Vivendo Lulu de ‘Bom Sucesso’, Carla Cristina Cardoso elogia Grazi Massafera e lembra conselho de Fernanda Montenegro


“Uma vez, a Fernanda foi assistir uma peça que eu integrava o elenco e ela falou: ‘Você é comediante, não fuja disso. Aceite o que a arte escolheu para você, que é o humor, porque enquanto o mundo quer ser engraçado, tem gente que não aceita o humor. Aceite que você ganhou a comédia’. Dali para frente aceitei”, relembra a atriz

Carla Cristina Cardoso (Foto: Flávio Ramos)

*Por Karina Kuperman

Em uma novela com atuações inspiradas e sucesso de público e crítica, se destacar não é para qualquer um. Mas Carla Cristina Cardoso tem feito com maestria. Vivendo a divertida Lulu em “Bom Sucesso”, a atriz lembra como foi receber convite para integrar o elenco da trama das 19h. “Quando eu fiz a Dinorah em ‘A regra do jogo’, ela foi um boom. A partir daí tudo começou a acontecer. O Fabio Zambrone me explicou quem era a Lulu, essa mulher empoderada, que é cheinha, rechonchuda, mas tem a autoestima lá em cima. E assim eu fui. Eu conheço a Rosane (Svartman) (que assina a trama com Paulo Halm) há vinte anos. Fui para a reunião e foi incrível. Eles me explicaram de ponta a ponta e deu muito certo. O elenco dessa novela é feliz. Foram dois meses de preparação com todos juntos, criamos uma proximidade enorme. Temos uma profissão complicada, de muita gente, muito ego, e você chegar em uma novela e todos estarem na mesma atmosfera é incrível”, elogia.

Carla Cristina Cardoso tem se destacado vivendo a divertida Lulu em “Bom Sucesso” (Foto: Flavio Ramos)

Antes da trama das 19h, Carla Cristina viveu a divertida Gisleine em “Os Suburbanos”, série no Multishow, e integrou o elenco do “Zorra” por cinco meses. Com tantos humorísticos no currículo, será que ela se considera engraçada? “Eu acho que tem isso de lembrarem de mim. Sempre, desde criança, eu tive muitos problemas de chorar, porque achava que estavam rindo de mim. E nem era, era do que eu falava. Eu era muito tímida, fazia oficina de teatro e sempre falavam para eu aceitar essa veia do humor. Não escolhemos isso, somos escolhidos. Uma vez, a Fernanda Montenegro foi assistir uma peça que eu integrava o elenco e ela me falou: ‘Você é comediante, não fuja disso. Aceite o que a arte escolheu para você, que é o humor, porque enquanto o mundo quer ser engraçado, tem gente que não aceita o humor. Aceite que você ganhou a comédia'”, relembra. “Dali para frente aceitei”. O teatro, aliás, foi mola propulsora para tudo na sua vida. “Tudo que eu fiz na televisão até hoje foi por conta do teatro. Já tinha feito testes, mas o teatro impulsionou muito porque todos produtores vão. Todos os testes que eu fiz foi porque alguém foi ao teatro e me convidou”, conta.

Carla Cristina elogia os bastidores da trama das 19h (Foto: Flavio Ramos)

A sintonia entre Lulu e Paloma, de Grazi Massafera, tem dado o que falar. E a amizade entre as duas ultrapassou as telinhas. “A Grazi é incrível, maravilhosa. Desde o primeiro dia que nos vimos já virou amizade. Qualquer pessoa que trabalha com ela sente algo parecido. Ela é gente como a gente. Vamos à esquina, bebemos, ouvimos música, comemos pão na chapa. Ela não tem contaminação de fama, beleza, não tem. É muito simples, tem um mundo interior dentro dela e isso está em primeiro plano. Todos deveríamos ser assim. Ela é amiga, companheira, acalma a gente em cena. É mágica. Tive uma pessoa na vida que foi assim, a Viviane Pasmanter, que é mãezona”, elogia. “A Grazi é o tipo de pessoa que você quer sair com ela sexta, sábado e domingo. Ela é interessada, quer saber as coisas, manda no whatsapp. Quem trabalha com ela tem que agradecer muito, estamos muito felizes de ela ser nossa protagonista, nossa Paloma. Ela é amiga para depois da novela, com certeza”, diz.

Outro colega de peso é Antônio Fagundes, que, segundo Carla, tem uma memória impressionante. “Ele é demais. Um encanto, pessoa da Disney, mesmo. A gente chega perto se tremendo e ele ajuda, aconselha… Você esquece o texto ele fala o seu! Ele sabe texto de todo mundo…. dá até medo”, brinca.

Carla Cristina como Lulu (Foto: Reprodução/TV Globo)

Sua personagem de enorme autoestima faz com que Carla tenha propriedade para opinar sobre assuntos como o texto em que Walcyr Carrasco publicou em uma revista, na última semana, para falar sobre as críticas que sofreu por ter usado a palavra “gorda” em uma fala de “A dona do pedaço“. “A novela mostra a vida. Não existe só gente fofinha e legal no mundo, tem muita gente ruim. A novela é vida real, não vivemos no ‘mundo de Bob’, as pessoas falam essas coisas. No subúrbio da série, as pessoas se chamam de galinha… isso não quer dizer nada. Com a internet tudo fica mais difícil… eu mesma me chamo de imensa, brinco ‘não vou comer esse bolo, porque estou imensa. Mas as pessoas levam tudo para esse lado ruim. Eu vi que no papel da novela do Walcyr cabia, é da pessoa maldita”, analisa.