“Sou a favor das alterações na programação. Não tem novela sem contato, abraço e beijo”, diz Rayssa Bratillieri


No ar em “Éramos Seis”, a atriz fala das medidas preventivas da emissora e das alterações que a pandemia do Covid-19 impôs na rotina. Divide ainda seus cuidados e hábitos e comenta sobre sua preocupação com a sustentabilidade no mundo analisada na página “Comecei por Mim”, criada no Instagram: “Foi uma forma de estudar para informar as pessoas, mas minha consciência se ampliou. A questão de parar ou diminuir a carne, da importância do que ingerimos, da reciclagem de plástico, da reutilização, isso vem da minha forma de ver o mundo. Medito desde criança, por conta dos hábitos da minha família. Tento aliar minhas ações com o que acredito. Então, uma vida sustentável faz todo sentido para mim”

*Por Brunna Condini

Ainda na pele da mimada Soraia em “Éramos Seis”, que chega ao fim no dia 30, Rayssa Bratillieri fala com exclusividade ao site sobre a trama das 18h, que teve seus capítulos finais adaptados por conta de alterações na programação da TV Globo, em função da pandemia do Coronavírus. “Terminei de gravar minhas cenas no último sábado. Essa semana seriam cenas as finais, de grupo. Tiveram mudanças em relação a gravação de final de novela, que geralmente é feita com muita gente, tem aglomeração de elenco, equipe”, conta. “A festa de confraternização também foi cancelada. Fico feliz com todas essas medidas. São preventivas e responsáveis. Não tem novela sem contato, abraço, beijo… é a vida ali que refletimos”.

Rayssa ao lado do namorado André Luiz Frambach, que faz Julinho, filho de Lola (Glória Pires). É a segunda vez que o casal faz par romântico (Foto: Globo/João Miguel Júnior)

Sem dar spoiler, Rayssa comenta que ficou satisfeita com o desfecho de Soraia, que nos últimos capítulos teve enfim sua noite de amor com Julinho (André Luiz Frambach, namorado da atriz na vida real). “Na verdade, já estou com muita saudade desta novela. É uma produção que fala de família, amizade, afeto, tudo que precisamos”, diz a atriz, sobre a trama que seria substituída por “Nos Tempos do Imperador”, de Thereza Falcão e Alessandro Marson, e que teve sua estreia adiada. No horário vai ser exibido um compacto de “Novo Mundo”, escrito pelos mesmos autores.

Sobre a quarentena: “Eu e André estamos colocando livros, séries e filmes em dia. Também vou me dedicar à pintura” (Divulgação/Globo)

Namorando André Luiz Frambach, desde que fez par romântico com ele em “Malhação: Vidas Brasileiras” (2019), ela conta que a pandemia do Coronavírus alterou os planos do casal pós novela. “Nós íamos para Cancún, no México, de férias, mas cancelamos. Depois resolvemos ir para Arraial do Cabo, na região do Lagos do Rio de Janeiro, mas adiamos”, confidencia. “Cada um precisa ter consciência e fazer sua parte. Então, eu e André vamos aproveitar para tomar sol em casa, colocar livros, séries e filmes em dia. Também vou me dedicar à pintura, aos trabalhos manuais, que curto muito”.

A nosso convite, Rayssa lista algumas das suas distrações no momento: “Super indico a série “Chernobyl”, da HBO, que fala de gente tentando minimizar os danos imensos do acidente nuclear (que aconteceu em 1986). Acho importante vermos neste momento, embora as temáticas não sejam iguais. Mas é bom para entendermos que não somos um só. Tudo bem que lá foi um outro tipo de questão, a radiação. Mas quantos países em volta tiveram que se mobilizar para não afetar a vida de todos?”, analisa a atriz. “De livro, acabei de ler “O Conto da Ilha Desconhecida”, do José Saramago, que é sensacional. E acho que todos deveriam assistir o filme “Modo Avião”, na Netflix, meu namorado está nele e é ótimo. Aqui a gente se ajuda”, diverte-se.

