*Por Rafael Moura
Em ‘Quanto Mais Vida, Melhor!’, essa viagem por um mundo divertido e lúdico, criada e escrita por Wauro Wilson, com direção artística de Allan Fiterman, o mineiro, Vladimir Brichta, dá vida ao jogador de Neném. Carioca da gema, nascido e criado na Tijuca, tradicional bairro da Zona Norte do Rio, o ex-ídolo do Flamengo e da Seleção Brasileira, com passagens por times da Europa, tenta retomar sua carreira dentro das quatro linhas, mas a rotina de noitadas e bebedeiras contribuiu para o declínio de sua forma física e sendo forçado a pendurar suas chuteiras. O que consequente o deixou com problemas financeiros, o obrigando a voltar a morar com sua mãe, Nedda, personagem de Elizabeth Savala, as filhas e suas duas ex-mulheres: a primeira, Jandira, Micheli Machado, namorada de infância, com quem teve Martina, Agnes Brichta; e a segunda, Betina, Carol Garcia, com quem teve Bianca, Sara Vidal. Além do apoio delas, o ex-craque tem em seu empresário, Osvaldo, Marcos Caruso, um verdadeiro pai.
E, quando tentava desesperadamente embarcar para São Paulo para fazer um teste para a Ponte Preta, Neném sofre um acidente aéreo que muda seu destino e faz sua trajetória cruzar com as vidas de Paula Terrare (Giovanna Antonelli), Guilherme Monteiro (Mateus Solano) e Flávia (Valentina Herszage). “Eu definiria o Neném como um craque de futebol, um grande pai e um cara passional. E, ao longo da novela, dada a urgência com que ele precisa resolver seus problemas, sua vida vai ganhando proporções dramáticas”, aponta Vladimir Brichta.
O ator conta que já tinha alguma intimidade com a bola, e que apesar de nascido em Diamantina, seu time do coração é só o Bahia. “Eu adoro futebol, joguei muito ao longo da minha infância e adolescência. Se eu tivesse talento, teria tentado seguir carreira, porque eu realmente era fascinado por futebol”, pontua. E completa. “Para o Neném, eu não me inspirei em nenhuma figura especificamente. Ele é uma mistura de pessoas que conheci, de outros personagens que já fiz, e tem muito de mim também. Procurei fazer com que esse personagem tivesse bastante carisma, que fosse positivo, alegre. É uma figura que passa por vários percalços, muitas dificuldades, mas sempre com energia otimista. Ele também tem uma trajetória romântica importante, feita de uma maneira menos tradicional, com muito humor presente”, define.
Brichta conta que seus primeiros ídolos no futebol foram um da ficção e um do seu time do coração. “Meu primeiro ídolo no futebol foi o Luca, personagem do Mário Gomes na novela ‘Vereda Tropical’. Ele foi meu primeiro herói, meu primeiro ídolo. Quis ser jogador de futebol por causa dessa novela, diga-se de passagem. E depois disso, em 1988, o Bahia foi campeão brasileiro. E Bobô era o jogador principal. Então, posso dizer que Bobô foi meu segundo ídolo. E, a partir daí, tive vários. Vi grandes jogadores pela Seleção Brasileira: Zico, Ronaldo, Romário, Sócrates, Casagrande, Falcão… a lista é interminável”, conta.
Para viver um astro dos gramados, Vladmir conta que a preparação envolveu muitos pontos, emocionais e técnicos. “Na parte mais técnica, além dos encontros e diversas leituras com elenco, também fiz preparação para o futebol. Afinal, ele é um craque, então tem a linguagem adotada, assim como, no futebol, é uma linguagem mais superlativa, fantástica. E no campo, eu não preciso fazer um jogo inteiro de verdade, apenas para que a gente capte, o que foi ensaiado, os lances, que tenham mais plasticidade. E foi para isso que eu me preparei. O Jamir Gomes, que é assessor de futebol e ex-atleta profissional (com passagens por Grêmio, Botafogo, entre outros clubes), acompanha não só a mim, mas também todo núcleo do futebol. Joguei bola durante muito tempo na minha vida, mas parei de jogar há muito tempo também. Então, precisava resgatar essa confiança e ensaiar alguns movimentos e dribles”, ressalta.
E nessa ‘família é muito unida, E também muito ouriçada, Neném é um cara muito dedicado como pai. “Eu posso dizer que me reconheço nisso. Gosto muito. Tenho prazer em exercer a paternidade. Porém, ao contrário do Neném, eu tive um pai muito presente. Ele é um personagem que sofre muito com a ausência do pai”, comenta o ator, que tem a alegria de contracenar com sua filha Agnes. “É um prazer, um presentão. Não sei nem se posso dizer que é um sonho, porque nunca nem ousei sonhar fazer uma novela contracenando com ela. É uma alegria, um orgulho muito grande. O personagem dela foi uma conquista dela, que se deu sem o meu intermédio, e isso me deixa muito feliz também”.
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