*Por Rafael Moura
Depois que encantou o Brasil, com a doce Bebeth, na reprise de ‘Pega Pega’, Valentina Herszage vive Flávia, uma dançarina de pole dance, que é uma das protagonistas de ‘Quanto Mais Vida, Melhor!’, escrita por Mauro Wilson e direção artística de Allan Fiterman. Ao lado de Vladimir Brichta, o jogador Neném, a empresária Paula, Giovanna Antonelli e do cirurgião Guilherme, Mateus Solano, os quatro, após passar juntos pela insólita experiência de um acidente aéreo e descobrirem que estão no céu, eles ganham da própria Morte, vivida por A Maia, uma segunda chance… Eles retornam à terra loucos para viver o amor de suas vidas, ávidos para realizar sonhos, tentar fazer diferente, consertar o que parecia estar perdido. Sobretudo depois de A Morte advertir que, em um ano, um deles irá fazer sua passagem de forma definitiva.
A dançarina de pole dance da boate Pulp Fiction entra numa roubada ao participar de um golpe com Cora, Valentina Bandeira. Depois de passar por esse grande problema, ela sofre um acidente aéreo que muda seu destino. Uma personagem que, logo de início, vai mostrar uma certa tendência para atrair confusão. “A Flávia é uma alma livre, é uma jovem buscando seus sentidos na vida, se arriscando, e procurando o amor. É uma jovem em busca do amor, de amar e de se sentir amada. É uma mulher que se impõe na vida e não foge das situações. É uma mulher que eu, cada vez mais, tento ser, afinal, ela não se cala e nem pede licença para existir. Mas claro que, em se tratando de uma figura humana tem também o lado da fragilidade. A personagem não conheceu a mãe, então isso afeta a ela e a forma como ela se relaciona com as pessoas”, define a atriz.
Nessa comédia romântica, em que todos os personagens buscam o amor. Iremos descobrir que a gente não ter certeza de nada, e em um piscar de olhos, tudo pode mudar. “Me identifico muito com ela em uma certa cumplicidade com as mulheres. É algo muito interessante no texto do Mauro Wilson, ela fala o que pensa, ela se defende e defende outras mulheres. Ela é uma feminista a meu ver. E eu me identifico nesse lugar. Ela acolhe as mulheres e de um jeito muito natural”, pontua.
Flávia, quando está dançando pole dance na Pulp Fiction, usa um peruca rosa e assume o codinome de Pink. Para dar vida a esse mulherão, sensual e destemida, Valentina se inspirou em Natalie Portman, Marilyn Monroe e nas cantoras Rita Lee e Pink. “Minha primeira referência foi a Natalie Portman no filme ‘Closer’. E a Flávia usa uma peruca rosa igual a dela, para Pink, esse alter ego que ela assume quando está dançando no pole dance. E uma outra grande referência é a Rita Lee. Inclusive, na novela, tem uma música que a Flávia canta chamada ‘Ambição’, e que a direção e eu concordamos que é uma música que diz muito sobre a Flávia, sobre esse caminho e novas descobertas. E sem esquecer a cantora Pink com toda a sua força e energia”, explica.
O pole surgiu na Inglaterra dos anos 1980, além da relação com o fetiche, estimula autoestima e fortalecimento do corpo. Uma atividade que foi um imenso desafio para Valentina. A artista revela que teve muitas dificuldades para aprender, mas a cada treino foi gostando muito do resultado. “É uma expressão artística, uma dança, que você precisa de força e técnica. Você precisa se sentir, se curtir. Acho que isso foi uma das coisas mais bonitas que a Ju Natal, minha preparadora de pole dance, me transmitiu durante a preparação: que eu tenho que me curtir no pole, que tem que aproveitar o momento e curtir a dança. Eu fiz 13 anos de uma escola que eu fazia dança, sapateado, canto, teatro e circo, mas é muito diferente. Eu amei e quero continuar aprendendo e fazendo aulas”, revela.
Além de toda a expressão corporal na barra, outro desafio para compor essa personagem foi a sensualidade. Mergulhar de cabeça foi algo bem desafiador e que exigiu muita ajuda de sua professora e instrutora, Ju Natal. “Essa dança fala do feminino de um jeito muito inovador. É muito sobre uma celebração dos corpos. Adoraria que as pessoas que as pessoas em casa começassem a se interessar, que virasse uma febre”, brinca. E completa: “A Flávia é muito sensual. Isso foi difícil para mim, encontrar essa sensualidade, empoderamento e combinar isso tudo com uma fragilidade, humanidade. Eu lembro de começar a preparação pensando em referências de personagens que eu considerava sensuais. E, durante esse processo, eu fui entendendo que não adiantava mirar na sensualidade de uma outra mulher, outra personagem. Eu tinha de fato que entender qual era a minha sensualidade. Foi curioso… E aí nesse processo de referências eu fui encontrando esse meu lugar sensual, que eu pude colocar na Flávia”, conta.
Além do pole, Flávia vai mostrar um lado cantora, afinal, em algumas cenas, a personagem irá aparecer cantando na novela. O amor da atriz pela música vem de desde pequena, na série Hebe, Valentina nos apresentou seu lado cantora quando interpretou a própria Hebe Camargo. “Eu amo cantar, sempre me conectei muito com o teatro e, claro, com o canto. Na série em que eu fazia a Hebe na fase jovem, cantora dela, e eu acabei de vir de um trabalho em que eu estudei música também. Eu aprendia as músicas da Carmem Miranda. Cantar é sempre uma bênção, um grande presente”, conta.
Com toda essa sensualidade, Flávia tem um lado muito amorosa, sendo louca pelo pai, Juca, Fabio Herford, mas não suporta a madrasta, Odete (Luciana Paes), que é uma pessoa bem difícil e vive pegando no pé de todo mundo. “A relação da Flávia com o pai é uma das coisas mais bonitas da história dela, porque existe muito afeto, amor e também um entendimento de que o pai vive circunscrito naquele casamento com a Odete. É um homem sem muita atitude de fato. E ela e a madrasta Odete não se dão bem, elas se bicam. E acho que tem tudo a ver com essa disputa afetiva pelo Juca”, resume.
Valentina finaliza contando que está amando viver essa mulher empoderada, muito sagaz e inteligente. “E ao longo da história ela vai aprendendo a usar essa inteligência pra outras coisas, vai ficando cada vez mais empática. É uma novela sobre empatia, uma coisa que a gente está precisando muito nesse momento”.
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