“A TV na TV”. O aposto do nome do programa “Tá no ar” não podia ser mais descritivo. Com a estreia da terceira temporada agendada para o próximo dia 19, o humorístico de Marcius Melhem, Maurício Farias e Marcelo Adnet brinca com situações e personagens da programação dos canais abertos e fechados. “Nós quisemos falar da televisão porque é uma paixão nacional e dá margem para abordar todo o resto, é um prato cheio para as piadas. Todo mundo tem televisão em casa, a gente discute TV o tempo todo. Na programação existe política, ficção, realidade, tudo, e nós nos permitimos brincar com elementos da televisão aberta, de séries, de programas de streaming. Nessa temporada vamos abordar bastante a intolerância e coexistência”, adiantou Marcius, endossado por Adnet: “Todo brasileiro é técnico de televisão, entende, opina. É um veículo que desperta paixões”, ressaltou.
Durante a coletiva, realizada nessa segunda-feira, 11, os roteiristas garantiram que alguns quadros fixos como “Militante”, “Balada Vip”, “Povo fala” e outros continuarão. Entre as novidades, o “Domingo Pesado” promete surpreender o público com alfinetadas na programação dominical da televisão aberta. Alguns quadros queridos como “Barracos da Bíblia”, “Malhação” e outros saíram. “Mas não porque eles não funcionaram. É que tem que sair alguns para entrar outros”, explicou Maurício, que também é diretor-geral do programa. “Estamos sempre nos reinventando. A televisão muda e a gente muda junto. São esquetes novas, mas o conceito é o mesmo. O desafio de um programa de temporada é justamente esse: manter o que o público gosta e trazer elementos novos que eles ainda nem sabem que gostam”, disse Marcius.
Aliás, a sazonalidade do programa foi um dos temas da conversa entre o elenco e a equipe. Maurício Farias, que esteve à frente de séries como “A grande família”, “Tapas & Beijos” e outras, explicou que o intervalo entre as temporadas de “Tá no ar: a TV na TV” é um ponto positivo. “É o conceito de grade que a Rede Globo instalou, mas sei que permite melhorar muito a qualidade. É uma estratégia da emissora para atender a demanda do público, que quer ver coisas melhores sempre”, analisou. Melhem ressaltou ainda que, com poucos episódios (a terceira temporada terá apenas 12), a qualidade do conteúdo cresce exponencialmente. “Nós condensamos o filé do filé ali. Se tivéssemos mais episódios acabaríamos colocando aquela piada que não é tão boa e fica de fora, sabe? Mas assim a qualidade só aumenta, além do que trabalhamos melhor cada um deles tanto no texto, como na produção e na pós-produção”, contou.
Ainda assim, os fãs não precisam se preocupar. “Teremos um conteúdo específico para a internet. Estamos lançando microprogramas de três minutos com cenas inéditas uma vez por semana e, além disso, na fanpage nas redes sociais, colocamos os bastidores”, destacou Melhem. E eles sabem da importância da web em seu trabalho. “Há um movimento interessante. Antes a internet olhava para a televisão, mas a televisão não olhava para a internet. Hoje, esse olhar é recíproco. Há a programação velha e outros com cara de modernidade, o ‘Tá no ar’ caminha nessa direção do diálogo. É o momento de a TV incorporar coisas boas da internet”, disse Adnet, endossado por Marcius Melhem. “O legal é que o público vê modelos parecidos independente da tela”.
E, em tempos de politicamente correto, qual o limite do humor na televisão aberta? “Começa por nós mesmos. Até onde cada um vai ficar em paz com o que faz? É uma responsabilidade direta nossa”, disse Maurício, emendando que cada uma das piadas é amplamente discutida pela equipe de roteiristas. “Sempre pensamos o porquê daquilo, a quem provoca, quem atinge”, garantiu. Dá tão certo que, nessa terceira temporada, eles já contam com participações muito especiais de nomes como Sandy, Tiago Leifert, Preta Gil, Luciano Huck, Domingos Montagner, Lília Cabral, Vera Fischer, Lulu Santos, Paulo Betti e tantos outros. “Agora temos mais convidados. Na primeira temporada é mais difícil, porque eles não sabem direito o que é aquilo. Depois que vêem no ar, entendem melhor e querem participar. As pessoas gostam de falar da TV, de se desconstruir. Tanto que nem deu para botar todos os amigos que queriam”, disse Adnet. “Na temporada passada, o Antônio Fagundes fez um Menudo de colant, fitas coloridas, dançou. Ele foi uma porta para outros famosos. Qual o limite depois de o Fagundes ter feito um Menudo?”, brincou Marcius Melhem.
Além de Melhem e Adnet, participam do programa os atores Danton Mello, Lana Martau, Carol Portes, Georgiana Góes, Márcio Vito, Maurício Rizzo, Renata Gaspar, Verônica Debom e Welder Rodrigues. A primeira temporada, em 2014, teve uma média de 9,6 pontos na grande São Paulo e, na segunda, a média chegou a 13 pontos. E será que, lá no começo, eles esperavam tanto sucesso e chegar até a terceira temporada? “Desejávamos fazer uma primeira temporada incrível e depois era consequência”, disse Adnet. Sorte nossa.
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