Dr. Alessandro Martins tira todas as dúvidas sobre cirurgia íntima feminina


“A mulher nunca deve ter vergonha de se expressar, de comentar a respeito de seus problemas na consulta médica: além de o procedimento ser extremamente difundido hoje em dia, tem resultados não apenas estéticos, como de melhora na qualidade de vida e na autoestima’, ressalta o cirurgião plástico

*Por Alessandro Martins

Quando falamos sobre o órgão genital feminino, precisamos ter em mente que sua importância é tanto sexual quanto funcional. É uma região do corpo que mexe muito com a autoestima da mulher, especialmente quando se tem queixas relacionadas a ele. Vou dividir com vocês aspectos do tratamento da cirurgia íntima feminina a partir de três questões muito comuns relacionadas ao púbis (ao Monte de Vênus), que é a área na qual normalmente ficam os pelos, temos àquelas referentes aos grandes lábios e às relativas aos pequenos lábios.

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Em relação à região pubiana, ao Monte de Vênus, temos duas queixas bastante frequentes. A primeira diz respeito a um grande depósito de gordura que se forma nessa área, fazendo com que essa região fique muito volumosa, principalmente com roupas justas, em calças ou em roupas de academia. Isso acaba causando um certo desconforto na paciente, que começa a buscar roupas a fim de camuflar esse volume. A boa notícia é que se trata de uma das situações mais simples de serem corrigidas – normalmente, através da lipoaspiração do Monte de Vênus.

É importante saber que, por vezes, a lipo pode levar a uma certa flacidez com o descenso do tecido da região púbica, podendo encobrir a região dos pequenos lábios e do capuz do clitóris. Dessa forma, também podemos retirar um fuso de pele mais ou menos na região da cesariana – principalmente se a paciente já tiver feito uma cirurgia desse tipo antes. Depois, fazemos um lifting na região para tratar da flacidez.

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A outra queixa em relação ao Monte de Vênus é exatamente a flacidez, muito comum em mulheres que tiveram grande perda de peso, como vemos em pacientes após a cirurgia bariátrica. Elas podem apresentar somente flacidez ou tê-la associada à gordura residual, o que leva a um descenso dessa região e encobre a genitália feminina. Isso dificulta a higiene e a depilação do local.

Nessas pacientes precisam lançar mão de técnicas conjugadas. Nas mulheres que têm apenas flacidez, o tratamento é a retirada de pele num fuso provavelmente maior do que o que comentei no caso anterior. Por vezes, essa retirada não se posiciona somente no sentido horizontal (na direção da cicatriz de uma cesariana ou de uma abdominoplastia). Comumente precisamos executar uma cicatriz em T, pois que também vamos tratar da flacidez vertical. Assim realizamos um procedimento horizontal na altura da cesariana e uma cicatriz vertical que vai em direção ao capuz do clitóris, uma área normalmente com pelos onde a cicatriz vertical pode ser camuflada.

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Nas pacientes que, além de flacidez, possuem depósito de gordura, podemos fazer uma associação de lipoaspiração com uma ressecção maior de pele. Há casos em que somente a ressecção da porção vertical consegue remover a gordura excedente, dispensando a associação com a lipoaspiração.

Descendo em direção à vulva, temos os pequenos lábios (os mais internos, que têm uma parte epitelizada e uma parte de mucosa, sem crescimento de pelos) e os grandes lábios (áreas laterais aos pequenos lábios, feitas de pele, não de mucosa, onde crescem pelos). A queixa mais comum em relação a esses últimos é a flacidez, que, com o passar do tempo, podem denotar um aspecto enrugado. O tratamento mais comum é através da utilização de gordura; ou seja, da lipoenxertia, que leva a um aumento volumétrico do grande lábio e melhora a aparência de pele enrugada.

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No entanto, algumas pacientes não desejam colocar gordura, pois creem que podem ter um aumento do volume dessa região. Há casos em que a técnica fica inviabilizada, uma vez que nem todas as mulheres, sobretudo as muito magras, não possuem gordura para ser transferida. A alternativa é uso de bioestimuladores de colágeno, que melhoram a qualidade da pele e estimulam a produção de colágeno, minimizando o aspecto de pele enrugada. Outra opção é fazer a ressecção dos fusos de peles laterais paralelos aos pequenos lábios. Mas a cicatriz ficará mais aparente, o que para algumas pacientes pode gerar incômodo.

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De todas os questionamentos, o mais frequente – e que causa mais desconforto nas pacientes – são as hipertrofias dos pequenos lábios, que, quando são muito longos, provocam insatisfação estética e dor na relação sexual, batizada dispareunia. Por que ocorre isso? Porque, durante a penetração, caso a mulher possua pequenos lábios extensos, eles acabam entrando na vagina, causando dor. Além de questão estética, temos uma queixa funcional.

As ressecções dos pequenos lábios possuem múltiplos desenhos, que vão depender de qual segmento dessa região está hipertrofiado. Há pacientes que contam somente com o aumento do comprimento vertical e a retirada de fuso de pele de ambos os lados equilibra essa hipertrofia. Outras têm assimetria, ou seja, um pequeno lábio maior que o outro: a ressecção pode ser feita somente de um lado. Cabe destacar que algumas pacientes têm excessos não só de comprimento como da largura, levando a um aspecto que se assemelha à asa de morcego. Nessas mulheres podemos fazer ressecções quebradas em Z ou em T, dependendo da área do excesso de pele.

A cicatriz oriunda deste procedimento, por ser numa área de tecido queratinizado, com mucosa, não fica aparente. Trata-se de uma região de cicatrização muito boa, como toda mucosa, que acaba se regenerando muito bem. A sutura é feita com fios absorvíveis. Em geral, pontos caem espontaneamente, sem haver a necessidade de retirá-los.

O pós-operatório da ressecção dos pequenos lábios, também chamado de ninfoplastia, é um tanto incômodo, uma vez que a área tem uma tendência a inchar muito, além de a região da sutura apresentar uma sensação de queimação. Nas demais áreas, como a maioria dos tratamentos é feita por lipoaspiração ou lipoenxertia, a dor é semelhante à que se sente em outras partes do corpo, como na face, nos glúteos e, atualmente, até mesmo nas mamas.

NUNCA SE ESQUEÇA QUE…

…é muito importante valorizarmos as queixas da paciente, pois trata-se de uma área muito pessoal, muito íntima. Qualquer tipo de reclamação deve ser levada em consideração e reconhecida.

…temos que compreender qual é o planejamento cirúrgico pois, muitas vezes, as pacientes têm queixas nas três regiões anatômicas e elas devem ser tratadas em conjunto.

…a mulher nunca deve ter vergonha de se expressar, de comentar a respeito de seus problemas na consulta médica: além de o procedimento ser extremamente difundido hoje em dia, tem resultados não só estéticos, como de melhora na qualidade de vida e na autoestima.

…é importante compreender que, apesar de ser uma cirurgia simples, ela não deve ser desvalorizada. Quando há situações de lipoenxertia, transferência de gordura ou de lipoaspiração, ela deve ser feita em ambiente hospitalar ou em clínicas com suporte, evitando-se fazer o procedimento em consultório.

… apesar de o pós-operatório ser muito incômodo para algumas pacientes, a satisfação com essa cirurgia é muito elevada; ou seja, vale a pena encará-la, pois as queixas duram, no máximo, um período de cinco a sete dias.

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