*Por Dr. Gabriel Basílio
Atualmente, é possível fazer o diagnóstico de paciente com lábio leporino e fenda palatina bem cedo, pois os ultrassons no pré-natal estão cada vez mais modernos e as imagens são altamente definidas. Então, as famílias podem se preparar melhor. Existem, porém, aquelas que recebem esse diagnóstico após o nascimento da criança. Assim, seguem algumas dicas para todas as famílias.
O nosso dever, enquanto médicos, é dar conforto à família, explicando aos pais que é uma deformidade física, portanto não traz nenhuma alteração intelectual. Haverá, sim, a necessidade de algumas adaptações ao paciente, mas, depois de operado, ele pode ter uma vida normal. Também é necessário orientar que não se trata de uma deformidade genética, que passa de pai para filho de maneira isolada. É multifatorial. Na verdade, existem vários fatores envolvidos, desde deficiências vitamínicas, uso de medicações, exposição a algumas situações e até histórico familiar genético de síndromes muito diversas. Não dá para definir apenas uma causa.
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Sendo assim, o primeiro cuidado é acalmar toda a família. Orientar a forma de alimentar a criança, que será normal. Em lugares em que não há uma assistência para estes casos e, em outros onde a pressão social não é tão forte, existem pessoas com lábios leporinos e fendas palatinas totalmente integradas à vida social com algumas adaptações. Na hora de mamar, a mãe deve deixar a criança em uma posição mais vertical, com a cabecinha mais elevada, para ajudar na deglutição, sem que entre muito alimento na cavidade oral, caso haja a fenda palatal também. Deve ser evitado o uso de chupetas e tudo que ocupe o lugar da fenda e que vá aumentá-la logo nos primeiros meses. Existem também alguns exercícios de fonoaudiologia que vão ajudar nas primeiras cirurgias.
Geralmente as operações de lábio são feitas aos três meses de idade em caso de fenda unilateral ou dos seis aos oito meses de idade, em fendas mais complexas. Depois, em torno de um ano a um ano e meio, opera-se o céu da boca, o palato. E, quando a criança tem de seis a oito anos, é realizada uma cirurgia na gengiva, onde nasce o dente canino. Temos todas as análises clínicas através de exames e radiologia para indicação de cada cirurgia. E, na fase do jovem, entre 16 e 20 anos, opera-se o nariz ou é realizada uma cirurgia maior, chamada de ortognática, que é a operação dos maxilares para adequar a oclusão dentária. De forma geral, é uma sequência de tratamentos com cirurgias, com adaptações em cada caso específico. Mas, esse é o passo a passo principal.
É necessário o acompanhamento de uma fonoaudióloga, de um dentista capacitado, de um pediatra e de um cirurgião plástico para poder guiar todas essas etapas é muito importante também. Geralmente os cirurgiões plásticos que se dedicam a este trabalho possuem uma formação em crânio-maxilo-facial.
Dessa maneira, conseguimos acalmar, dar as orientações adequadas para que a criança se desenvolva e a família se sinta acolhida. De uma forma muito lógica e moderna, esse paciente terá algumas adaptações, mas poderá manter as suas atividades escolares, o seu desenvolvimento psicossocial e sua interação nos lugares. Estamos aqui desde o nascimento para acalentar e cuidar da melhor maneira possível, levantando ainda a discussão sobre como é importante a inclusão dessas crianças e dessas famílias da forma mais natural possível.
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