A etapa final da trajetória das 12 duplas de estudantes que integram o SENAI Brasil Fashion 2018 se aproxima e a produção está a todo vapor. No dia 21 de novembro serão realizadas as provas de roupa, make e cabelo, além das últimas conversas com os coaches Lenny Niemeyer, Lino Villaventura, Ronaldo Fraga e Alexandre Herchcovitch para o momento mais esperado: desfilar, no dia seguinte, no Centro Cultural Ação Cidadania, o conjunto da obra, que concretiza o trabalho da nova edição, mais uma vez promovida pelo SENAI CETIQT, principal centro formador de recursos humanos para a cadeia têxtil nacional. “O SENAI Brasil Fashion investe no melhor que está acontecendo no mundo da moda e nós temos observado como este projeto faz a diferença na vida dos alunos”, contou o curador da iniciativa e gerente de estudos prospectivos e projetos especiais do SENAI CETIQT, Marcelo Ramos, que acompanha de perto todas as etapas desde as primeiras edições. Para além do momento da reta final consagrado no desfile, Marcelo afirma ser a educação o primeiro plano. “As plataformas digitais servem para que as pessoas não vejam o projeto apenas como um evento, um desfile de apresentação das peças, mas sim como um plano de educação profissional que desenvolve talentosos estudantes de moda. Ao longo desses meses em que estão envolvidos na concepção de suas mini coleções, eles adquirem experiências únicas que, certamente, irão acompanhá-los ao longo de suas carreiras”, completou o curador.
O SENAI Brasil Fashion abre portas: o objetivo é fortalecer e divulgar a educação profissional no Brasil por meio de uma plataforma de moda que capacita os alunos através de uma experiência hands on – e que gere visibilidade para o ramo. O projeto, desenvolvido com estudantes dos cursos de moda, design e vestuário de unidades do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) de todo o país, selecionou 24 alunos. Divididos entre estilistas e modelistas, os jovens estão se preparando para apresentar minicoleções compostas por três looks em um super desfile no Centro Cultural Ação Cidadania. Em sua quinta edição, o projeto tem como coaches os estilistas Lenny Niemeyer, Lino Villaventura, Ronaldo Fraga e Alexandre Herchcovitch.
Já quase chegando no terceiro encontro, a edição foi mais uma vez imersiva no processo de criar uma narrativa que se transforme em desfile. Esse ano, com um adicional: a edição 2018 tem como tema “Todo Mundo Tá na Moda”, uma abordagem para retratar a diversidade e representatividade. Os alunos de vários estados do país tiveram seus trabalhos autorais selecionados a partir de um edital. Eles possuem histórias e estilos diversos e, com a orientação dos coaches, os jovens partem para a execução do processo de criação. A nova edição promete levar à passarela peças criadas para uma grande diversidade de público, como deficientes visuais, estilos andrógenos; corpos diversos e até os idosos que continuam ativos na terceira idade. Com o desafio de criar para diversos tipos de corpos, o SENAI Brasil Fashion foca na diversidade de interesse dos públicos consumidores. “Esta é uma tendência geral no mundo, aproximar a moda da realidade da vida das pessoas. A grande maioria das marcas acaba trabalhando para um público ideal ou muito restrito”, frisou Marcelo.
O conhecimento e o estudo sobre sustentabilidade e tecnologia também preenche parte do currículo adquirido pelos alunos selecionados. Com ferramentas de conectividade e tecnologias pertencentes à Quarta Revolução Industrial, que farão parte do mercado de atuação, é necessária a atenção e preparo deles para essas novas formas de produzir e consumir, principalmente atrelados ao meio digital. De acordo com Marcelo Ramos, a indústria têxtil e de confecção será extremamente alvo do impacto da Indústria 4.0, transformando gradualmente a forma de se fazer moda atualmente. O trabalho sob demanda é o principal conceito que surge dentro dessa nova realidade, fazendo com que o profissional produza de acordo com a escolha e objetivo do cliente. Para isso, é necessário oferecer opções adequadas a esse cliente e tendências cada vez mais condizentes com a realidade consumidora. “Tanto os coaches quanto os consultores do SENAI CETIQT discutem permanentemente com os alunos essa perspectiva do futuro da moda, como, por exemplo, as tecnologias envolvidas na produção das peças que garantem maior sustentabilidade ao processo produtivo”, explicou.
