Na série ‘Rensga Hits’, Deborah Secco vive empresária musical. Atriz é business woman versátil na vida real


Uma das primeiras produções globais a ser inteiramente gravada no Centro-Oeste do Brasil, “Rensga Hits” entrará no catálogo Globoplay no dia 4 de agosto. A série, que trata sobre o universo feminino sertanejo, promete! Deborah Secco vive Marlene, uma empresária do ramo musical. Além disso, atriz em está em série internacional e assina projeto infantil para Giga Gloob

“Rensga Hits” objetiva dar protagonismo ao gênero musical sertanejo e o universo das cantoras. Não que o estilo precise “de um empurrãozinho”, já que é um dos mais consumidos no Brasil ultimamente, mas a atender um nicho no qual ele ainda não era contemplado: o das séries. Alice Wegmann vive a protagonista, que é inspirada em Marília Mendonça (1995-2021). Em “Rensga”, Deborah Secco interpreta uma empresária bem-sucedida do ramo musical que está há anos estabelecida na liderança do segmento, quando passa a sofrer reveses de uma outra gravadora, a Joia Maravilha Records, liderada por Helena Maravilha (Fabiana Karla), que na primeira oportunidade, tira do cast da Rensga, seu principal astro: Enzzo Gabriel, o Príncipe da Sofrência  (Maurício Destri). Com elenco majoritariamente feminino, a série se propõe a contar a história de mulheres fortes e determinadas. É o que diz Deborah Secco:

Acho que a Marlene simboliza um pouco de todas nós, mulheres brasileiras, que no fundo temos que ser fortes, mas também somos muito sensíveis. Para compor a Marlene, tive uma grande inspiração: as meninas do feminejo de Goiânia, como Maiara & Maraisa e a eterna Marília Mendonça (1995-2021) – Deborah Secco

A ausência de Marília é algo sentido na série. Muitas das atrizes inspiraram-se na cantora, que inclusive faria uma participação no projeto. Todavia, a cantora sofreu um trágico acidente de avião em novembro de 2021, deixando milhares de fãs órfãos. A força e determinação de Marília, bem como a sua assinatura artística, agindo como porta-voz das mulheres, fez nascer o movimento do feminejo. Incluindo o sucesso das duplas Simone e Simaria, Maiara e Maraísa e a consolidação de nomes como o de Paula Fernandes, que já estava no mercado.

Sobre sua personagem, Secco a classifica como sendo uma mãezona, especialmente por conta da rigidez. Deborah também destaca o olho clínico para o talento presente em sua personagem, que reconhece, de cara, a vocação de Gláucia Figueira (Lorena Comparato), e Raíssa (Alice Wegmann). Outra característica de destaque da personagem, segundo sua intérprete, é seu caráter:

“Eu acho que a Marlene representa a ‘Rensga’, o sonho de cantar, de fazer sucesso, mas sem passar por cima de quem você verdadeiramente é, dos seus princípios, dos seus valores. É sobre se realizar dentro do seu limite, e com muito amor. Marlene é trabalho, é sonho, realização, mas sobretudo ela é amor”.

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Durante os três meses de gravações em Goiás, Deborah Secco afirmou que a série foi revolucionária para si: “Mudou a minha vida”. “Rensga”, trata-se de uma expressão tipicamente goiana, uma interjeição, equivalente ao “nossa” ou ao “eita”. Pela primeira vez, o Centro-Oeste foi escolhido para ser, totalmente, a locação de um projeto da Globo. Mesmo “Pantanal”, teve locações híbridas – parte no Rio e parte no Mato Grosso do Sul. Alguns outros produtos, como a novela “Estrela Guia”, de 2001, e os folhetins “Em Família”, de 2014 e “Araguaia”, de 2010, foram parcialmente gravados em Goiás. As duas últimas novelas foram realizadas em cidades goianas como forma de a TV reconquistar público naquele estado, onde não costuma pontuar bem em audiência. Agora, a gravação de uma série para o Globoplay, não parece atender a somente a este requisito, mas a uma tendência normal do mercado que é o público de internet. Deborah Secco diz que este é um momento novo, que ainda está sendo estudado pelas plataformas:

A gente está num momento de transformação com a entrada dos players de internet no nosso país. Não apenas aqui, mas no mundo inteiro. Porém, a TV aberta ainda tem um público grande e específico e ainda vamos entender, no futuro, para onde vamos – Deborah Secco

Segundo a atriz, a série deixa a ela e ao público um legado de “Família, afeto, sonho…. sobre amor. Então, tem muitas lições”.

