Dr. Gabriel Basílio explica como a cirugia ortognática pode trazer autoestima para os pacientes


As cirurgias dos ossos mandibulares e maxilares corrigem problemas de mastigação, de fala, até articulares, como da articulação temporomandibular e podem evitar que paciente com essa má-formação ainda possa sofrer bullying

*Por Dr. Gabriel Basílio

Dr. Gabriel Basílio tira as dúvidas sobre as cirurgias dos ossos mandibulares e maxilares

O que é a Cirurgia ortognática?
Trata-se do nome técnico para cirurgias dos ossos mandibulares e maxilares. Durante o processo de crescimento, principalmente na puberdade, onde os ossos da face atingem sua vida adulta, podem existir alguns problemas de crescimento facial, como um retrognatismo, com uma mandíbula pequena, ou uma mandíbula maior, fazendo um queixo mais proeminente. São deformidades faciais, que surgem em uma fase da vida que já é tão conturbada por si própria, cheia de alterações de vida e de aceitação.

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Problemas
Além dos problemas de mastigação, de fala, até articulares, como da articulação temporomandibular, o paciente com essa má-formação ainda pode sofrer bullying, porque dá características faciais estranhas, quando se tem a mandíbula muito pequena, fica-se com um “rosto de passarinho” ou quando o queixo é muito grande e os dentes de baixo são mais para fora do que os de cima, dá uma impressão meio incomum, então são deformidades que implicam muito na vida saudável dos pacientes.

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Dr. Gabriel Basílio (Foto: Marcio Farias)

Evolução
Antigamente, essas cirurgias eram muito complicadas, porque se dependia de uma fixação dentária, na qual os pacientes tinham que se alimentar por canudos e não conseguiam abrir a boca. Hoje em dia, ela é muito mais moderna, são utilizados para os movimentos dos ossos da mandíbula e do maxilar o mesmo instrumental usado para ortopedia, com placas e parafusos, só que em tamanhos menores. Dessa forma, consegue-se fazer avanços e recuos dos dois ossos para um posicionamento melhor, levando principalmente a melhora da funcionalidade da mastigação e da fala, onde há importância fundamental a oclusão dos dentes. Os dentes de cima vão se sobrepor um pouco aos dentes de baixo, de uma maneira harmônica e eficaz, dando uma boa relação desses ossos: maxila e mandíbula. E você ainda pode fazer pequenas alterações no queixo, por exemplo, recuando ou colocando para frente de uma forma mais estética.

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Com técnicas modernas, são utilizados para os movimentos dos ossos da mandíbula e do maxilar o mesmo instrumental usado para ortopedia

Procedimento
Hoje em dia, de uma maneira mais moderna, essas cirurgias são realizadas depois de um preparo ortodôntico com um dentista de aparelho, que gira em torno de 6 meses a dois anos. O paciente, primeiro, coloca o aparelho e, na verdade, faz uma desestabilização. Alinha os dentes de modo que se possa performar a cirurgia e que eles fiquem alinhados e ocluídos de uma maneira adequada e, depois da cirurgia, ainda precisa contar com o tempo de dentista de aparelho e fonoaudiologia para melhorar a posição da língua e da fala. A cirurgia requer um planejamento intenso. Geralmente ela é feita entre 16 e 18 anos.

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Apesar de ser uma cirurgia longa, com grande presença de edema no pós-operatório, as cicatrizes são todas por dentro da boca

Pós-operatório
Apesar de ser uma cirurgia que deve durar em torno de 4 a 5 horas, você consegue de uma maneira única mexer nos dois ossos com uma recuperação de 15 a 30 dias, com a presença de um edema bem grande. A alimentação tem que ser mais pastosa e líquida, sem nada muito duro, fazer os exercícios de fisioterapia e sempre usar um enxaguatório bucal após as alimentações para a cicatrização. As cicatrizes são todas por dentro da boca, então por fora você não vê nada. Trata-se de uma cirurgia muito importante e tem um impacto muito grande na estética facial, pois realmente mexe com a face do indivíduo, alterando a fisionomia por inteira.