A fim de formar profissionais completos e que pensam nessas questões enquanto produzem, o SENAI Brasil Fashion divide-se em três fases. A primeira é a imersão, na qual os alunos adquirem conhecimento para desenvolver seus projetos, por meio de palestras, de visitas técnicas e de um conjunto de informações que suscitam reflexões em torno do tema. A segunda fase é o processo de criação, quando eles apresentam os protótipos de suas peças para que os coaches e consultores possam propor modificações e ajustes. Nesta fase, eles decidem também como vão “narrar” a coleção e o tema durante o desfile. São escolhidos os elementos que irão compor os looks, trilha sonora e cenografia, com a oportunidade de trabalharem diretamente com consultores especialistas em cada área que precisam conhecer para o grande desfile. Entre os participantes, o stylist Daniel Ueda, o responsável pela trilha sonora, Max Blum, o diretor de casting, Ed Benini, o diretor de desenvolvimento e modelagem, Wilson Ranieri, o consultor criativo, Jackson Araujo e a produtora Chá das Cinco pensando cenografia.Na terceira e última fase, um dia antes do desfile, são feitas as provas de roupas e beleza nas modelos que irão desfilar as peças, caso seja necessário fazer ajustes.
O momento de aprendizado, além de ensinar os processos que envolvem moda, também mostra aos alunos as diferentes profissões dentro do ramo e a importância de cada uma delas. “Nós procuramos em nossos ambientes e em nossos currículos trabalhar de forma mais aderente ao mercado de trabalho. Então, nada melhor do que uma plataforma como o SENAI Brasil Fashion, unindo estudantes com profissionais de renome do campo da moda. O objetivo é trabalhar a produção, a criação e a comunicação de moda”, afirmou Marcelo Ramos.
O projeto SENAI Brasil Fashion, como agente de transformação e inserção dos alunos no funcionamento do mercado, é pioneiro no país e reúne um cast impressionante e único. A edição 2018 recebeu cerca de 300 inscrições de alunos de 15 estados. “É um projeto consistente, com planejamento e que começa quando o SENAI CETIQT pensa na estratégia e olha para o mundo. Observa o que está acontecendo de melhor e traz para si: na montagem de suas equipes, na infraestrutura, nas aulas, sempre com inovação, competitividade e com desenvolvimento para a educação no Brasil”, comentou Marcelo Ramos. A transformação de vidas dentro do projeto cria ainda mais novos rostos e perspectivas para o ramo, incluindo a visão fresca e diversificada de jovens que estão entrando no mercado.
A iniciativa é apenas uma das que existem dentro do SENAI CETIQT. Grande parte das futuras funções profissionais dos alunos são realizadas em simulações de todo o processo industrial, o que possibilita o aprender fazendo desde as primeiras aulas e em projetos de parcerias, como o Concurso Yamamay, o SENAI Brasil Fashion, a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia e o 1º Fórum da Indústria da Moda, entre outros projetos inovadores. “A metodologia SENAI, única no país, proporciona que o ensino adquirido nas salas de aula, nos laboratórios e em seu parque tecnológico seja aplicado em soluções de problemas reais do mercado e na criação de novos produtos”, analisou o curador. O projeto de imersão na moda já contou com dois encontros cruciais para o desenvolvimento dos projetos de cada dupla.
Durante o mês de setembro, os alunos puderam apresentar os projetos autorais e definir a produção dos looks, participar de palestras na sede do SENAI CETIQT, no Riachuelo, conhecer os coaches e visitar o setor de figurinos dos estúdios da TV Globo, o Projac, no Rio de Janeiro. Uma grande oportunidade para entender o funcionamento profissional da área e conversar sobre mercado. A cada encontro, as duplas avançam mais em seus projetos, descobrem novidades e se reinventam da melhor forma. É definitivamente o objetivo do projeto: posicionar estes estudantes para o mercado de trabalho.
A ansiedade continua a mil e o amor pela moda é o vetor para chegar até o grande dia do desfile com a concretização do trabalho desde o campo das ideias até o material da narrativa que será contada nas passarelas. “O desfile é parte integrante desse grande projeto. E será o coração! Nós terminamos um ano trabalhando muito para um futuro pensado criteriosamente para o setor têxtil e para a educação profissional”, afirmou Marcelo Ramos.
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