Taís Araujo vive mulher de Pixinguinha em filme: ‘Ela tocava bandolim e fazia trapézio. Tive que dar o truque’


Durante pré-estreia no Rio de Janeiro, a atriz, que vive Albertina Nunes Pereira, a Betí, no filme “Pixinguinha – Um Homem Carinhoso” celebra a vida e a obra daquele que é considerado um gênio e o pai da Música Popular Brasileira, Alfredo da Rocha Vianna Filho. Taís conta detalhes das filmagens e preparação para viver essa mulher forte, amorosa e multitalentosa. “Eu mergulhei na história da personagem. Ela tocava bandolim, cantava, fazia trapézio. Nada do que eu sei fazer! Mas, eu fiquei muito feliz e orgulhosa com o resultado. A  passagem do tempo que quisemos mostrar foi linda, de maneira bem sutil e leve”, revela Taís Araujo

Taís Araujo vive mulher de Pixinguinha em filme: 'Ela tocava bandolim e fazia trapézio. Tive que dar o truque'

A atriz Taís Araujo vive Betí a multitalentosa mulher de Pixinguinha, no longa em homenagem ao mestre da música

*Por Rafael Moura

Nosso encontro com Taís Araujo foi no Espaço Itaú de Cinema, na Praia de Botafogo, no Rio de Janeiro, para a pré-estreia do filme ‘Pixinguinha – Um Homem Carinhoso’. A atriz, que na telona dá vida à Albertina Nunes Pereira, a Betí, mulher de Pixinguinha, interpretado por Seu Jorge, iluminou os corredores do local vestindo um look total branco, de maneira elegante e confortável. “Eu mergulhei na história da personagem. Ela tocava bandolim, cantava, fazia trapézio. Nada do que eu sei fazer! Então, eu tive que me dedicar muito para mostrar todas essas habilidades da Betí. Aprendi tudo mais ou menos e consegui dar um truque para fazer as cenas. Mas, eu fiquei muito feliz e orgulhosa com o resultado. A  passagem do tempo que quisemos mostrar foi linda, de maneira bem sutil e leve”, revela Taís Araujo.

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O longa-metragem cobre algumas décadas da vida de Betí. A preparação para expressar essas nuances e particularidades de cada fase da vida dela exigiu aquele talento que Taís tem de sobra e a gente aplaude. “Tivemos uma preparação corporal e vocal muito cuidadosa, com o objetivo de focarmos nossa atenção nos movimentos e na voz conforme a evolução das décadas, dando verdade para este ciclo da vida, o que é desafiador. Para os atores, é muito difícil acompanhar a personagem da sua juventude até o fim da vida, então fomos bem cuidadosos nesse processo para ficar o mais natural possível”, conta.

Em uma das cenas Seu Jorge, o Pixinguinha, e Taís Araujo, Betí, em um trapézio. Dois gigantes contracenando na cena

A atriz que transita entre as mais variadas formas de expressão artística revela que a sua atração por esse roteiro foi a de que Pixinguinha merece ser reverenciado e lembrado sempre. “Este era um capítulo da nossa história que não tínhamos contado ainda. Outro motivo foi poder trabalhar com a diretora Denise Saraceni, que é minha grande parceira artística e de vida, a quem eu devo parte da minha carreira, e com o Jorge, que é um grande amigo, muito próximo de mim. Então, eu tinha muitas razões para fazer parte desse elenco”, frisa.

O longa celebra a vida e a obra do maestro, flautista, saxofonista, compositor Alfredo da Rocha Vianna Filho (1897-1973), um gênio e o pai da Música Popular Brasileira. Dirigido por Denise Saraceni, à frente de seu primeiro longa-metragem, e Allan Fiterman, com roteiro de Manuela Dias, retrata as antológicas performances do músico no início de sua carreira aos 14 anos, a temporada de seis meses em Paris, em 1922, com o grupo musical ‘Oito Batutas’, as inspirações do ambiente familiar e dos amigos e músicos contemporâneos para a composição de suas obras-primas. Além do casamento e os problemas de sua vida pessoal, como o alcoolismo e a dificuldade de ter filhos.

A relação apaixonante entre Pixinguinha e Betí transborda pela tela, levando o público a se emocionar, sendo convidado de maneira bem íntima a viver aquela narrativa, repleta também de firmeza e coragem nos momentos difíceis. “Realmente este é um filme bastante intimista. É uma das qualidades que melhor o define. Eu e o Jorge trabalhamos justamente para alcançar esse tom de intimidade, do olhar pela fresta. A gente queria olhar para dentro da história desse casal e do amor que cada um sentia pelo outro e que durou uma vida inteira”, ressalta Taís.

A relação apaixonante entre Pixinguinha, Seu Jorge, e Betí, Taís Araujo, é tão intensa que transborda pela tela

O cinema brasileiro sofreu uma dura queda com a Covid-19 e com a realidade política. Segundo a 22ª Pesquisa Global de Entretenimento e Mídia 2021-2025, a mídia e o entretenimento tiveram uma queda mundial de 3,8% na receita. No Brasil foi ainda pior, com redução de 6% da renda do setor em relação a 2019. “Lançar um filme com essas características, sobre tais personagens, a essa altura do campeonato, é uma grande vitória. Nesse filme, falamos sobre o quanto a arte é transformadora e revolucionária, não só para um indivíduo exclusivamente, mas para a sociedade. Falar de Pixinguinha e de outros grandes nomes como ele é fundamental para reforçar a importância da arte para a cultura de um país. O cinema não pode parar”, frisa a atriz.

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A trama também revela que a trajetória de Pixinguinha nem sempre foi de prestígio e reconhecimento, e culmina na morte do artista, em pleno sábado de Carnaval, dentro da Igreja N.S. da Paz no Rio de Janeiro, tornando-se um importante símbolo do carnaval carioca, lembrado todos os anos pela Banda de Ipanema. Além do brilhantismo musical, Pixinguinha sempre despertou admiração pela afetividade e bom humor que emanava. Para interpretá-lo, o ator, cantor, compositor e multi-instrumentista Seu Jorge foi o nome escolhido. O elenco conta ainda com Danilo Ferreira, Agatha Moreira, Tuca Andrada, Klebber Toledo, Pretinho da Serrinha e Milton Gonçalves.