Deborah Secco vive Marlene em “Rensga Hits” (Foto: Gleik Suelbe/Divulgação TV Globo)

MAIS PROJETOS PARA O STREAMING

Além de “Rensga Hits”, a atriz estará presente na série internacional “Codex 632”, uma coprodução da Globoplay com a produtora portuguesa SPi e a RTP. O projeto terá seis episódios e é baseada no livro homônimo do jornalista José Rodrigues dos Santos e contará, além de Deborah Secco, com Paulo Pires nos papéis protagonistas. O roteiro coube ao português Pedro Lopes, vencedor do Emmy de melhor telenovela por “Laços de Sangue”, em 2011. Trata-se do primeiro projeto artístico que ela monta fora do Brasil: “Quem sabe não vai ser o meu primeiro passo para uma longa carreira?”, anima-se.

Deborah Secco produzirá um projeto especial para infantil para o canal Giga Gloob, além de um monólogo inédito no teatro. Dentre tantos projetos se desenrolando um sonho: interpretar Tieta, personagem vivida por Betty Faria na televisão e por Sonia Braga no cinema.

“CODEX 632” começou a ser gravada em Lisboa Déborah Secco e Paulo Pires vivem os protagonistas (Foto: Filipe Feio/Divulgação TV Globo)

EMPRESÁRIA TAMBÉM NA VIDA REAL

Além da vitoriosa carreira como atriz, Deborah possui quatro empreendimentos: é investidora e diretora criativa da Singu, uma startup voltada para manicures; é proprietária da Espaço Facial, uma empresa de estética do rosto, e a “Mais Cabelo”, que se destina aos tratamentos capilares, tanto através do transplante como do tratamento dos fios. Peça Rara foi a sua mais recente inauguração, na qual investe em peças de roupa sob a filosofia do “second hand”, voltada para a economia circular em prol da sustentabilidade. A businesswoman conta que:

“Vinha procurando empresas para investir e fiquei interessada em apostar na verve empreendedora. Esse é um tema que faz muito sentido pra mim, que é o de fazer a economia circular através do consumo consciente. Eu acho cada vez mais necessário pro mundo e para o planeta (discutir este tema), e isso começou a fazer muito sentido pra mim. Procurei por algumas empresas e gostei demais da “Peça Rara” não só em razão de ela pregar esse propósito, mas de vivê-lo. Como eu sou uma pessoa muito ‘de verdade’, eu gosto de coisas que são ‘de verdade’”.

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Deborah Secco na inauguração da “Peça Rara”, empreendimento voltado para moda second hand (Foto: AgNews)

POSICIONAMENTO FEMININO E LIBERDADE

Vem sendo recorrentemente discutida na sociedade contemporânea o posicionamento da mulher frente à cobrança aos padrões estéticos costumeiramente direcionado a elas, de que estejam perfeitas e irretocáveis a todo tempo. Secco nota uma mudança nesse comportamento e torce para que as mulheres possam ser vistas com mais naturalidade: “Estamos caminhando para se livrar dessa pressão estética, que cria protótipos de perfeição. A gente teve sempre de se mostrar perfeito publicamente e, no campo pessoal, nunca pude mostrar meus erros, meus tropeços”. Ela prossegue:

Eu tentava evitar de mostrar fotos na praia, porque podiam não me pegar no melhor ângulo, mas hoje eu estou bem liberta. Eu sei que há um julgamento e um tribunal nas redes sociais, mas eu estou mais focada em não julgar o próximo, em olhar o outro com empatia amor, compreendendo os nossos defeitos. Eu não dou importância aos haters e aos tribunais da rede sociais na internet. Estou me aceitando cada vez mais como humana sujeita a erro e aprendendo a lidar com isso tirando a pressão da perfeição. Cada vez mais eu entendo que sou o melhor que posso ser – Deborah Secco

Em entrevista ao site a ariz já havia comentado que também por ser mulher, é mais cobrada que o seu marido. E destaca os desafios que vivencia ao ter, necessariamente, que dar conta da vida profissional, afetiva e doméstica. E que a conta nem sempre fecha adequadamente: “(Há) um sonho que ainda me movimenta, que é conseguir ter uma vida mais equilibrada, entre o profissional e o pessoal. Ou vou muito para o lado do trabalho ou muito para a vida pessoal. Me cobro demais. Quero ser boa mãe, mulher, parceira, profissional competente no que faço. Acho que essa cobrança é algo nosso, feminino. Se não formos impecáveis, não temos espaço. Preciso me provar dez vezes mais do que o meu marido. Além disso, também tem uma coisa minha, pessoal, de ter medo de errar, de não ser mais chamada para fazer nada. Então, me exijo mesmo. Acho que terei esse tipo de medo para sempre, nunca achamos que conquistamos tudo. Se eu parar, morro. Não quero acreditar que cheguei a um lugar estático, porque aí é só morrer, né? Me estimulo a ir além”.

Finaliza dizendo-se plena, justamente em razão das contradições que a humanizam: “Sou realizada, tanto no âmbito pessoal, quanto no profissional. Errei, acertei, conquistei sonhos, aprendizados. Me tornei melhor do que pensei. E caminho sempre para frente”.