Focado em exaltar o lado humano da cirurgia plástica, dr. Gabriel Basílio é especializado em operação craniofacial e acredita na experiência da profissão: “Uma carreira precisa ser construída”


Capixaba, o médico fez a especialização no Rio de Janeiro e hoje mora e atende na cidade. Com uma carreira dedicada principalmente aos procedimentos na face, dr. Gabriel destacou as cirurgias de lábio leporino e fenda palatina. “A minha paixão vai desde trauma de face até más-formações que as crianças já nascem. É uma subespecialização muito ampla e desafiadora porque mexe com as profundezas do rosto, como a parte óssea e muscular”

“Se eu tivesse mais alma para dar, eu daria”. A frase é um verso da composição de Djavan e Caetano Veloso que também ilustra a vida e a carreira de dr. Gabriel Basílio (Instagram: @drgabrielbasilio). Cirurgião plástico com subespecialização em operações craniofaciais, o capixaba de coração carioca trilha um caminho baseado no lado humano da Medicina. No consultório, na sala de cirurgia ou nas salas de aula da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), onde se especializou e hoje divide seus conhecimentos com os residentes da instituição, dr. Gabriel acredita em uma profissão que atenda a estética como também o trabalho de reconstrução. Por isso, além dos procedimentos em prol do belo, ele também se dedica a cirurgias como as operações de lábio leporino e fenda palatina, suas paixões da profissão.

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E isso é algo que vem desde o início da faculdade. Quando estudava Medicina na Universidade Federal do Espírito Santo, dr. Gabriel Basílio participou de um programa de extensão que cuidava de imigrantes europeus com risco de câncer de pele na serra capixaba. “São lavradores italianos e pomeranos que trabalham no sol e isso lembra um pouco a história da minha família, que foram colonos espanhóis e italianos. Durante três anos, eu fui monitor da parte de cirurgia plástica deste programa de extensão e a gente viajava para comunidades bem pequenas que sofriam com o risco de câncer de pele. É, inclusive, a maior prevalência da doença do país”, lembrou o médico que, nesta experiência, fazia o diagnóstico de quem tinha neoplasia maligna de pele e lá mesmo realizava uma cirurgia simples para tratar a doença. “Isso acabou me despertando a cirurgia plástica. Foi um caminho natural dentro da faculdade que me levou à especialização”, contou.

Dr. Gabriel Basílio é cirurgião plástico com subespecialização em craniofacial (Foto: Sergio Baia)

No entanto, como esta era uma área que ainda não existia na UFES, dr. Gabriel Basílio veio para o estado vizinho em busca da especialização. “O Rio sempre foi um dos pontos mundiais de estudar, aprender e desenvolver a cirurgia plástica”, explicou o médico que se formou na UERJ e depois ainda se subespecializou em cirurgia craniofacial. “A minha paixão vai desde trauma de face até más-formações que as crianças já nascem. É uma subespecialização muito ampla e desafiadora porque mexe com as profundezas do rosto, como a parte óssea e muscular. Por outro lado, também ajuda muito na minha parte de cosmetologia, que é o botox e preenchimento, por exemplo”, contou.

Este, inclusive, foi um caminho natural dentro das possibilidades da instituição fluminense. “A cirurgia plástica da UERJ tem tradicionalmente um foco estético muito grande por causa dos professores, que são especializados em face. Fora isso, eu passei 15 dias do meu segundo ano de Residência com o dr. Daniel Baker de Nova York que operou a Madonna e tudo isso acabou me influenciando”, explicou dr. Gabriel que, dentro deste contexto, acredita que o trabalho de reconstrução ou estética caminhem lado a lado. “Para mim, cirurgia plástica reparadora ou estética são indissociáveis. Eu não consigo ver uma separação. Esta é uma especialidade da Medicina, em que você tem sua responsabilidade como um todo”, destacou.

Entre suas experiências profissionais, o médico passou 15 dias em Nova York com o cirurgião que operou a Madonna (Foto: Sergio Baia)

Com o diploma na mão e a experiência de anos de estudo, dr. Gabriel Basílio hoje é especializado em uma região bem particular e cheia de personalidade. O rosto, como destacou o médico, “é a nossa foto 3×4 e a carta de apresentação” e, por isso, precisa de um cuidado milimétrico em qualquer procedimento. “Trabalhar o rosto é muito variado porque entra nos ramos da psique humana. Às vezes, uma pequena alteração muito normal de uma sobrancelha mais alta que a outra é uma catástrofe para algumas pacientes, enquanto uma enorme deformidade é bem aceita por causa de uma autoestima incrível de outras. Então, é uma área muito variada e nós não podemos menosprezar quem não tem deformidade nenhuma e se incomoda com uma pequena alteração e nem quem tem uma grande diferença real. A gente tem que respeitar as pessoas da forma que elas se veem e querem se ver”, comentou.

