*Por Brunna Condini
Em ‘Terra e Paixão’, trama das 21h que estreia em 8 de maio, Susana Vieira vive Cândida, a dona de um bar que será ponto de encontro dos moradores de Nova Primavera, cidade fictícia onde se passa a trama. A personagem também guardará muitos segredos e informações sobre os moradores. “É uma personagem difícil, apanhei com a prosódia – sotaque sul-mato-grossense, já que muitas cenas externas foram gravadas em fazendas do Mato Grosso do Sul – porque sou muito carioca. Mas já me encontrei, estou me adaptando. Até achei que poderia não saber fazer essa mulher regional, misteriosa, mas tudo bobagem. Personagem é assim, a gente começa a pedalar e vai embora. Estou feliz, adoro fazer novela!”, diz Susana ao site.
O livro vai ser lançado pela editora Globo, no meu aniversario de 81 anos (em 23 de agosto), se Deus quiser. Falei de tudo lá, mas espero que tenham o bom senso de cortar vários pedaços (risos) – Susana Vieira
Caracterizada com os cabelos grisalhos, a atriz comenta sobre o adjetivo ‘velha’ que acompanhou algumas manchetes referindo-se à sua personagem do folhetim, uma mulher com mais vivência que ela na ficção. “Imagino que seja uma maneira grosseira de falar, ficar frisando que vou fazer a ‘primeira mulher velha’ da minha carreira. Ora, tenho 80 anos, 60 de carreira. E não sou uma mulher velha. Aproveitando que já existem várias palavras que não podemos falar hoje, vamos incluir o ‘velha’. Porque tenho 80, estou em cima de um salto, gravo o dia todo, estou com a vida ganha, mas quero trabalhar, tenho saúde. Tem a novela, faço um monólogo pelo Brasil (‘Uma Shirley Qualquer‘ em cartaz há 4 anos). Não sou velha e nem estou passada. Sigo firme, a memória está ótima. Chamar alguém de ‘velha’ é preconceito. Estou feliz nesta novela, igual a um ‘pinto no lixo’. Um folhetim que fala da terra, do Brasil, de paixão. E eu trabalho com o Cauã Reymond, imagina que tristeza, gente (risos)”.
BBB
Fã declarada do Big Brother Brasil, a atriz também falou da atual edição e para quem vai sua torcida na final que acontece nesta terça-feira (25). “Gosto muito do BBB, mas achei esse bem ‘xoxo’. Teve muita falta de educação, de respeito, pessoas agressivas, sem limites, não é bom. Torço por todos os educados, como o Cezar Black e a Domitila Barros e a Aline (Wirley), que ficou. Não torço por gente agressiva que mete a mão na cara dos outros como a ‘pequeninha’ (Bruna Griphao?), que pode até ganhar, né? Torço pela Aline, uma mulher de 41 anos, educada, ela é maravilhosa”, declara. “Adoro o programa, espero que o próximo seja melhor, com menos agressividade entre os participantes”.
Minha relação com a vaidade continua igual, muito grande. Continuo cheirosa, querendo estar linda, mantendo o corpo parecido com o que sempre tive. Também sou vaidosa de saúde – Susana Vieira
Retorno às novelas
Após dois anos longe da teledramaturgia – sua última novela foi ‘Éramos Seis’ em 2019 – ela celebra a personagem da trama de Walcyr Carrasco que é muito ligada a Caio, vivido por Cauã Raymond, e guarda segredos sobre o passado do seu pai Antonio La Selva (Tony Ramos) e sua madrasta Irene (Glória Pires). “Parece que haviam convidado a Fernanda Montenegro para fazer a Cândida, mas não se acertaram. Me chamaram e me sinto honrada, porque a personagem encabeça o elenco, já que tem todos os segredos da cidade nas mãos. Ela nasceu naquela beira de rio, foi quem abriu o primeiro bar, conhece todo mundo. É uma personagem mais sofrida e vai soltando os segredos que sabe aos poucos”.
Até achei que poderia não saber fazer essa mulher regional, misteriosa, mas tudo bobagem. Personagem é assim, a gente começa a pedalar e vai embora – Susana Vieira
Susana também revela o que a faz sair de casa para trabalhar após seis décadas de ofício. “Primeiro é o prazer que sinto. E ser contratada dessa emissora quando pessoas estão sendo demitidas, produções cortadas. Estou viva e o que quero? Aproveitar o que tenho. São 80 anos bem vividos que também vou contar no meu livro este ano, escrito em parceria com o Mauro Alencar. Quinze milhões de pessoas morreram no mundo com a covid e eu segurei a onda, fiquei 40 dias internada com a doença, mas sai viva. Acho divertido viver, trabalhar, fazer um personagem, ganhar dinheiro. Aliás, dinheiro é tudo de bom. Posso viajar com a minha família, coisa que amo fazer”, celebra.
“O livro vai ser lançado pela editora Globo, no meu aniversario de 81 anos (em 23 de agosto), se Deus quiser. Falei de tudo lá, mas espero que tenham o bom senso de cortar vários pedaços (risos). Quem vai ler primeiro é a minha amiga e assessora Dany (Tavares), para opinar nisso. O manuscrito já está enorme e ainda nem entrou o período de pandemia”.
Vaidade
Há algum tempo o tabu dos cabelos brancos femininos vem caindo por terra, hoje eles são mais do que nunca, um sinal de liberdade de ser. E embora a atriz sempre tenha curtido tingir as madeixas, aprovou a transformação para a personagem. “Minha relação com a vaidade continua igual, muito grande. Continuo cheirosa, querendo estar linda, mantendo o corpo parecido com o que sempre tive. Também sou vaidosa de saúde. Quebrei a perna e trabalhei dois meses com a bota ortopédica, por isso acabou não calcificando e tive que operar o pé. Mas até no hospital eu era vaidosa, chamava alguém para fazer escova em mim, afinal têm muitos médicos bonitos, meu amor (risos). No hospital e feia? Não dá. Agora não sou vaidosa com roupa, de ter marca. Enquanto tiverem lojas populares, é lá que vou comprar. Não faço questão de grifes caríssimas, de jeito nenhum, acho um absurdo. Invisto meu dinheiro em imóveis, gosto de carros, troco todo ano. Gosto de viver bem, trabalho pra isso”.
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