“Estou mais atenta. Costumo tomar todo dia água com limão pela manhã, suplementos para a imunidade e praticar exercícios físicos” (Foto: Vinicius Mochikuki)

Que medidas preventivas têm tomado na sua vida? “Continuo com hábitos que já tinha, mas estou mais atenta. Como por exemplo, tomar todo dia água com limão pela manhã. Agora tomo também água, sal, limão e cúrcuma. E chá de gengibre. E estou suplementando que posso. Tudo para deixar a imunidade em alta”, ensina. “Faço atividades físicas, mas minha academia está fechada. Então estou fazendo exercício em casa para não ficar parada”.

Com 22 anos, a paranaense de Apucarana, que veio para o Rio de Janeiro aos 17 com o objetivo de investir na carreira, tem uma consciência do coletivo impressionante e também entende, e não é de hoje, que sustentabilidade é uma questão de sobrevivência, um dos maiores desafios da sua e das futuras gerações. “Sou vegetariana, mas como ovo ainda. Nasci em uma família budista, então todo o meu mindset sempre foi o de tentar encontrar o meu lugar no mundo e fazer minha parte por aqui”.

“Nasci em uma família budista, então todo o meu mindset sempre foi o de tentar encontrar o meu lugar no mundo e fazer minha parte por aqui” (Foto: Vinicius Mochizuki)

Além de falar do tema em suas redes sociais, Rayssa, ao lado da irmã, a engenheira Lorrana, criou a página no Instagram “Comecei por Mim”, em que compartilha informação, conhecimento e dá dicas. “Quando criamos a página, foi uma forma de estudar para informar as pessoas, mas minha consciência se ampliou. A questão de parar ou diminuir a carne, da importância do que ingerimos, da reciclagem de plástico, da reutilização, isso vem da minha forma de ver o mundo. Medito desde criança, por conta dos hábitos da minha família. Tento aliar minhas ações com o que acredito. Então, uma vida sustentável, faz todo sentido para mim”, observa.

“Medito desde criança, por conta dos hábitos da minha família. Tento aliar minhas ações com o que acredito. Então, uma vida sustentável, faz todo sentido para mim” (Foto: Vinicius Mochizuki)

Ela anuncia que pretende se engajar na questão de esclarecimentos sobre a pandemia do Covid-19 nas suas redes também. “Primeiro parei minha vida, para depois falar para as pessoas pararem. Não adianta ter o discurso e não ter o exemplo. E quero emprestar minha voz e minha imagem para levar informação para as pessoas, mais do que nunca”.

“Quero sim, emprestar minha voz e minha imagem para levar informação, mais do que nunca para as pessoas” (Foto: Vinicius Mochizuki)

Mas Rayssa, são 22 anos mesmo? “São (risos). Vim para cá com 17 anos, vivi mil anos em três. Isso também conta. Sempre falo que se a pessoa tem a oportunidade de morar sozinha, sair da bolha, amadurece muito. Saí de uma cidade do interior, conheci pessoas. Parece que vivi muito mais”, reflete. “Minha mãe tinha medo, porque sempre me achou muito aberta e ingênua. Sempre quis me manter assim. É minha natureza, mas fiquei atenta. Vim sozinha, não conhecia ninguém. Só uma diretora de São Paulo, a Grazi Luz. Tinha o número e bati na porta dela. Um mês depois, já estava em cartaz com uma peça infantil. E não parei mais de trabalhar até vir o teste de “Malhação”. Estou aprendendo desde sempre. Mesmo morando sozinha, peço ajuda, não fazemos nada sozinhos. Entendi também o sentido da arte como cura, instrumento de transformação. Sinto e acredito que esse é o meu caminho”.

“Entendi o sentido da arte como cura, instrumento de transformação. Sinto e acredito que esse é o meu caminho” (Foto: Vinicius Mochizuki)