Dr. Alessandro Martins comenta o novo cenário no qual as mulheres têm optado por próteses menores para os seios


“As pacientes vêm percebendo que o volume exagerado não é mais tão harmonioso e que, no decorrer dos anos, causa um desgaste na pele fazendo com que a mama caia. Essas pacientes são as que hoje fazem a mastopexia, geralmente com redução do implante. Também temos observado que elas têm escolhido os modelos de próteses menos projetados, o que resulta em mamas mais naturais”, pontua o cirurgião plástico

Nos anos 70, quando as mulheres usavam decotes em V profundo, bustiês e nada de sutiã, a imagem da mama pequena ocupava o inconsciente coletivo e a mamoplastia redutora fazia grande sucesso. A ideia era ter um tórax realmente reto.

Na transição da década de 1980 para a de 1990, porém, ocorreu uma reviravolta e o padrão americano das mamas volumosas era super desejado pelas mulheres. Foi o grande boom das próteses de mama, que se tornaram objetos de desejo. As maiores tornaram-se, cada vez mais, o padrão estético dominante. Chegando aos anos 2000, a moda foi a mama redonda e muito projetada. As pacientes queriam aumentar cada vez mais o volume de seus implantes.

Recentemente, temos visto uma regressão desse padrão – nada, no entanto, que se aproxime da estética dos 70’s, de seios muito pequenos e achatados. Hoje, as mamas são definidas, com volumes de pequeno para médio. Acredito que o fato de a moda ter voltado aos decotes profundos, às transparências e ao uso de roupas sem sutiã tem a ver com esse retorno de tendências antigas.

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Por outro lado, atualmente a mulher pratica muita atividade física. As atividades de impacto como corridas, maratonas e crossfit têm, cada vez mais, participantes femininas. O volume excessivo pode atrapalhar o desempenho. No carnaval, vimos musas com fantasias que não necessitavam dos bojos aramados para segurar os seios. Isso confere leveza e beleza ao contorno corporal, que fica bem harmônico.

Ao longo dos anos, tivemos intercorrências em função da moda das mamas ultravolumosas. A prótese de silicone grande, quando é colocada numa paciente com mama pequena ou média, funciona como um expansor de pele. A tendência é de cair (ptose mamária) por conta da pele expandida e do peso da prótese de silicone. Quando escolhe o implante menor, a paciente transforma uma cirurgia de colocação de prótese com uma cicatriz pequena numa mastopexia com prótese (cirurgia plástica que visa reverter o caimento dos seios e reposicionar a pele flácida a fim de elevá-los até as posições originais, garantindo sua beleza e simetria). Isso quer dizer que adquire uma cicatriz de mamoplastia de ‘T’ invertido, que não é pequena, causada pelo uso crônico de próteses volumosas.

Dr. Alessandro Martins (Foto: Vinicius Mochizuki)

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Essa prática tem sido cada vez mais frequente. As pacientes vêm percebendo que o volume exagerado não é mais tão harmonioso e que, no decorrer dos anos, causa um desgaste na pele fazendo com que a mama caia. Essas pacientes são as que hoje fazem a mastopexia, geralmente com redução do implante.

A escolha da prótese não é totalmente empírica, não é um número ou tamanho que o cirurgião ou a paciente tira da cabeça. Teoricamente, cada uma tem um volume adequado a seu tórax. Existe uma proporção entre a base, a altura das mamas e o formato do tórax da mulher que leva o cirurgião a escolher o tamanho e o formato de implante ideais.

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Basicamente, temos três tipos de pacientes: as longilíneas (que têm o tórax longo); as brevilíneas (de tórax mais curto); e as normolíneas. De acordo com o tipo de tórax, teremos bases de mamas mais largas, mais estreitas ou alturas mais longas. Todo implante de silicone tem medidas de base, altura e projeção. É baseado nesse cálculo que escolhemos o volume de implante ideal. Costumo dizer que toda paciente tem o tamanho da prótese que cabe exatamente onde ficará alojada.

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Além disso, temos formatos de próteses diferentes. Nem todas precisam usar uma prótese redonda ou extremamente projetada. Basicamente, as próteses se dividem em anatômicas (que têm o contorno do colo superior suave) e redondas (que deixam o colo redondo e marcado). Além dos formatos dessas próteses mais naturais, temos as projeções. Quanto mais a prótese cresce para a frente, mais marcado, mais projetado e mais ‘artificial’ fica o resultado.

Também temos observado que as pacientes têm escolhido os modelos de próteses menos projetados, o que resulta em mamas mais naturais.

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LEMBRETES

. A moda sempre volta. Vale ficar mais ou menos no meio do caminho e ter sempre um padrão de beleza que se mantém. Devemos sempre evitar os extremos.

. Pacientes que optam por próteses muito volumosas podem precisar passar por outra cirurgia com cicatriz maior, graças ao peso do implante.

. Todo tórax feminino se encaixa num volume de implante adequado. Devemos respeitar esse limite, pois é o que se torna mais belo.

. Lembre-se que mamas volumosas podem atrapalhar o seu dia a dia, principalmente nas atividades físicas.

. O belo sempre é belo. É atemporal. Quanto mais atemporais formos, por mais tempo nos manteremos dentro de um padrão de beleza adequado.

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