O SENAI CETIQT, maior centro latino-americano na produção de conhecimento da cadeia produtiva têxtil e de confecção e da área Química proporcionou, semana passada, um encontro importantíssimo, realizado na Unidade Barra, aberto ao público e a todos os alunos. O Meet and Greet com profissionais que são referências nos mercados de Moda e engenharias Química e de Produtos foi uma oportunidade ímpar de contato direto e conexão com quem está criando a sua chancela em um universo sonhado por muitos. As histórias de vida profissional que foram apresentadas mostram a garra, a persistência, o saber inovar e fazer a perfeita sinergia entre o aprendizado em uma faculdade, a realidade do mercado de trabalho e o mundo tecnológico em que estamos inseridos. O site HT acompanhou os encontros e vale ressaltar que foi bacana a plateia ter a oportunidade de vivenciar as experiências de dois ex-alunos recém-formados do SENAI CETIQT que hoje constroem uma bela carreira, como o designer Lucas Leão, que desfilou coleção assinada por ele na São Paulo Fashion Week – através do Projeto Estufa -, e Morgana Polly, ex-aluna de Engenharia Química, que atua na coordenação de projetos para plataformas em operação na Bacia de Campos pela OTZ Engenharia.
E, além de orientar e incentivar um futuro profissional, as palestras tiveram como objetivo também proporcionar a troca de conhecimento com outros experts nas áreas: Olivia Merquior, diretora da Dacri Deviati, consultora de diversas labels e responsável pela curadoria das jovens marcas do Projeto Estufa na São Paulo Fashion Week, e Antônio Prada, engenheiro de Processamento Master do CENPES/PETROBRAS, na gerência de Produtos, onde atua como consultor na área de combustíveis marítimos e industriais. O SENAI CETIQT ofereceu ainda um tour pelas instalações repletas de tecnologia de ponta como diferencial em suas atividades com alunos e indústrias de Norte a Sul do país.
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“Sempre fui um questionador na vida e a moda permitiu que eu imprimisse o meu “eu” mais profundo. Durante muito tempo, eu convivi com o preconceito e a moda foi o que eu poderia chamar de escudo protetor. Transformou a minha vida e, através dela, transmito a minha verdade. Foi a partir desse pensamento que decidi criar e mergulhar em todo o processo de confecção de uma roupa. A moda é uma grande forma de comunicação. É possível, através de vários prismas, conhecer a identidade de uma pessoa e também nos comunicarmos com o que optamos por vestir”, frisou Lucas Leão sobre a paixão pela profissão que abraçou logo no início de seu bate-papo sobre a vivência no mercado de moda e como desenvolve coleções… da pesquisa até o desfile.
Ex-aluno do SENAI CETIQT, onde cursou modelagem, ele hoje é diretor criativo da própria marca, que leva seu nome, mantém um showroom no Rio, e foge dos processos estereotipados de criação ao imprimir o mood totalmente autoral mergulhando nas artes e no streetwear. Sempre questionando os padrões de gênero, ele luta contra o cerceamento de comportamento. Participou do Hot Spot, projeto criado em 2012 por Paulo Borges, o nome à frente da São Paulo Fashion Week, e que tinha o objetivo de revelar novos talentos em diversas áreas e do Coletivo Órbita, onde desenvolveu projetos colaborativos com profissionais e marcas com o intuito de pensar e construir uma nova moda – contando, inclusive, com a orientação da professora da Central Saint Martins, de Londres, Petra Metzger. Em 2018, estreou na SPFW através do Projeto Estufa, plataforma de expressões criativas que, por meio de desfiles e apresentações de moda, encontros e conversas, busca provocar diálogos e reflexões de olho no desenvolvimento de iniciativas que vão pautar o futuro dos negócios criativos. Lucas Leão, cuja carreira está em pura ascensão, também vestiu nomes como IZA e Pabllo Vittar, entre outros do showbiz.
