*Por Brunna Condini
Focada desde sempre no que deseja, Samantha Schmütz tem colocado ainda mais energia (que já não é pouca) na realização dos seus projetos e sonhos. No início do mês, ela estreou o segundo filme da franquia ‘Tô Ryca‘ nos cinemas de todo Brasil, no qual dá continuação à saga da suburbana Selminha, que, no primeiro filme de 2016, ficou milionária através de uma herança, mas… no longa atual vai ter que aprender a conviver com a escassez novamente. A atriz destaca que a comédia traz uma série de críticas sociais sobre a realidade da desigualdade no país. “Uma maneira da gente se curar seria enxergando nosso problema de uma outra forma. E a comédia pode fazer isso. Se rimos dos problemas, podemos refletir, e a reflexão pode levar a uma ação. Somos um povo guerreiro, justo, amoroso e feliz”, frisa a multiartista.
Além de estar nas telonas, Samantha Schmütz também tem investido na música, e, nesta quinta-feira, lançou ‘Bossa Loka‘, seu segundo single autoral. Escrita em parceria com o rapper Dow Raiz e com produção de Tropkillaz, o single traz referências sonoras do rap e da bossa nova. Com super produção, a nova música também tem clipe, com direito à divulgação na Times Square, em Nova York. “Estou a todo vapor (risos). Este ano ainda vou lançar o meu EP, com quatro músicas autorais, que era um grande sonho meu há muito tempo”, revela, nesta entrevista exclusiva. “Sempre gostei muito de cantar e, agora, sinto que é o momento certo, porque consegui me dedicar a isso e estou com muitas pessoas que admiro, como Tropkillaz, Criolo, Dow Raiz, Giovanni Bianco… uma galera!”.
Com 43 anos e mais de 20 de carreira, Samantha investe com tudo na autoralidade do seu trabalho, deixando sua assinatura na música e no cinema. “Tenho composto canções com diversidade de temas. Tem para todos os gostos. A primeira, ‘Edifício Brasil‘, foi um pop urbano, com uma pegada mais crítica e que fala sobre assuntos muito delicados e importantes. Já essa segunda, ‘Bossa Loka‘, é algo mais leve e divertido. Mas, também teremos no EP músicas românticas e em outros estilos”. E ainda revela: “Além disso, estou escrevendo um filme para o Juninho Play, que é um personagem que eu amo fazer e que eu sei que o público também tem muito carinho”.
Voz ativa
Engajada política e socialmente, ela não foge de posicionamentos, inclusive chamando atenção para que outros artistas também usem sua visibilidade para jogar luz em assuntos importantes, como a situação política brasileira. E em ano de eleições… “O primeiro passo é tirarmos este que nos governa, né? Temos que escolher alguém que entenda a grandiosidade e complexidade cultural do nosso país e, principalmente, que o respeite. Temos um povo que, assim como a Selminha, minha personagem, luta bravamente todos os dias pra conseguir o mínimo para viver e merece uma vida muito melhor”.
E lamenta o sentimento de perda coletiva que o Brasil vem experimentando: “Muita gente perdeu alguém durante esse período tenebroso que vivemos. Além disso, com todos os acontecimentos desastrosos que tivemos em nosso país nesses últimos anos, acho que estamos todos cansados. É muito triste esse luto generalizado. Mas tenho muita fé na arte, nas pessoas e no humor, na comédia! Acho que a gente é um povo que sabe se reconstruir, sabe lutar e sabe até rir da própria desgraça. A arte salva e o humor também”.
A vida é feita de sonhos
Samantha conversou com a gente quando estava no aeroporto, minutos antes de embarcar para os Estados Unidos. Vivendo entre Miami e o Brasil, ela reafirma o propósito de construir uma carreira internacional. “Sonho muito em poder fazer isso. Quero me desafiar como artista e sou privilegiada o suficiente para ter a oportunidade. A ideia de ir para os Estados Unidos vem de uma vontade de ‘recomeçar’ em um lugar novo, com novas pessoas e com outras configurações, sem ter as facilidades que tenho aqui no Brasil. Quero estudar na Broadway, que é uma rede do entretenimento, para ampliar minhas possibilidades e minhas habilidades como artista”.
E conclui: “No momento, meu maior sonho é poder colocar minhas músicas no mundo e compartilhar esse trabalho com o público. Esse é um sonho antigo, então estou muito feliz por finalmente poder realizá-lo. E desejo estudar na Broadway, que era algo que eu e Paulo Gustavo conversávamos muito. Também pretendo voltar a estudar cinema e acho que essa seria uma ótima chance de reacender aquela ‘chama’ de quem está começando e tem ‘sangue nos olhos'”.
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