedimentos não-cirúrgicos. Mas é importante não exagerar. A tentativa de usar preenchedor em excesso para tentar corrigir uma face já cirúrgica, que já tem flacidez, pode levar a deformidades que às vezes vemos em redes sociais, noticiários etc. Por quê? Encher a face em excesso quando, na verdade, é necessário reposicionar ou retirar pele, pode dar resultados desastrosos.

4- Não deixe para operar sua face quando tudo já houver caído. Hoje, o ideal é operar a face em idades mais precoces. Uma primeira face entre 45 e 50 anos; uma segunda abordagem, talvez entre 65 e 70 anos; e raras pacientes fazem uma terceira abordagem entre 75 e 80 anos.

5- Nenhuma terapia de rejuvenescimento facial tem resultado sozinha. Ou seja, não é porque você operou a face, porque fez um face lifting, que não tem mais que fazer botox, preencher, fazer laser ou tratar da pele. O envelhecimento facial é diário. Você trata e tem que fazer manutenção – como com qualquer outro tratamento – para que possamos ter um envelhecimento facial bonito e compatível com a nossa idade.

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