* Por Carlos Lima Costa
Há dois meses, em consequência da pandemia do Covid-19, Lívian Aragão antecipou o retorno ao Brasil, após dois anos estudando atuação na Stella Adler Academy of Acting, em Los Angeles. Para a jovem atriz de 21 anos, o período representou muito mais do que um aprimoramento em sua profissão. “Eu amei morar sozinha nos Estados Unidos. Foi uma experiência maravilhosa poder estudar fora e aprender a lidar com o meu próprio espaço. Cresci muito como pessoa, aprendi a conviver comigo mesma, a saber o que gosto ou não. É importante termos o nosso canto para poder entender quem somos”, assegura.
Além do autoconhecimento, precisou lidar com rotinas práticas com as quais não estava acostumada a fazer na casa dos pais, Lilian e o humorista Renato Aragão. “Sempre fui de resolver minhas coisas, mas é claro, morar sozinha é outra história. Precisei ser ainda mais organizada para dar conta de tudo: cozinhar, lavar, passar, estudar, arrumar tudo”, ressalta.
Lívian tinha uma rotina pesada. Estudava de segunda a sexta, das 9 da manhã às dez, onze da noite. Nos finais de semana ainda ajudava nas peças da escola e ensaiava. “Era bem puxado. No tempo livre, aproveitava para conhecer a cidade”, conta. Como foi, então, encarar o início da quarentena sem ninguém da família? “Já estava acostumada a ficar sozinha em casa. Porém, com essa pandemia, foi um processo lento de adaptação, acredito que para todos. Estávamos acostumados a ir ao trabalho, sair, ver os amigos, ir à escola. A mudança de ter que fazer tudo isso em casa, foi desafiadora”, lembra.
Por ser filha do eterno Didi de Os Trapalhões, ela cresceu sob os holofotes. Sua primeira aparição no cinema, por exemplo, aconteceu aos oito meses de idade no filme O Trapalhão e a Luz Azul, em 1999, com o pai. Mesmo assim, garante que foi indiferente esse período na América do Norte em que pôde experimentar viver no anonimato. “Mesmo sendo conhecida, sempre fui uma adolescente normal. Nunca me privei de nada por causa dos holofotes”, pontua.
Com tudo fechado por conta da quarentena, antecipou o retorno ao Brasil e deve concluir o curso de forma online. Assim, pôde acabar com o fato que realmente a incomodou durante os dois anos. “A única parte negativa era não estar sempre com meus pais. Eles me visitaram, mas não poder vê-los todos os dias foi difícil. Sentia muita falta da minha família”, admite.
Mas afinal como tem sido encarar essa fase de não poder circular livremente, de ter que seguir uma série de protocolos? “Acho que todos nós já surtamos em algum momento nessa pandemia. Mas estou respeitando bastante os protocolos, principalmente por ter gente da área de risco na família e em casa. Se preciso sair para alguma coisa, fico de máscara, ando com álcool em gel nas mãos, mantenho distância das pessoas. Precisamos aprender a conviver com esse novo normal”, aponta.
E já idealiza o que pretende fazer quando esta atual fase for apenas uma lembrança. “Quando isso passar, estou louca para viajar pelo Brasil, conhecer lugares que nunca fui, explorar este país tão lindo. Quero muito também poder rever meus amigos. E, é claro, estou louca para voltar a trabalhar”, explica.
No momento, em casa, acompanha com os pais a reprise de Flor do Caribe, que marcou sua estreia nos folhetins, em 2013. “Estou muito feliz que esteja reprisando. É bem legal ver meu primeiro trabalho nas novelas e perceber o quanto cresci desde então”, analisa ela, que não atua em uma novela desde março de 2018, quando terminou a exibição de Tempo de Amar. “Sinto muitas saudades. Não vejo a hora de participar de outra”, garante ela que não tem planos de passar nova temporada nos Estados Unidos. “Por enquanto, estou focada aqui no Brasil, louca para colocar em prática tudo que aprendi lá, atuar de novo. Mas enquanto as coisas não se normalizam, fico em casa estudando e escrevendo futuros projetos”, assegura.
Mas repetir a experiência de viver sozinha é uma possibilidade. “Sim, quero muito ter o meu espaço, a minha casinha no Brasil. Mas, como estamos em um momento de incertezas por conta da pandemia, não sei se é o momento certo. Agora, quero aproveitar esse tempo de isolamento para curtir os meus pais” diz. E por falar nisso, o que aprendeu com Renato que leva para a vida? “Meu pai é um ser muito especial, me ensina diariamente, me conta histórias. Quando trabalhávamos juntos, ele me dava vários toques e dicas no set. Em casa, com ele, aprendo a ser uma pessoa melhor. Eu me sinto muito feliz por poder estar perto dele, principalmente nesse período”, ressalta.
Nos últimos meses, Renato se tornou uma pessoa bem ativa nas redes sociais. Neste caso, os papéis se alteraram. Foi a vez de Livinha ensinar o pai. “Sim, eu o apresentei ao Instagram, TikTok e ele está adorando essa modernidade. Todos os dias quer gravar algo diferente para postar, responde aos comentários das pessoas. Realmente está adorando as redes sociais”, finaliza a jovem.
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