* Por Victor Gorgulho
Aos sete anos, Tatyane Goulart chegava, pela primeira vez, aos estúdios de novela da Rede Globo, para dar vida à pequena Bia, do folhetim ‘Felicidade’, exibido na faixa das 18h. Vinte e três anos depois, Tatyane continua a seguir a rotina dos sets de novelas, desta vez emprestando rosto e corpo para a personagem Lívia, de ‘Pecado Mortal’, na Rede Record.
Pelas ruas, Tatyane está mais que acostumada com a rotina de ser reconhecida por seus trabalhos como atriz-mirim, mas sabe que o tempo chega e, logo, logo, estará interpretando personagens cada vez mais maduras. “É uma questão de tempo. Estas personagens virão. Inevitavelmente”, afirma.
Se desvinculando do passado e fincando pé no presente, Tatyane comemora o sucesso da primeira empreitada teledramatúrgica de Carlos Lombardi na Record, que vem registrando índices satisfatórios no Ibope, motivo de celebração para a emissora paulista. O que se deve a isso? “É uma história imprevisível, com personagens possíveis”, atesta Taty. Confira a nossa conversa com a atriz:
HT – Como é voltar para a TV depois de quatro anos afastada? O que fez durante este tempo?
Taty – Durante o período em que não estive na TV, continuei atuando. Viajei em turnê com peça e estreei na dublagem, uma vertente da profissão que eu ainda não tinha me aventurado. Tive uma excelente surpresa ao mergulhar nesse universo. E acredito que o trabalho da dublagem enriquece muito meu currículo como atriz nos palcos e na TV. Pude experimentar de diferentes formas como empregar a minha voz para obter resultados positivos.
HT – Tem um gosto especial o fato da novela ser escrita pelo Carlos Lombardi, um autor com quem você já havia trabalhado no passado?
Taty – O Lombardi é um gênio. Ele não subestima a inteligência do espectador. Seu texto é ágil, bem-humorado e emocionante. Tudo ao mesmo tempo. Como a vida, e como uma boa novela deve ser. Ao mesmo tempo, tornar isso orgânico é desafiador, mas o resultado sempre recompensa. O que torna cada trabalho único. Por mais que eu tenha aprendido na “escola Lombardi” e, como se diz “bebido (muito) dessa fonte”, cada personagem traz uma peculiaridade especial bem lombardiana.
HT – Acha que a Lívia de ‘Pecado Mortal’ será a personagem responsável por desvincular você da figura de ‘moleca’. Quer mostrar que amadureceu de vez com ela?
Taty – Eu cresci diante dos olhos dos espectadores. O público sabe que eu não sou mais uma garotinha. Mas me tornei uma espécie de integrante de várias famílias. Por mais que tenha me tornado uma mulher, eu continuo sendo tratada com o mesmo carinho da infância. As personagens mais maduras virão inevitavelmente, mais cedo ou mais tarde. Melhor aproveitar a aparência jovem com a maturidade da atriz de 30.
HT – Em relação ao assédio nas ruas. Ainda a reconhecem pelo fato de ter sio uma atriz-mirim de muito sucesso? Essa abordagem a incomoda?
Taty – Essas pessoas que lembram do meu trabalho quando criança merecem ainda mais o meu respeito, pois acompanharam minha trajetória. São fiéis ao meu trabalho. Adoro o carinho dos fãs. Eles nos mantêm focados e nos norteiam no que realmente interessa nessa profissão, que é emocionar e tocar o coração dos espectadores.
HT – E o que os espectadores de ‘Pecado Mortal’ podem esperar do destino da novela e da Lívia?
Taty – Uma história imprevisível com personagens possíveis. A Lívia promete surpreender aos mais conservadores. Aqueles que compram o livro pela capa.
Artigos relacionados