*Com Lucas Rezende
Faça o que eu digo, não o que eu faço. A frase é ideal para explicar a sinuca de bico em que a atriz australiana Nicole Kidman se meteu recentemente. Embaixadora da ONU para os direitos das mulheres há nove anos, ela é desde o mês passado o rosto da mais nova peça publicitária da Etihad Airways, a segunda maior empresa aérea dos Emirados Árabes Unidos, conhecida por maus tratos a funcionárias grávidas e prezar por uma cartilha não muito simpática junto às comissárias. Incoerência das boas.
A Associação de Comissários de Bordo Profissionais chegou a emitir nota dizendo que “as companhias aéreas são bem conhecidas na nossa indústria pelas suas práticas laborais discriminatórias e tratamento deplorável dos trabalhadores do sexo feminino”, frisando que as atitudes da companhia em questão são “abomináveis”. A Associação ainda foi além e disse que a Etihad tem por costume demitir funcionárias que engravidam.
Enquanto a ONU não se manifesta, muito menos Nicole Kidman, restou a Etihad Airways tratar de se defender. “A Etihad apoia plenamente seus tripulantes de cabine durante e após a gravidez. Quando um membro da tripulação de cabine informa à Etihad de uma gravidez, ela passa a desempenhar funções adequadas em terra”, explicaram em nota, convidando a Associação de Comissários de Bordo Profissionais e a própria Organização das Nações Unidos a passarem um dia conhecendo o funcionamento da empresa. Lados posicionados, a campanha continua rodando por aí e sem previsão de fim de vínculo entre atriz-companhia.
Mas o caso não é isolado. Aqui no Brasil, o rei Roberto Carlos viveu um impasse semelhante ao virar garoto-propaganda da marca de carnes Friboi, mesmo tendo anunciado há anos-luz que é vegetariano. Para tentar disfarçar o climão, o capixaba chegou até a comer petiscos de carne vermelha em público e afirmar que nunca foi vegetariano e que, na verdade, “só não comia carne vermelha, mas comia peixe e frango”. Pois o fato não pegou bem e rapidamente a contratante rompeu aparceria. Roberto, contrariado, entrou na justiça para receber valores da rescisão que rodam em torno de R$ 22,5 milhões no Brasil, e outros US$ 9,3 milhões pagos lá fora.
Na mesma situação, a loura Angélica teve que rebolar para justificar o fato de que, apesar de não comer carne há 27 anos, aparece mordendo felicíssima uma salsicha num comercial da Perdigão. Segundo ela, seu ponto fraco sempre foi o hot-dog, que nunca deixou de comer, e por isso aceitou gravar a cena. Hum, sei! “Sempre comi cachorro-quente. Adoro! Em festa de criança eu me esbaldo e, por isso, aceitei comer no comercial, porque é de verdade. Vocês não vão me ver comendo picanha ou um nugget, por exemplo”, chegou a dizer.
Acha que foi só? A cantora Sandy, que já apareceu em um jornal de circulação nacional dizendo que odeia cerveja porque considera o gosto amargo, e prefere vinho, tornou-se a garota-propaganda da Devassa. À época, a irmã de Júnior chegou a ficar loira para gravar a peça. Só que com Sandy o problema foi além. Para se justificar, ela questionou ao público se eles realmente acham que Xuxa usa Monange para se hidratar, ou Angélica tem um Niely Gold no banheiro para lavar as madeixas. É, Sandy até que tem sua razão…
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