*Por Rafael Moura
Importado dos subúrbios de Paris, na França, para o Rio de Janeiro, pela educadora física Maryam Kaba, o Afrovibe rapidamente conquistou os cariocas. Afinal a energia, o calor e a vibração dessa dança estão em sinergia com a mesma frequência do clima carioca. Ao som de músicas pop de países como Angola e Costa do Marfim, as aulas combinam o gingado do kuduro com agachamentos, o swing do afrobeat, o rebolar do funk com movimentos fitness com objetivo de malhar e definir o corpo. “O afrovibe é uma modalidade fitness de dança afrocontemporânea, usamos movimentos dos atuais estilos de dança da diáspora africana, como por exemplo, afrobeat, kuduro, funk, auxiliando na manutenção da sanidade mental, alívio de estresse, melhorando o condicionamento físico, além de um trabalho de cardio e queima de calorias”, explica a dançarina, ativista, cientista social e integrante do coletivo Heavy Baile, Sabrina Ginga do time Afrovibe Dance Workout. Em um hora de aula, você chega a gastar até 700 calorias.
Os benefícios aparecem por dentro e por fora do corpo, afinal, a percussão anima o coração e o clima descontraído deixa o rebolado de quadril cada vez mais solto, o que acaba trabalhando muito a autoestima, ainda mais nesse período de isolamento social por conta da pandemia mundial causada pela Covid-19. “Nesse período de isolamento social em que nosso corpo está a maior parte do tempo em um mesmo espaço, manter-se em movimento auxilia na manutenção de foco e concentração”, revela a instrutora, que começou a dançar aos três anos de idade. Atividades de dança ainda proporcionam o aumento da flexibilidade, força, resistência e fortalecimento dos músculos, auxiliando na melhora da nossa postura, trazendo benefícios para quem sofre de doenças ósseas e rigidez articular. Com a postura alinhada é possível evitar lesões, fadiga, deformações, desequilíbrio, dores nas costas e de cabeça, além da melhora na respiração.
Segundo um estudo feito pelo Instituto de Psicologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, UERJ, os casos de depressão praticamente dobraram desde o início da quarentena. Entre março e abril, dados coletados online indicam que o percentual de pessoas com depressão saltou de 4,2% para 8,0%, enquanto para os quadros de ansiedade o índice foi de 8,7% para 14,9%. O relatório ainda revela que o contrário do que pensa o senso comum, pessoas no confinamento não tendem a adoecer mais mentalmente. Aquelas que precisam sair de casa para trabalhar diariamente foram as que apresentaram os maiores níveis de questões de fragilidade. A frase ‘quem dança seus males espanta’ nunca foi tão bem aplicada. Sabrina avisa que as aulas estão acontecendo online pelo zoom. Nesse momento de isolamento ela também está com aulas fixas de funk as terças às 15 h e aos sábados às 13 h.
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