“Eu passei por diversas faculdades até chegar ao SENAI CETIQT. Buscava um conhecimento técnico para trabalhar com o que eu tinha em mente. Foram quatro anos de curso, o que me ajudou a executar as minhas ideias. O conhecimento que eu ganhei dentro do SENAI CETIQT foi essencial para a minha formação e desenvolvimento de habilidades e técnicas profissionais. O chão de fábrica pôde ser vivenciado e adquiri a experiência para executar as mais diversas criações com minhas próprias mãos”, destacou o designer.
No encontro no SENAI CETIQT , Lucas Leão contou detalhes sobre a inspiração para o seu début em voo solo na passarela da São Paulo Fashion Week como integrante do Projeto Estufa: uma foto que remete à Coréia dos anos 40, quando o país se dividiu em duas ideologias. “Ao olhar para a imagem de mulheres caminhando com roupas compridas e silhuetas amplas contrastando com um homem com uniforme militar, eu fiquei dois dias pensando… De repente, falei: ‘É isso’. Montei o moodboard, que sintetiza a minha pesquisa esteticamente depois de analisar cerca de 2 mil imagens, e me inspirei a criar uma coleção sem gênero, onde todos somos seres humanos e temos liberdade”, pontuou. Lucas apresentou ainda o vídeo da coleção mais recente, desfilada em abril na SPFWN47, também dentro do Projeto Estufa, e levou dois looks para todos que estavam ali pudessem ver de perto como ele dá asas à imaginação. Na proposta de sua moda democrática, ele lançou um olhar para o processo de vulcanismo e imprimiu um handmade fascinante ao contar que usou o lastéx até a máxima potência capaz de alcançar um efeito tridimensional na roupa.
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Em seguida, conferimos a palestra de Olivia Merquior, diretora da Dacri Deviati, que realiza curadoria de informação para empresas e instituições, nacionais e internacionais. Como diz o site com o portfólio da Dacri, “traduzimos, de maneira prática e objetiva, os movimentos que impactam os processos de criação e construção de imagem no Brasil e na América Latina”. Olivia é é responsável pela curadoria das jovens marcas do Projeto Estufa, plataforma de talentos independentes da São Paulo Fashion Week e conversou sobre trajetória pessoal e os critérios que a empresa utiliza na curadoria para escolha dos talentos que farão parte do programa. Formada em Engenharia Têxtil, Jornalismo e Moda, ela aprofundou os estudos em Fashion Design na Central Saint Martins, em Londres. Desenvolveu projetos ao lado de marcas como Melissa, Lenny Niemeyer e atuou no estilo e produção de desfiles da Animale, além de fundar, em 2017, e presidir o Centro Brasileiro de Estudos em Design de Vestuário (Centro-br), um espaço com atividades educativas e sociais com o objetivo de familiarizar jovens profissionais para o setor criativo da moda. Foi coordenadora de moda na América Latina da Première Vision.
“Meus pais não encaravam a moda como uma profissão decente. Achavam que não era algo que uma pessoa inteligente faria. Fui obrigada a cursar Engenharia de Produção, porque meu pai sonhava ter uma filha engenheira. Enquanto me especializava na área têxtil, eu prestei um novo vestibular, desta vez para Comunicação. Estudei, simultaneamente, em duas faculdades. Na minha mente, moda sempre foi comunicação. Por isso decidi seguir o jornalismo. Quando ainda estudava na PUC, soube que haveria, no Rio, a Semana Lucky Strike – LAB sob a batuta de André Hidalgo, o idealizador da Casa de Criadores. Eu tinha um namorado que era designer gráfico, nos juntamos e criamos uma marca batizada ‘Porcos’. Fizemos dois desfiles na semana de moda Lucky Strike – LAB. E, um deles, foi super performático. As pessoas quiseram me matar quando criei peças, literalmente, todas iguais na tentativa de expressar minha opinião sobre a massificação. Já estávamos em 2000 e, naquela época, a figurinista Emília Duncan estava buscando novos designers para vestirem os artistas em uma novela da Globo que teria um núcleo ligado à moda. Ela conheceu a marca e, de repente, estávamos vendendo roupas que seriam usadas em uma novela das 21h. No entanto, o meu namoro terminou e a marca também”, contou Olivia.
