*Por Brunna Condini
Um dos programas que mais divertiu em 2019, o Que História É Essa, Porchat?, no GNT, vai voltar a ser gravado, mesmo durante a pandemia do novo coronavírus, mas com formato alterado por conta das recomendações de isolamento social, que ainda são necessárias. Sorte nossa. Fabio Porchat conversou com o site a caminho das gravações, que retornaram quinta-feira, sobre os 20 episódios inéditos que têm previsão de estreia para 4 de agosto, desta vez às terças e quintas-feiras, às 22h30, e falou sobre as mudanças.
“Estamos fazendo bem diferente. Era um programa que gravávamos com muita proximidade física e, agora, só eu estarei no estúdio. Os três convidados e plateia que dividem suas histórias estarão de suas casas. E um cenário em 360º”. No primeiro programa, recebo Sandra Annenberg, Monique Alfradique e Marcelo Médici”, conta. “Gravamos dois testes para ver como funcionaria e posso dizer que deu muito certo. O programa é simples no melhor sentido da palavra: são pessoas contando histórias, Então, quando você tira as pessoas do lugar pode não funcionar. Mas está bacana e é um aprendizado”.
Ele comenta também sobre as agruras com a tecnologia, que tem sido a grande aliada do trabalho remoto durante a pandemia, mas por conta dos diferentes sinais da internet de cada um também pode ser um desafio em uma gravação. “Não tem jeito, faz parte, e que bom que temos o digital. Mas para não prejudicar a história que está sendo contada, por exemplo, nós enviamos um equipamento para a casa de quem vai contar para garantir um áudio bom, puro”, revela. “Acho que nada substitui aquele contato ao vivo, mas ao mesmo tempo, a pessoa está na sua casa, no seu ambiente, mais à vontade, e as histórias serão contadas. Estamos fazendo porque vimos que deu pé e as pessoas vão curtir”.
Além de estar sozinho em um estúdio que já esteve povoado de gente, o que mais tem sido desafiador? “A gravação do programa é mais complicada, tecnicamente e tal, mas o resultado é similar. E, curiosamente, termino mais cansado. Tenho que ficar atento ao delay, ao áudio. No fim das contas, acho que é um gasto maior de energia para ficar ligado e não perder nada. Mas é uma adaptação, como tantas coisas que vivemos neste período”, afirma.
Depois de mais de três meses em isolamento, você tem saído para gravar e já começou com o Papo de Segunda (também no GNT, que ele apresenta com Francisco Bosco, João Vicente de Castro e Emicida), em que só você está no estúdio também. Tem sofrido de solidão nas gravações? “É um aprendizado, uma aula. Nesta quarentena estou fazendo faculdade de programa ao vivo. Sinto falta de estar com meus amigos, mas o próprio Papo de Segunda, que você citou, já é uma amostra que esse formato tem dado certo. É natural que aconteça desta forma, porque é o que estamos vivendo”.
E no Que História é Essa, Porchat? já estão confirmados para edições futuras Pedro Bial, Serginho Groisman, Leandro Hassum, Rodrigo Hilbert, Fafá de Belém e Rafael Portugal. Entre os temas selecionados para os novos episódios, Porchat diz que prefere dar uma “respirada” de histórias desta pandemia. “Não quero ficar abordando coronavírus, quarentena, senão o programa fica datado, para não dar a sensação que é um programa que funciona só agora. É para ser atemporal. Essas histórias todas vão ficar aí. É claro que se algum convidado tiver uma muito bacana, curiosa sobre esse período, vamos dar”.
O ator e apresentador diz que vem trabalhado intensamente durante a quarentena e tem estado disponível para lives e campanhas solidárias. Nos falamos no início do isolamento e você estava esperançoso de tudo passar logo, com as pessoas se cuidando, mas não passou. E, agora, o que anda sentindo? “Que vamos passar por isso. Meu avô passou por coisas piores. Na verdade, o que é muito ruim também, é que politizou-se a doença. E a doença não está nem aí para o que nós achamos. Infelizmente, o Brasil não conseguiu controlar, não soube se segurar. As pessoas estão cansadas, muitas estão saindo de casa. E outras usam a ciência quando é conveniente, tipo: “Olha que coisa bacana esse aparelho, a tecnologia e tal”. Mas quando é para falar de uma doença, de um vírus que pode ser mortal, ninguém quer saber. Acho que temos que continuar fazendo a nossa parte. Não estou com grandes planos, não sabemos o que vai acontecer, pode ser que venha uma segunda onda. Então prefiro ir um dia depois do outro. Mas vai passar”.
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