Sobre as cirurgias, dr. Gabriel Basílio contou que vive um momento de valorização do humano nas salas de aula. Segundo ele, hoje, muitos residentes querem se formar em busca de construir carreiras em cima da estética e do sucesso moderno, principalmente apoiado nas redes sociais. Mas, como ele acredita e destaca, a Medicina e a cirurgia plástica vão muito além do botox e da prótese de mama, por mais que também sejam procedimentos importantes e valorizados no meio. “Eu rebato muito os residentes que querem uma fama instantânea de redes sociais. Para mim, uma carreira precisa ser construída. E a cirurgia plástica é tão ampla e desafiadora que eu me orgulho quando vejo pessoas que também querem tratar de queimados, por exemplo”, ressaltou dr. Gabriel que, por outro lado, reconhece que nenhuma dedicação poderá salvar o mundo.

Na profissão, dr. Gabriel Basílio destacou o lado humano da formação que vai além da parte estética e da fama (Foto: Sergio Baia)

“Não é querer abraçar o mundo com os dois braços. Mas eu fico com pena de quem só quer fazer botox e preenchimento e, quando perguntamos um pouco mais de uma cirurgia de reconstrução, por exemplo, diz que só quer fazer estética. Me quebra o tesão. Não adianta um médico muito preocupado com a beleza que não tem um pouco de essência. E os residentes estão em um momento muito assim, eles não são mais pessoas apaixonadas pela cirurgia plástica de uma maneira integral”, analisou.

Por isso, enquanto referência para as novas turmas da UERJ, dr. Gabriel Basílio quer passar mais do que ensinamento teórico e de Medicina para os residentes. Nesta vertente de sua carreira, o cirurgião conta também com as histórias que fazem parte de suas experiências e ilustram o lado humano da profissão. “Há sete anos, eu operei uma menina que nasceu com os dois olhos muito separados, similares a um olhinho de peixe. A deformidade era tão séria que, inclusive, ela tinha dificuldades de ter uma visão monocular. Quando eu recebi esta paciente, eu tinha acabado de me formar em cirurgia crânio facial e essa era uma operação que nunca tinha sido feita na UERJ”, lembrou o médico que na época foi visto com desconfiança. “Me acharam um pouco prepotente porque eu não tinha a experiência que eu tenho hoje. Mesmo assim, eu me juntei a profissionais que eu acreditava porque não tinha outra opção para essa menina. Não chegava a ser uma operação de vida ou morte, mas essa deformidade era incapacitante à vida social dela, inclusive de visão”, contou.

Com um misto de coragem e ousadia, dr. Gabriel Basílio e sua equipe da UERJ encararam o procedimento de horas chamado de hiperteleorbitismo, que é a separação das órbitas oculares. “Foi uma cirurgia que fizemos junto com um neurocirurgião porque precisamos tirar a calota craniana para desmontar o rosto e remonta-lo depois. Essa foi uma operação emblemática porque eu ainda estou operando esta menina. Já foram mais três ou quatro procedimentos que incluem nariz e mordida, por exemplo. Hoje, ela é uma paciente completamente recuperada e o que me deixa mais feliz é ver as fotos dela de rosto da internet. Antes, ela só tirava com o cabelo escondendo parte da face”, contou sobre o caso que marcou a carreira.

Entre os casos que marcam sua carreira, odr. Gabriel destacou a cirurgia de hiperteleorbitismo que fez em uma menina pelo SUS (Foto: Sergio Baia)

Para tal, dr. Gabriel Basílio destacou a importância de se ter uma estrutura de segurança. Inclusive, esta é, muitas vezes, a barreira que não permite aos médicos que operam pelo SUS de tratar casos como esse. “Existe uma fila grande porque essas cirurgias esbarram muito nas questões estruturais. Não tem jeito, para fazer algo desse tipo a gente precisa de um mínimo de segurança no hospital. Mas a gente é teimoso e persiste”, disse o médico que destacou que este é um caso mais grave entre as operações da fila. Geralmente, dr. Gabriel realiza muitas cirurgias de lábio leporino e fenda palatina que, como já contou, são suas paixões dentro da cirurgia plástica.

E, por tudo isso, o verso de Djavan e Caetano Veloso não é só uma inspiração na carreira deste cirurgião capixaba que adotou o Rio de Janeiro. O refrão de “Linha do Equador”, música em questão, funciona como um lema profissional e pessoal de dr. Gabriel Basílio. “Se eu tivesse mais alma para dar, eu daria. Isso para mim é viver. É exatamente isso o que eu acredito. Se eu puder viver tudo o que eu sinto, é o que eu quero. Eu acho que esse é o melhor de mim”, completou o médico.

Contato: dr. Gabriel Basílio

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