A profissional falou ainda sobre como foi a sua trajetória até conseguir estudar em Londres: “Quando encerrei o trabalho na minha marca, conversei com Emília Duncan e comecei a estagiar na produção de figurino para a novela ‘Um só Coração’. A partir daí, eu fiz três produções integrando a equipe de Emília e sonhava em cursar Fashion Design a Saint Martins, em Londres. Mas precisava juntar dinheiro e isso só foi possível quando Emília me apresentou a Marcelo Pies e fui assistente dele na criação de figurinos para cinema e publicidade. Virava noite e dia trabalhando, mas consegui ir para Londres. Nos primeiros dias de Saint Martins, eu me vi diante de uma mesa de corte e uma máquina de costura e tinha apenas uma semana para entregar um projeto. Foi uma experiência que me ensinou, na marra, a construir a minha própria roupa e a minha história”.
Olivia Merquior também comentou sobre a importância de um evento como o Meet And Greet e a oportunidade que os alunos têm ao ouvir relatos de histórias de vida de profissionais que estão inseridos no mercado de trabalho. “O meio acadêmico proporciona ferramentas importantes para quem está ingressando na área profissional. O contato com o dia a dia do mercado de trabalho é essencial para desmitificar mitos. Oferecemos o nosso relato para que eles enfrentem as dificuldades com mais segurança. Hoje, o que o SENAI CETIQT oferece é a simbiose entre ensino acadêmico e profissionalização, além de conexão entre os cursos de Engenharia de Produção, Química e Moda. Eu tive que cursar três faculdades, o que demandou mais tempo. Se eu tivesse tido a oportunidade de fazer um curso que mesclasse várias experiências seria muito melhor”.
O segundo case do evento foi direcionado aos cursos de engenharias Química e de Produção, com a participação da ex-aluna do SENAI CETIQT Morgana Polly. Formada em 2018, ela, hoje, atua na coordenação de projetos para plataformas em operação da Bacia de Campos pela OTZ Engenharia. Já passou pela Petrobras, onde prestou serviços na área de gestão em projetos de grande porte, como a construção de plataformas. Em sua palestra, Morgana foi capaz de dividir com o público um pouco da sua jornada acadêmica e profissional, esclarecendo dúvidas e inseguranças que são tão comuns para quem está iniciando uma trajetória profissional.
“Após um ano de formada, eu já estou trabalhando como coordenadora de um projeto guarda-chuva de manutenção de plataformas. Um desses projetos faz manutenção de plataformas na Bacia de Campos. Quando estava cursando Engenharia Química no SENAI CETIQT, no último período, participei do Programa de Mentoria promovido pela instituição e foi aí que tive o primeiro contato com os profissionais da empresa onde hoje trabalho. Antes mesmo de me formar, eu tive a oportunidade de entrar para o mercado de trabalho”, destacou.
Morgana Polly ainda falou sobre a qualidade do curso do SENAI CETIQT e a maneira como ele contribuiu para o seu sucesso, além de elogiar as iniciativas de aproximação entre empresas e alunos: “A rapidez com que o aluno entra para o mercado de trabalho é um diferencial da instituição. Principalmente ao trazer esses profissionais para dentro da sala de aula, onde através das apresentações e o Programa de Mentoria, os alunos podem ter contato com diretores e CEO’s para entenderem melhor como será o seu futuro, que pode ser o hoje. Oportunidades como essa são ótimas para orientar quem está iniciando”.
