* Por Carlos Lima Costa
Após dois anos de pandemia, o que os artistas, uma das classes profissionais mais afetadas pela crise sanitária que tomou conta do mundo, mais desejam é trabalhar, trabalhar e trabalhar. Larissa Maciel, que após isolamento severo, estreou recentemente com o espetáculo Quando Eu For Mãe Quero Amar Desse Jeito, ao lado de Vera Fischer e Mouhamed Harfouch, no Teatro Clara Nunes, Rio, é um exemplo disso. “Nesse primeiro semestre, estou focada totalmente na peça. Enfim, a vontade é de trabalhar muito, recuperar esses dois anos em que fiquei parada por causa da pandemia”, pontua ela, que por outro lado, enquanto respeitava o isolamento, em sua casa, no Rio, na companhia do marido, o empresário André Surkamp, e da filha Milena, de 8 anos, viveu uma das mais emocionantes experiências de sua vida. “Eu tive a chance de alfabetizar a minha filha. Isso acabou sendo um presente, uma memória que a gente vai ter para sempre”, vibra emocionada.
Larissa destaca que era o primeiro ano da menina na escola, mas por conta da Covid-19, essa rotina começou em casa. “O primeiro ano do isolamento social foi bem atípico na minha vida. Nunca imaginei que eu fosse alfabetizar a minha filha. Mas estávamos isolados em casa e ela não podia fazer aula sozinha, porque não sabia ler. Então, diariamente eu acompanhei o passo a passo. Com o suporte da escola, claro, mas quem estava do lado dela, ensinando e acompanhando tudo fui eu”, relata.
Para Larissa, essa experiência foi mais fácil do que para a grande maioria de pais e mães, porque ela tem a técnica do ensinamento, afinal, já trabalhou como professora de inglês. “Eu gosto de dar aula, então, a gente criou uma forma divertida de transformar aquele momento, que não fosse um suplício. Claro, que ela sentiu muito a falta da professora, dos amigos e do ambiente escolar, que são insubstituíveis. Mas mesmo fechadas dentro de casa, conseguimos transformar esse aprendizado em memórias positivas”, acrescenta.
Então, é energizada por toda essa vivência, que Larissa – longe da TV, desde que participou da novela Jesus, na Record, exibida até abril de 2019 – está empolgadíssima com o espetáculo, que permanece em cartaz, no Rio, até 17 de abril. Depois, a peça escrita por Eduardo Bakr e dirigida por Tadeu Aguiar, vai rodar o Brasil e a meta é apresentá-la também fora do país, como em Portugal, por exemplo. “A Vera é uma pessoa muito querida, tem energia contagiante. É bom poder trabalhar com quem tem tanta experiência como ela”, frisa Larissa, ressaltando ainda que esta é primeira vez que as duas estão contracenando.
No palco, Larissa surge como Gardênia, futura nora de Dulce Carmona, personagem de Vera. Quando esta recebe a notícia de que o filho vai se casar com uma mulher que ela não conhece, se inicia neste momento uma conturbada relação entre os três nessa comédia ácida.
No início deste ano, quase dois anos após o surgimento da pandemia, quando já estava envolvida com o espetáculo, Larissa testou positivo para a Covid-19, com a disseminação da variante ômicron. “Eu já estava vacinada, não tive nenhuma complicação. Soube por que a gente estava testando para poder ensaiar a peça”, conta Larissa, que pode ser vista no Globoplay na minissérie Maysa – Quando Fala o Coração, de 2009, onde ela interpretou a protagonista da história, a cantora Maysa (1936-1977).
Quando a vacinação para as crianças de cinco a 11 anos foi liberada, Larissa levou a filha para ser imunizada. Quase três semanas depois, a herdeira completou oito anos, e Larissa fez uma rasgada declaração de amor em um post em sua página do Instagram. “São oito anos que vivencio o maior amor do mundo. Oito anos que acordo sorrindo, porque você é meu primeiro pensamento de todas as manhãs. Oito anos que encontro no teu abraço o amor, o conforto, o aconchego, a energia e a força para ser uma mulher melhor…”, escreveu a atriz em sua rede social.
Assim, não consegue entender o que levou as pessoas a questionarem se as crianças dessa faixa etária deveriam receber doses da vacina contra a Covid. “Nós sempre vacinamos as crianças sem nenhum tipo de questionamento. Eu não entendo como um pai pode se vacinar e negar a vacina ao seu filho. Minha filha está vacinada, já tomou as duas doses. Eu e meu marido tomamos as três. Gostaria de incentivar os pais que vacinem os seus filhos”, enfatiza.
Diante dessa questão e de outras tantas que aconteceram no Brasil nos últimos anos, ressaltou suas expectativas diante da eleição presidencial que vai ser realizada esse ano e que transformações deseja que ocorram no país, em 2023. “Eu realmente torço por uma mudança. Eu espero que o (Jair) Bolsonaro saia do poder, porque acho que ele fez um governo péssimo em todos os sentidos, principalmente para a educação, para o meio ambiente e para a cultura”, destaca Larissa.
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