Dr. Alessandro Martins fala sobre a abdominoplastia para pacientes que foram submetidos a uma cirurgia bariátrica


Quando falamos de paciente que foram submetidos a uma cirurgia bariátrica, nos referimos a emagrecimentos massivos, a grandes perdas ponderais. São pacientes que perderam 30, 40, 60 e, às vezes, 70 quilos. No público pós-bariátrico, a flacidez residual de pele é muito maior e dá origem ao que chamamos de “abdômen-avental”

Dr. Alessandro Martins fala sobre a abdominoplastia para pacientes que foram submetidos a uma cirurgia bariátrica

*Por Alessandro Martins

A abdominoplastia é uma cirurgia bastante conhecida. Entre várias modalidades, a mais comum é a clássica, aquela que deixa uma cicatriz no abdômen inferior que costuma se estender de uma crista ilíaca a outra. (Crista ilíaca é a margem superior da asa do ílio e a parte superior-lateral da pélvis maior). Essa operação é ideal em pacientes que tiveram perda de peso por emagrecimento normal ou pós-gestação.

Quando falamos de paciente que foram submetidos a uma cirurgia bariátrica, nos referimos a emagrecimentos massivos, a grandes perdas ponderais. São pacientes que perderam 30, 40, 60 e, às vezes, 70 quilos. No público pós-bariátrico, a flacidez residual de pele é muito maior e dá origem ao que chamamos de “abdômen-avental”. Essa flacidez faz com que as cicatrizes se tornem mais extensas (maiores) e cheguem a ultrapassar a região da crista ilíaca.

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abdominoplastia pós-bariátrica, a cirurgia reparadora do abdômen

Além da flacidez do abdômen inferior, essas pacientes podem ter uma flacidez central; ou seja, no meio da barriga. Nesses casos, não adianta fazermos uma abdominoplastia clássica, pois o vetor de tração é para baixo. Puxando a pele para baixo, conseguimos corrigir o abdômen-avental. No entanto, a flacidez da região média do abdômen não consegue ser tratada e a paciente continua com flacidez. Ao dobrar o tronco, a flacidez aparece; quando senta, a pele se dobra; quando usa roupa mais justa, a pele passa por cima do cós da calça, do short ou do biquíni.

A técnica precisou ser adaptada para essas pacientes. Assim nasceu a abdominoplastia “em âncora”, adaptação da clássica (a da cicatriz horizontal embaixo da barriga) que pega a região púbica e se estende para as laterais do abdômen, somada a uma cicatriz vertical na linha média da barriga, que começa no tórax, passa pelo umbigo e encontra a cicatriz horizontal da abdominoplastia clássica.

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Essa cicatriz “em âncora” (também conhecida como “em T”) torna-se mais evidente. É muito comum nos pacientes pós-bariátricos com perda acima de 40 quilos. Embora pareça muito incômoda para o público não-bariátrico, ela faz o tratamento de grandes quantidades de flacidez. O resultado estético é valorizado, já que, para esse público, é muito superior ao de uma abdominoplastia clássica. Essa abordagem serve tanto para homens como para mulheres, não há variação na técnica.

Alessandro Martins

Dr. Alessandro Martins fala sobre abdominoplastia pós-bariátrica

 

Normalmente, essa técnica é associada ao tratamento da musculatura abdominal, já que pacientes que perdem peso demais, além da flacidez da pele, há também a da parede muscular. Então, fazemos o fechamento da parede muscular com uma técnica que se chama plicatura dos retos abdominais (técnica usada para fechar o espaço que se forma devido ao afastamento dos músculos retos abdominais, a chamada diástase dos retos) ou correção da diástase dos retos abdominais. Em quase 100% das vezes, a abdominoplastia está associada ao tratamento da parede muscular.

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Em alguns outros casos, temos mais duas associações, que são as cicatrizes circunferenciais. Como seria isso? Por vezes, a flacidez é tão extensa que se estende para as costas. E mesmo fazendo uma cicatriz grande horizontal, mesmo associando uma cicatriz vertical para fazer âncora, a flacidez das costas, do dorso, dos flancos é tratada de forma insuficiente. Então, por vezes, a cicatriz tem de contornar o corpo do paciente, sendo uma cicatriz horizontal em 360 graus também chamada cicatriz em belt, pois fica na posição do cinto.

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Uma dúvida muito comum dos pacientes que fazem abdominoplastia pós-bariátrica é a associação com a lipoaspiração. Normalmente, essas pacientes perdem muito peso e têm muita flacidez e pouca gordura. Nelas a lipoaspiração não se aplica ou não é indicada. Principalmente se fizermos âncora: a lipo se torna perigosa, pois acaba levando a uma desvascularização, uma perda de fluxo sanguíneo da pele do abdômen que irá continuar na paciente. Assim, temos maior risco de necrose e outras complicações.

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Não se esqueça:

1- A abdominoplastia clássica não é contraindicada para pacientes pós-bariátricas, mas é mais comum em pacientes que tiveram grandes perdas ponderais ou perdas de até cerca de 40 quilos.

2- A âncora é uma cicatriz vertical associada a uma cicatriz horizontal muito comum em pacientes bariátricos com flacidez central.

3- A associação da âncora por vezes não trata da flacidez do dorso e a gente tem as cicatrizes circunferenciais, que podem ser só a cicatriz horizontal em belt ou a associação da cicatriz horizontal com a vertical da âncora.

4- A lipoaspiração nem sempre está indicada para essas pacientes porque a quantidade de gordura é pequena. O que temos, na verdade, é uma grande quantidade de pele que deve ser tratada.

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