Alice Wegmann retorna à TV em Rensga Hits!, série que aborda o feminejo inspirada em Marília Mendonça


Os maiores desafios de Alice no atual projeto foram cantar e tocar violão. “Minha personagem, a Raíssa, foi desde sempre uma homenagem à Marília. Minha personagem me atravessou da forma mais intensa possível, assim como fez Marília, sem mesmo saber quem eu era”

* Por Carlos Lima Costa

Protagonizada por Alice Wegmann, no papel da cantora Raíssa Medeiros, a série Rensga Hits!, que estreia na quinta-feira, dia 4, no Globoplay, vai trazer um turbilhão de emoções para os fãs de Marília Mendonça (1995-2021), Rainha da Sofrência, que partiu precocemente aos 26 anos, vítima de acidente de avião, e na qual a série é inspirada. Afinal, vai mostrar a força feminina na canção sertaneja, o feminejo, que introduz o ponto de vista das mulheres nas canções. “Minha personagem, a Raíssa, foi desde sempre uma homenagem a ela em vida, nossa maior referência e inspiração, uma menina que me atravessou da forma mais intensa possível, que me transformou, assim como fez Marília, sem mesmo saber quem eu era”, enfatiza a atriz.

Alice, que já brilhou em séries como Ligações Perigosas e Onde Nascem os Fortes, e novelas como A Vida da Gente, a primeira, em 2011, e Órfãos da Terra, vibra bastante com o atual projeto. Mesmo sem ter estreado, a série já está marcada de forma especial em sua trajetória. “Raíssa é alguém que facilmente seria a minha melhor amiga. É a personagem mais carismática que eu já fiz, verdadeira, intensa e completamente apaixonante. Ela sonha e vai atrás do que quer, sabe perdoar, pratica a empatia com naturalidade, tem uma natureza livre e bem observadora. São as suas vivências, sobretudo, que fazem ela escrever e cantar com inspiração e o coração. Verdade e honestidade são imprescindíveis tanto para ela, quanto para mim. Sempre conectada aos seus valores, é íntegra e expõe sua vulnerabilidade facilmente, sem medo de demonstrar os sentimentos. Ela é forte, me emociona”, frisa Alice, que aos 26 anos, é uma das principais atrizes de sua geração.

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Alice Wegmann retorna à TV em Rensga Hits!, série do Globoplay, que estreia no próximo dia 4 (Foto: Gleik Suelbe)

Os maiores desafios de Alice no atual projeto foram cantar e tocar violão. “São duas artes que me deixam completamente vulnerável, porque não tenho o domínio de nenhuma delas. Antes de termos aula de canto, eu tocava e cantava muito pouco, tímida no meu quarto. O Francisco Gil (filho de Preta Gil e neto de Gilberto Gil) é meu melhor amigo, e me deu um violão de aniversário em 2021. Parecia que era o destino me dizendo ‘vai treinando aí, porque logo você vai ter que cantar para o Brasil ouvir’”, ressalta ela, que na preparação morou três meses em Goiânia, onde além das aulas de canto e violão, teve também de prosódia, para aprender o sotaque da região.

Tenho uma missão nas mãos e quero cumpri-la da melhor forma, emocionando as pessoas com a trama e as músicas, nesta que é uma história de superação e perdão, de mulheres fortes e decididas – Alice Wegmann

E acrescenta: “Respeito tanto a música dos outros, que sou muito crítica com o que sai de dentro de mim. Sei que não estou fazendo a Raíssa à toa. Tenho uma missão nas mãos e quero cumpri-la da melhor forma, emocionando as pessoas com a trama e as músicas, nesta que é uma história de superação e perdão, de mulheres fortes e decididas. A Raíssa me fez voltar a sonhar. Espero que isso aconteça com quem assistir”, observa ela, que nas gravações conheceu o namorado, o produtor musical Dudu Borges.

Para gravar a série Rensga Hits!, Alice teve aulas de canto, violão e prosódia (Foto: Globo/Divulgação)

A história de Raíssa Medeiros é o ponto de partida da série. Movida pela emoção, ela abandona o noivo no altar ao descobrir que foi traída. Ainda vestida de noiva, deixa a fictícia cidade Lucas do Rio Claro rumo a Goiânia, levando o violão do pai, que não chegou a conhecer. Lá, seu destino se cruza com o de Carol (Maíra Azevedo, a Tia Má), que lhe oferece um emprego e o primeiro de muitos palcos. Mas, ali, Isaías (Mouhamed Harfouch), compositor que passa por bloqueio criativo, a escuta cantar a música inspirada na própria trajetória e a entrega para a cantora Gláucia Medeiros (Lorena Comparato) gravar na casa de composição Rensga Hits!, comandada por Marlene (Deborah Secco). A música vai se tornar o maior hit do feminejo. Revoltada, Raíssa vai ao local tirar satisfações e é surpreendida ao encontrar o pai que achava estar morto.

UNIVERSO VASTO DE INSPIRAÇÕES MUSICAIS

A partir daí, com coragem e determinação usa o talento para recomeçar, contar e cantar suas experiências e as de todas as mulheres que foram abandonadas, enganadas, subjugadas ou esquecidas, mas que também deram a volta por cima, assim como ela. E se torna cantora e compositora sertaneja de sucesso. “Essa história vai chegar em todos os corações, porque fala de sonho, de música, de amor e de tudo isso que a gente pode ser, tudo que o Brasil precisa nesse momento pra seguir existindo com força. Um trabalho sempre chega para mudar a vida da gente, mas quando li esse texto eu logo de cara sabia que a transformação ia ser total”, postou ela em seu Instagram.

Alice Wegmann, em A Vida da Gente, sua estreia em novelas, em 2011 (Foto: TV Globo/Matheus Cabral)

Durante todo o processo, parou para pensar que seus maiores ídolos são principalmente cantoras: Gal Costa, Maria Bethânia, Clementina de Jesus (1901-1987), Marisa Monte, Elza Soares (1930-2022), Marília Mendonça, Janis Joplin (1943-1970), Nina Simone (1933-2003)… A música sempre esteve na minha vida. Desde pequena eu colecionava CDs das trilhas sonoras das novelas e já sabia cantar Caetano Veloso, Chico Buarque. Quando me perguntam meus artistas favoritos, sempre cito músicos. A música é a arte que mais me conecta com o divino. Conheço o meu país, entendo o Brasil, principalmente através da música. Posso dizer que meu país é minha maior referência”, diz ela, que dos 3 aos 11 anos fez ginástica olímpica.

Versátil, ano passado, estreou como diretora no comando de um vídeo com a participação de nomes como os cantores Francisco Gil e Clara Buarque, com o qual o caderno ELA de O Globo, homenageou coleção da Gucci, Overture of Something that Never Ended.