*Por Brunna Condini
Silvero Pereira está irreconhecível no filme ‘Maníaco do Parque‘, que estreia hoje, sexta-feira (dia 18) na Amazon Prime Video. Com a composição, ele se consolida como um dos atores que mais se destacam em papeis e interpretações nada convencionais. Na pele de Francisco de Assis Pereira, mais conhecido como o ‘Maníaco do Parque’, serial killer que, no final dos anos 1990, foi condenado por crimes de estupro, estelionato, atentado violento ao pudor e homicídio após confessar o assassinato de 10 mulheres e outros 21 ataques realizados no Parque do Estado, situado na zona sudeste de São Paulo. Sobre o trabalho, ele diz que defende o personagem do filme e não o criminoso da vida real. “Como ator, a minha função é construir um personagem tecnicamente a partir dos meus artifícios de atuação, que me fazem conduzir o público a acreditar naquilo que assiste. Quando falo sobre defender personagem, não me refiro à personalidade ou julgamento do caso, isso cabe à Justiça e à sociedade. Me refiro ao fato de buscar no meu ofício elementos que me ajudem a construir essa atmosfera de forma consciente e, absolutamente, técnica. Sem qualquer envolvimento emocional”.
Dando sequência a uma trajetória versátil, Silvero também se prepara para filmar ‘Cruz pra que te quero‘, uma comédia passada no interior do Piauí, e, na sequência, inicia as gravações de ‘Garota do momento’, próxima trama das seis da Globo. “No filme, faço um vilão que tem um roteiro construído a partir de situações cômicas de uma cidade do interior. Já sobre a trama do meu personagem na novela, ainda não posso dar mais detalhes”, diz. O ator viverá Érico, que fará shows como Verônica Queen. O personagem também terá um filho com a personagem de Ana Flávia Cavalcanti.
Hoje estou bem feliz com os personagens que me são oferecidos porque têm chegado propostas que me colocam nesse lugar camaleônico e multiartista – Silvero Pereira
Desconstruindo a composição
‘Maníaco do Parque‘, longa de Maurício Eça, que também fez filmes sobre o caso Suzane von Richthofen protagonizados por Carla Dias, é livremente inspirado nos eventos reais divulgados pela imprensa na época, que marcaram o país por sua brutalidade. Sobre o processo para viver o assassino em série, o ator compartilha.“Foram mais de dois meses de pesquisa e ensaios. O mais difícil foi construir os maneirismo, o sotaque e as habilidades de andar de patins, pilotar moto, enfim, os pontos que me faziam, como ator, construir o personagem a fim de o público enxergar o Francisco. Passei a conhecer mais do caso dele pelo que me foi oferecido no roteiro e material de pesquisa como as páginas do processo e entrevistas”.
E apesar da entrega para dar vida a um personagem vivo, com uma história sombria, envolvendo fatos tão pesados, ele garante que não cruza limites para perseguir resultados: “Não levo trabalho para casa, só realizo nos ensaios e no set aquilo que me pedem para executar”. Acredita em energia, espiritualidade, se protegeu de alguma forma neste sentido para fazer essa produção? “Sou uma pessoa muito espiritualista, mas meu trabalho não é sobre minha crença, então não misturo as coisas”.
O filme conta a história sob o olhar de sobreviventes e parentes das vítimas. Silvero revela se chegou a falar com parentes das vítimas ou até mesmo com o criminoso. “Em nenhum momento do processo de criação me foi sugerido qualquer contato com o Francisco ou qualquer pessoa envolvida com o caso. Sei de atores em true crime, que buscam essa relação para sua criação, mas essa não é a minha forma de composição. Esse trabalho me ajudou a entender melhor sobre a tragédia e os fatos com mais detalhes”. E frisa:
Nosso objetivo no filme é fazer com que as vítimas sejam vistas com mais respeito do que foram tratadas na década de 1990 – Silvero Pereira
Por que acha que o interesse pelo gênero true crime tem crescido por aqui?
O true crime atiça o lado investigativo do humano e também promove mais conhecimento sobre os casos trazendo ainda mais informações sobre o ocorrido e contexto histórico – Silvero Pereira
O filme
“Maníaco do Parque” mergulha na história do maior serial killer brasileiro, o motoboy Francisco (Silvero Pereira). A história do assassino e os detalhes da sua psicopatia são revelados por Elena (Giovanna Grigio), uma repórter iniciante que enxerga na investigação dos crimes cometidos pelo maníaco a grande chance de alavancar sua carreira. Enquanto Francisco segue vivendo livre e atacando mulheres, sua fama na mídia sensacionalista cresce vertiginosamente, gerando terror na capital paulistana.
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