* Por Carlos Lima Costa
Nos momentos mais difíceis como o vivemos atualmente, em que a Covid-19 vem trazendo o luto para milhares de famílias, é preciso encontrar um alento, um traço de positividade para continuar seguindo em frente. Uma das estrelas da novela Amor de Mãe, que esta semana entra na reta final, a atriz Regina Casé, intérprete da Dona Lurdes, revelou algo singelo que tem vivido e que tem preenchido seu coração em meio ao caos da pandemia nesses 12 meses. “Esse tempo que estamos agora é o pior de todos. Estamos em seis: eu, Estevão (Ciavatta), meu marido, Benedita Casé Zerbini, minha filha, João Pedro Januário, meu genro, Roque, meu filho, e Brás, meu neto, trancadinhos (em seu sítio perto de Mangaratiba, de onde ela saiu brevemente para gravar os últimos capítulos da trama das 21h) há um ano e um mês aqui no sítio. Poder me dedicar e observar 24 horas por dia o crescimento de um filho e um neto tem sido um uma experiência inigualável, afinal, desde garota, sempre trabalhei para caramba. Então, vi cada dente cair ou nascer. Esse tem sido meu alento”, revela a atriz em entrevista ao RJ TV, que, semana passada tomou a primeira dose da vacina contra a Covid-19.
“É impossível não se emocionar. Fui para o posto de saúde com o coração batendo forte. Agradeço aos cientistas, que mesmo remando contra a maré, trabalharam duro e nos devolveram esse tanto de esperança! Na pessoa da Jaciara, que me aplicou a primeira dose de Coronavac. Agradeço também a todos os profissionais de saúde e outros trabalhadores que estão há um ano nessa guerra. Se nós estamos cansados, imagina a exaustão dessa gente maravilhosa. Vacina sim! Vacina para todos, o mais rápido possível”, postou em seu Instagram.
Regina Casé, tal qual a personagem Dona Lurdes de Amor de Mãe, uma vida inteira, deu muitas demonstrações de amor à família. Ela, por exemplo, se mostrou um coração gigante pela filha, ao refletir como as duas conduzem ao mesmo tempo a maternidade de meninos. “Quase por um milagre do destino, nós duas somos contemporâneas mães de meninos e estamos educando nossos filhos juntas para que aprendam com o feminino e respeitem, lutem lado a lado com as mulheres por direitos plenos, por total equidade e que saibam amar e ser amados por elas. Que saibam também festejar nossas semelhanças e mais ainda celebrar nossas diferenças”, comentou a estrela.
A atriz conta mais sobre a intimidade com o filho, Roque, de sete anos, e o neto, Brás, de 3. “Já tive que pular a porteira da fazenda, decorar o nome de uns dezoito Pokémons, aprender todo tipo de lutas, entrar na caverna com morcegos, chutar um gol a gol, tentar subir na goiabeira, ver uns desenhos animados bem chatos, ficar por horas seguindo as formigas para ver da onde elas estavam vindo, ler muitas histórias para eles dormirem e eu pegar no sono antes deles. Mas tudo está valendo a pena. Roque e Brás me trazem tanta luz nesses tempos tão sombrios. Não sei o que seria de mim sem meus companheiros dessa quarentena infindável”.
E a atriz ainda fala mais sobre a experiência de ser avó. “Acho que a melhor experiência que veio com o passar dos anos foi ser avó. Nunca pensei que pudesse expandir ainda mais meu coração, experimentar um tipo de amor tão gigante inimaginável como esse. Tem muita coisa que piora com a idade, principalmente o meu joelho… mas outras melhoram muito! Ser a vovó Yayá é a delícia suprema”, escreveu em sua rede social.
Já no telejornal global, Regina ponderou sobre os últimos capítulos de Amor de Mãe e as derradeiras cenas de sua personagem. “Gravar a reta final foi uma barra mesmo. Tinha dias que eu voltava para casa e o joelho não dobrava, a mão também, porque estava carregando aquela corrente, me arrastando e aquilo tudo era de verdade. Até hoje ainda tenho uma lembrancinha daquelas cenas no tornozelo. E o público vai ver que ainda há cenas mais barra pesadas nos próximos capítulos. O meu apelido virou Regina Cruise, do Tom Cruise, porque fiz uma cena sem dublê, que as pessoas ainda vão ver. Mas todo mundo falava: ‘Eu não acredito que você fez isso’”, conta, rindo, relembrando cenas de Lurdes com Thelma, vivida por Adriana Esteves.
E acrescentou: “Eu não posso dar nenhum spoiler, mas a cena que todo mundo mais está esperando, não vou dizer qual é eu morri de medo. Não dormi na véspera e ele, que eu não vou dizer o nome, também não dormiu, e você sabe que até a nós surpreendeu. A cena foi tão bonita, tão forte. Espero que toque o coração de vocês com todo meu amor de mãe”, ressaltou ao jornalista Fábio Júdice. Finalmente, o público verá o encontro de Lurdes com o filho que tanto procurou, Danilo, vivido por Chay Suede.
Em março do ano passado, Amor de Mãe entrou para a história (ao lado de outras tramas), ao ter suas gravações paralisadas por conta da pandemia. “Eu gostaria de entrar para a história por um motivo mais feliz, não por esse, mas realmente é histórico, é único. Eu mesma não acreditava que ia parar a novela, mas tudo isso foi uma provação para nós e tem sido para tanta gente em um momento de tanta dor e sofrimento. Só temos que comemorar, que a gente conseguiu gravar e ninguém na novela ficou doente. As cenas funcionaram, tem muita emoção. Toda emoção do Amor de Mãe está ali contida e mantida”, garantiu.
E Dona Lurdes representou bem a força da mulher brasileira, afinal, Regina Casé conhece o país por onde rodou de Norte a Sul. “O maior orgulho que eu tenho foi poder viajar por este Brasil todo e eu recolhi sentimentos, gestos, sotaques como o de Dona Lurdes. Então, fiquei muito feliz de ter a oportunidade de homenagear essas pessoas que não são só mães ou mulheres”, disse ela. Ontem, a atriz também foi homenageada com um reportagem em seu sítio. Ela mostrou a capela repleta de santos (mais de 50) que ganhou em suas viagens. Bem no altar estavam fotos da atriz com Paulo Gustavo, que está no CTI enfrentando a Covid-19. Diariamente, ela eleva seus pensamentos e preces a Deus pelo amigo.
Os projetos profissionais vão fluir com tranquilidade, Agora, ela diz que ainda está completamente evolvida com Dona Lurdes acompanhando também os capítulos finais da novela. “Ainda não estou conseguindo pensar em nada até a novela realmente sair do ar. É incrível o meu envolvimento, acho que sou pior do que um telespectador. A Lurdes virou um personagem tão potente, tão forte que parece que ela está fora de mim mesmo. Quando eu a vejo mal, eu choro, fico preocupada, nervosa”, explicou, ela, que em setembro do ano passado, estreou em cinemas drive-in com o longa-metragem Três Verões, no papel da protagonista, a doméstica Madá. Em termos de teatro, em 2019, ela retornou aos palcos após 25 anos, com o espetáculo solo O Recital da Onça, sob a direção do marido, e a direção cênica de Hamilton Vaz Pereira. Vamos aguardar que sempre Regina nos brinda com o seu melhor.
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