Tonico Pereira comemora o fato de seu Ascânio ter caído no gosto popular: “É um cara muito humano na sua essência”

Vivendo um dos personagens mais populares de sua carreira, Tonico Pereira não tem ideia do que vem pela frente para seu Ascânio em “A regra do jogo”. O “velho”, como é chamado por Atena, de Giovanna Antonelli, é um mau-caráter assumido e, ainda assim, caiu no gosto do público. E olha que Tonico já fez grandes papéis, como o inesquecível Mendonça, a quem se dedicou por 13 anos em “A grande família”. “Mas a repercussão é completamente diferente, tenho sentido muito. É uma novela de horário nobre e um personagem muito carismático. O Ascânio é um cara muito humano na sua essência”, disse Tonico, entregando que sempre tenta se aproximar do que é real na vida. “Sempre uso uma linguagem tragicômica nos meus personagens, porque essa é a linguagem do ser humano na vida. Com isso causa empatia, identificação. Os pormenores do ser humano estão com ele. No fundo o que interessa é contracenar com o público, mais até do que com os atores à frente”, analisou.

Tonico Pereira acredita que a empatia com o público é fundamental (Foto: Reprodução/TV Globo)

Falando nos colegas de cena, ele sabe que a parceria com Alexandre Nero, Giovanna Antonelli, Vanessa Giácomo e Tony Ramos também foi responsável por seu Ascânio ter caído no gosto popular. “Os integrantes do elenco que eu mais contracenoe são Nero, Giovanna, Tony e Vanessa. São pessoas maravilhosas. Me sinto muito bem ao lado de todos. Eles não cobram minha falta de estrutura, gostam dos meus defeitos. É com eles que eu trabalho”, elogiou Tonico, que admitiu: não lê os textos da novela. “Não é uma prática minha, eu chego na hora e tenho ponto, então não leio. Eu tenho subsídios para a minha trama”, explicou, sobre uma interpretação tão bem feita.

A dupla com Giovanna Antonelli também tem agradado os fãs da novela (Foto: Reprodução/TV Globo)

Tonico, que prestigiou o evento de premiação do Cesgranrio, declarou que gosta de estar presente para confraternizar com seus colegas de profissão. “O melhor desses eventos é a integração. As festas são o que nos reúne e dão possibilidade do encontro. Acho legal. Antigamente, os atores se viam todos os dias em bares. Agora, a cidade se expandiu, muitos foram morar na Barra e Recreio. Eu continuo na Zona Sul, gosto do invólucro carioca de fato”, disse ele, ressaltando, ainda, a importância do teatro – o foco do Cesgranrio: “Se você tem uma relação humana, tem teatro no meio. Começa dessa forma. Agora, se falarmos da coisa oficial, digo, como ofício, com patrocínio, é outra história. No mais, você faz teatro desde que acorda ate a hora de dormir. Teatro é fundamentalmente vida. Nada mais do que isso”, declarou.

Na pele de Ascânio, Tonico comparou a repercussão de “A regra do jogo” com a de “A grande família” (Foto: Reprodução/TV Globo)

Falando do teatro como ofício, Tonico acredita que a crise não prejudica a arte. “A arte em si independe de crise. Se fosse por isso, Van Gogh não teria existido. Ele nunca vendeu um quadro. Da Vinci, por exemplo, vivia fazendo quadros como Madona Benois para ganhar dinheiro para as experiências dele. A arte em si não é parâmetro para julgamento de mercado. Ela existe sozinha, nos sonhos, no andar, em tudo”, disse. E ele é artista de mão cheia!