* Por Carlos Lima Costa
Nos últimos tempos, temos visto uma série de personalidades tornando público a sua opção sexual. O mais recente caso foi o do ator Carmo Dalla Vecchia, o Maurílio da novela Império. Durante sua participação no Super Dança dos Famosos, ele surpreendeu os fãs ao declarar seu amor ao marido, João Emanuel Carneiro, autor de novelas como Da Cor do Pecado, A Favorita e Avenida Brasil. Um dos maiores destaques entre os humoristas da atualidade, Rodrigo Sant’Anna, que se posicionou sobre o tema em 2019, ao postar uma foto com o roteirista Junior Figueiredo, com quem oficializou a relação em união civil, afirma que vivemos “em um momento político que é imprescindível determinadas posturas serem assumidas. Eu nasci gay, tenho orgulho de ser gay e resolvi enquanto figura pública falar que sou gay e que sou feliz sendo gay. A minha família entende a importância de me apoiar, então, é relevante que a gente se posicione para que a gente vá ganhando espaço de minimamente respeito”, pontuou Rodrigo, em entrevista ao RJ TV.
A parceria vai além da vida amorosa. Junto com Rodrigo e Denise Crispun, Junior é um dos roteiristas do humorístico Tô de Graça, que estreia a quarta temporada, no Multishow, nesta segunda-feira, dia 19. Principalmente agora, essas atrações são importantes para dar um pouco de leveza ao cotidiano das pessoas que andam tensas por conta da pandemia da Covid-19, que já matou mais de 540 mil brasileiros. “Fico muito tocado sobre a forma como o humor atinge a todos, como é um refresco nesse momento, graças a Deus, porque é bom. A gente precisa ter algo para contrapor essa tristeza que estamos vivendo”, observa.
Ele próprio levou um susto no meio desse caos sanitário quando foi diagnóstico com a doença e permaneceu internado em um hospital. “Dentro de todos os relatos que a gente escuta, graças a Deus, o meu caso não foi tão grave. Mas é uma experiência que… é um pouco clichê falar, mas você sai dessa doença com um olhar renovado. Até me emociono um pouco, porque é uma sensação de gratidão a Deus, ao mundo de me receber novamente. A primeira vez que eu corri na praia é uma sensação de ‘caramba, obrigado por estar correndo’, enfim, é um misto de emoções que não tem como descrever aqui”, ressaltou emocionado ao jornalista Fábio Júdice. No último dia 9, Rodrigo tomou a primeira dose da vacina contra a Covid-19. “Obrigado ao SUS e a todos os profissionais da saúde. E todo meu amor aos perderam entes queridos por falta de vacina”, ressaltou ele, na ocasião, em seu Instagram.
Mais uma vez, destacou no telejornal a importância do humor na vida de todos. “Tem que existir o humor, esse é o nosso compromisso. Em algum momento da nossa vida a gente tem que virar a chave, conseguir rir das nossas tristezas. É isso que eu tentei e tento fazer todos os dias, sabe, enxergar a vida de uma maneira mais divertida que tudo pode melhorar”, ponderou.
E ressalvou aquela máxima sobre os humoristas, que costumam ser mais sérios e retraídos quando não estão interpretando seus personagens. Ele faz um estilo mais observador. “Talvez seja até meio que uma catarse da minha personalidade fazer essas figuras tão expansivas, histriônicas, que falam alto. Talvez, no fundo, eu gostaria de ser assim, mas infelizmente eu vim ao mundo quietinho”, revelou.
Rodrigo fala um pouco da inspiração do Tô de Graça e realça um misto de brincadeira e comparação com o aclamado autor de novelas como Laços de Família, Mulheres Apaixonadas, Viver A Vida e Em Família. “Eu falo que eu sou o Manoel Carlos do subúrbio, que a minha Helena é a Graça, e que em vez de aparecer na história cenas em Veneza, fala do Leblon, a gente mostra a comunidade, o Morro dos Macacos”, contou, rindo.
Dona Graça, protagonista do sitcom, interpretada por Rodrigo, fala de certa forma de suas raízes, na Zona Norte do Rio, onde foi criado no Morro dos Macacos, em Vila Isabel. “Tô de Graça é a minha história, a história da Graça que vive em uma comunidade com alguns filhos, é uma homenagem para a minha avó, uma mulher que veio da Bahia, era doméstica, teve dez filhos, morou em muitas comunidades. Pra mim é a possibilidade de estar mostrando a minha gente mais um ano”, relatou ele, cujas personagens femininas se destacam mais. Ele, inclusive, analisou a constatação. “Eu acho que as mulheres da minha vida foram mais fortes do que os homens da minha vida, então, de certa forma, mais engraçadas também, sabe, minha mãe, minha madrinha, minha avó. Sempre que fala de humor, as primeiras figuras que vem na minha cabeça são as mulheres”, explicou ele.
Entre as emblemáticas personagens está Valéria, aquela do bordão “ai, como eu tô bandida”, personagem que estourou em 2011, no extinto programa Zorra Total. De lá para cá, os fãs percebem algumas mudanças na fisionomia do ator, o que não o incomoda, afinal assumidamente já fez implante capilar, harmonização facial e rinoplastia.
Artigos relacionados