* Com Hannah Fabiarsz
Jorge Durán nasceu no Chile, mas radicou-se em terras tupiniquins em 1973. Aqui, foi responsável por filmes como “Proibido Proibir”, com Caio Blat e Maria Flor no elenco e premiado internacionalmente, e “Não se pode viver sem amor”, aclamado no Festival de Gramado. Agora, o diretor volta ao seu país natal com o longa que mistura suspense e romance, como o próprio nome diz.
O thriller conta a história de Antônio, um brasileiro que vai para o Chile em busca de inspiração para escrever. Vivido por Daniel de Oliveira, o protagonista testemunha um assassinato e acaba sendo apontado como principal suspeito. Em meio às buscas pelo criminoso, o brasileiro se envolve com Florencia (Daniela Ramirez), dona da pousada onde está hospedado, que, por sua vez, tem um caso com Martinez (Álvaro Rudolphy), policial responsável pela investigação. Tudo isso com o belíssimo deserto do Atacama como pano de fundo.
Na pré-estreia de “Romance Policial”, que aconteceu nessa quarta-feira (03/06) no Estação NET Ipanema, Durán contou que começou a escrever o roteiro há anos, mas só agora o projeto conseguiu sair do papel, com a ajuda de colaboradores como a Ancine e a Céneca Producciones. O primeiro passo, então, foi visitar o Chile para pensar nas locações e absorver o clima do país. “Eu pensei na história se passando num deserto, mas não podia ser qualquer deserto”, diz o diretor.
“Não escrevi o roteiro pensando num ator específico, porque poderia demorar anos até realizar o projeto e não queria prender ninguém. Quando conseguimos a verba para fazer ‘Romance Policial’, convidei o Daniel. Ele é um rosto conhecido no Brasil, carismático e muito profissional”, explica. Já para a parte chilena do elenco, Durán teve mais trabalho. “O Álvaro é um ator de telenovelas muito famoso por lá. Já com a Daniela foi mais difícil. Nós fizemos teste com várias atrizes, todas eram muito boas. Mas, apesar de jovem, ela nos surpreendeu, sua atuação no filme é muito interessante”, conta.
Para o galã chileno Álvaro Rudolphy, o thriller foi muito bem escrito e amarrado. “É uma história fantástica, que mescla a realidade da investigação de um crime com a fantasia que Antônio está escrevendo, sem cair no caricato. Ao mesmo tempo em que a história é bonita, é real”, diz. O ator conta que trabalhar com brasileiros foi uma experiência incrível, de muita troca e respeito: “A equipe toda era muito profissional, e o Daniel é um ator excepcional, muito sensitivo. A química foi ótima”.
Aclamado por viver Cazuza em “Cazuza – O Tempo Não Para”, de 2004, Daniel de Oliveira chegou acompanhado da namorada, Sophie Charlotte, e contou que se interessou por “Romance Policial” assim que leu o roteiro, apesar dos desafios. O ator deu sorte, já que Durán queria que o personagem falasse espanhol fluentemente. “Eu gosto muito de cair na estrada, então, um pouco antes de rodarmos o filme, peguei o carro e fui para Buenos Aires, onde passei um tempo estudando o idioma. Foi ótimo, porque o Jorge gosta de mudar algumas coisas do roteiro na hora, e eu precisava estar com o espanhol na ponta da língua.” Daniel não poupou elogios ao falar do diretor: “Ele é uma figura, entrou no meu coração. É um puta cara, com a cabeça muito boa, senso de humor apurado. Tem que respeitar”.
O ator brincou com o fato de o Estação NET Ipanema estar com cartazes de dois de seus filmes: “Sangue Azul”, de Lírio Ferreira, também estreia hoje (4) e traz Daniel no papel principal de um artista circense que foi afastado da família quando criança. Além disso, ele pode ser visto nas telonas com um terceiro trabalho, o drama “A Estrada 47”, que se passa na Segunda Guerra Mundial.
“Romance Policial”, com direção e roteiro de Jorge Durán e fotografia de Luis Abramo, entra em cartaz hoje (4), em todo o Brasil.
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