Como em uma nova e decisiva temporada ao melhor ‘estilo série’, ‘Todas as Flores‘ terá novos capítulos disponibilizados no Globoplay. Hoje, parte do elenco e o autor, João Emanuel Carneiro, falaram sobre o que vem por aí para alegria dos fãs da produção que vem se destacando na grade do streaming. “As pessoas estão querendo ver coisas transgressoras, ‘fora da casinha’. Esta novela é assim”, frisa o autor. E vai ter o ‘quem matou?’, recurso já usado em outras novelas de sucesso assinadas por João? “Nesta novela não tem ‘o quem matou?’, mas, sim, um clímax muito fechado em poucos personagens e um recurso inédito que só poderia ter sido feito em uma novela no streaming”, faz suspense.
Regina Casé, que faz sua primeira vilã, Zoé, avalia a experiência até agora: “Posso dizer que eu e Letícia Colin (Vanessa), que fazemos mãe e filha malvadas, poderemos ser até tidas como ‘ex-malvadas’ agora (risos). Daqui para frente tem uma ‘malvada’ nova”, brinca, referindo-se à Maíra, personagem de Sophie Charlotte, que faz a mocinha que terminou a primeira fase dentro de um centro cirúrgico, fazendo um procedimento de risco que pode reverter a condição da sua cegueira dela. Tudo isso para conseguir recuperar o filho que foi sequestrado pela própria mãe, vivida por Casé.
Fomos vivendo nosso afeto e nossa ‘maldade’. Cuidamos uns dos outros nesta novela. Nunca tive um trabalho, a não ser no teatro, em que vi tanta gente dedicada junta, um cuidado tão grande o tempo todo. Foi muito difícil fazer a Zoé, mas tem sido muito bom estar nesta empreitada – Regina Casé
A atriz que tem em seu currículo personagens populares e carismáticos revela que mergulhou em uma jornada de desconstrução para a composição. “Estou adorando esse trabalho, não consegui nem largar as unhas da Zoé (longas), me apeguei. Sempre sonhei em fazer uma vilã, mas não tinha a menor ideia de como era. Interpretei personagens empáticos e que, mais ou menos, diziam o que penso, como eu vejo a vida ou mulheres que admirava muito, com raras exceções. Me sentia meio homenageando mulheres, personagens. Nos programas opinativos ou na ficção, eu praticamente falava as mesmas coisas. Não sei se isso bom ou não, mas sempre fui muito feliz com essa coerência e por ter acontecido assim”.
Fui fazendo a personagem no susto. As ‘camadas’ que vocês veem era uma atriz louca buscando emoções e sentimentos de uma mãe misturada com uma monstra, com um amor ‘troncho’ por um homem – Regina Casé
E acrescenta: “A personagem é uma vilã clássica na primeira cena, mata no primeiro capítulo. E, logo em seguida, ela fica apaixonada por aquela filha, a Maíra. Como uma mulher muito capacitista, sem nenhum letramento nesta área, ela ficava muito impressionada com a independência da filha, pelo seu jeito de ser. E isso foi difícil pra mim, porque se ela continuasse sendo uma ‘monstra’ era mais fácil. Tive que encarar que mulheres como a Zoé têm filhos, formas de amar e de não amar. Fui obrigada a de cara desconstruir essa vilã e isso foi muito impactante. Tive que encontrar formas de amor e ser mãe dentro disso”, analisa Regina.
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