Outro convidado foi o engenheiro de Processamento Master do CENPES/PETROBRAS, Antônio Prada, que atua na gerência de produtos, onde presta serviços como consultor na área de combustíveis marítimos e industriais com experiência de 25 anos de profissão. Mestre em Engenharia Química na área de combustão pela UERJ, Antônio é vice-coordenador da Comissão de Estudos em Combustíveis Marítimos do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP) e de grupos técnicos de normalização internacional da ISO.
O engenheiro destacou as inúmeras portas que o curso abre dentro do mercado de trabalho atualmente, além de enfatizar a importância do esforço para que as metas sejam atingidas: “Trabalho há 16 anos na Petrobras como concursado. Hoje, atuo como engenheiro de processamento coordenando projetos, tanto de óleo e combustíveis marítimos e industriais, quanto na gerência de produtos. Durante a minha conversa com os estudantes, tentei transmitir a importância da dedicação pessoal para colher bons frutos. A Engenharia Química não está atrelada a duas ou três empresas, o leque é amplo e você pode escolher ser o que quiser. Não há necessidade de ficar isolado em um escritório o tempo todo fazendo conta como retratado no filme “Tempos Modernos“, com Charlie Chaplin. Temos a oportunidade de pensar, de migrar de áreas e integrar os diversos setores da profissão”.
Coordenadora do curso de Engenharia Química do SENAI CETIQT, Marcia Martins Castoldi estava exultante com iniciativa do Meet And Greet Profissões. Para você, leitor, ter uma ideia, com currículo totalmente inovador, o estudante se tornará um profissional multifacetado e com total abrangência sobre os processos exigidos pelo mercado de trabalho que está em franca expansão. O curso oferece imersão tecnológica avançada e alinhada às demandas do mercado. O grande projeto para o curso de Engenharia Química do CETIQT é redesenhar este currículo com base nas exigências apontadas pelos líderes do mercado que, provavelmente, no futuro irão contratar estes estudantes. Uma das maiores necessidades sentidas pela instituição foi aumentar a aplicabilidade e multidisciplinaridade entre as áreas de conhecimento, de forma que as informações sejam integradas. Marcia já havia comentado com o site HT, que nessa reestruturação curricular, o engenheiro químico terá uma formação que se estende a vários campos, tendo uma forte base em química, física, matemática e biologia. “O recém-formado consegue atuar em diversas áreas desde trabalhar com tintas e vernizes até no ramo de petroquímica, gás e alimentos. É um profissional com ampla área de atuação”, garantiu a coordenadora do curso de Engenharia Química. “O Antônio falou sobre toda a vida profissional. Além da formação, ele abordou o dia a dia de um engenheiro químico, quais matérias ele estudou, países que visitou e quais as áreas de atuação no mercado de trabalho. Já a Morgana é uma ex-aluna nossa. Ele comentou sobre a contribuição do SENAI CETIQT na sua vida profissional. Formada ano passado em Engenharia Química, ela trabalha em uma empresa coordenando projetos para plataformas. Ela já lidera uma equipe e pontuou os aprendizados que adquiriu na vida acadêmica”, disse Marcia Martins Castoldi.
Através dessa iniciativa, o SENAI CETIQT busca reafirmar o compromisso com a educação de qualidade e reforçar a parceria entre as empresas e os cursos oferecidos, fazendo um diferencial. O ensino é mais direcionado e o aluno se forma com uma boa experiência junto ao mercado de trabalho. A coordenadora do curso de Design de Moda, Ana Claudia Lopes, destacou os esforços que a instituição vem fazendo em prol de melhorias e da excelência acadêmica: “Formamos profissionais ligados à inovação e a tecnologia conectados ao mercado de trabalho. Em 2017 foi realizada uma revisão no currículo do curso de Design de Moda. Reunimos um comitê setorial de empresas para nos auxiliar. Estamos totalmente voltados à Indústria 4.0”.
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