*Por Brunna Condini
‘Vai na Fé’‘ chega à sua reta final e Regiane Alves confessa viver um misto de emoções na pele de Clara, que conquistou a simpatia do público desde o início da trama: primeiro para se livrar do relacionamento tóxico com Theo (Emílio Dantas), e depois para ficar com Helena (Priscila Sztejnman). O casal feminino da trama das 7 conquistou a torcida do espectador, que sonha com um final feliz para elas. “Essa personagem já pode ser considerada uma das mais populares que fiz. Outro dia contabilizei uns 300 fãs-clubes Clarena. Elas representam uma comunidade (LGBTQIA+) que muitas vezes não tem seu amor naturalizado na dramaturgia, contra todo preconceito. Além disso, a Clara sofreu muito em uma relação abusiva, deu uma virada, e isso gerou identificação com quem assiste”, analisa Regiane, que também está no ar como a polêmica Dóris, na reprise de ‘Mulheres Apaixonadas‘, nas tardes da Globo.
Em entrevista ao site e ensaio de fotos exclusivas, a atriz diz que nunca se relacionou com uma mulher, mas que, caso se apaixonasse por uma, viveria o romance. “Qualquer forma de amor vale amar. Tenho até a capacidade de olhar uma mulher e falar: “Nossa, que linda, que pessoa maravilhosa”. Mas a parte do desejo, da relação sexual, nunca tive. Mas se um dia eu tivesse, não seria um problema para mim”.
Não tenha vergonha, porque envelhecer faz parte da vida. Não tem pra onde correr, vira uma luta insana, você vai perder. É preparar a cabeça, a palavra aceitação rege o momento – Regiane Alves
Em pleno 2023, as atrizes e os fãs do casal Clarena em ‘Vai na Fé‘, batalharam para que o beijo entre elas fosse ao ar. “É uma coisa que não dá para acreditar que ainda aconteça. Gravamos algumas cenas que tinham beijo, e não foram ao ar, até que uma pudesse ir. Nossa campanha, a torcida do público, foram fundamentais. É naturalizar o amor, só isso. São pessoas querendo se fazer bem. Helena desperta o melhor que a Clara tem, e ela vai se enxergando mais, se sentindo mais forte, mais segura. Não sei se vamos conseguir dar um final para a Clara. É uma personagem que ainda está em movimento, transformação”, pontua Regiane que está na Globo há 24 anos, mas prestes a concluir seu contrato. “Não sei se vai ser renovado, porque o modelo mudou, agora é por obra. Mas isso também significa muitas possibilidades. Estou fechando esse ciclo com com um grande trabalho, é muito bacana”.
E faz um balanço da jornada na novela: “Clara me mostrou, mais uma vez na minha vida, que a nossa felicidade, autoestima, nunca pode estar nas mãos de outra pessoa. Esse caminho é só nosso. E essa redescoberta pode acontecer em qualquer idade. A personagem acabou abraçando algumas causas, como a representatividade da comunidade LGBTQIA+, e também um olhar para as relações abusivas”.
Com uma mulher nunca tive a parte do desejo, da relação sexual. Mas se um dia eu tivesse, não seria um problema para mim – Regiane Alves
Amadurecimento
Regiane vai fazer 45 anos em 31 de agosto, e fala sobre o tempo. “Ainda me sinto a garota de 19, cheia de desejos dentro do coração, sabe? Ao mesmo tempo, a vida está aí, andando. E comecei também a ver a existência através do olhar dos meus filhos, de querer mostrar pra eles as coisas. Os filhos nos mantém jovens, atenta à vida e isso é muito bom. E me faz querer dar o melhor para eles”, diz. “Com o amadurecimento, me tornei uma mulher em todos os sentidos. De fazer escolhas no meu trabalho, de ter persistido na carreira, com um passo de cada vez. Nunca fui em busca do sucesso, mas de boas personagens, que pudessem contar boas histórias, e de alguma forma tocar o coração das pessoas. A arte oferece isso pra gente”.
Menopausa
Ela compartilha ainda, que junto do amadurecimento, veio uma menopausa precoce, e acha importante falar do tema sem tabus. “Quando chega o resultado de um exame de sangue e você vê que está entrando na menopausa, parece que fecha um ciclo na sua vida, que é esse lugar que a mulher reproduz, produz de outra forma. Confesso que fiquei uns três dias tentando entender”, recorda.
“Descobri porque minha menstruação começou a oscilar, tive calores estranhos, no alto da cabeça, insônia, minha energia ficou baixa, são sinais. É importante se cuidar, então faço uma dosagem de reposição hormonal personalizada, com fórmula de manipulação, mas é um ajuste constante. Bom se informar, ouvir os médicos. Tudo tem que ser feito com segurança. E é importante também, a mulher pensar que é uma fase. Lembrar como o corpo precisou se habituar quando começou a menstruar. Então, tudo leva um tempo de adaptação. Fale, se informe, não tenha vergonha, porque envelhecer faz parte da vida. Não tem pra onde correr, vira uma luta insana, você vai perder. É preparar a cabeça, a palavra aceitação rege o momento. Por outro lado, com o amadurecimento muita coisa fica melhor. Tenho menos ansiedade, me sinto mais segura dentro das opiniões”.
Ainda me sinto a garota de 19, cheia de desejos dentro do coração, sabe? Ao mesmo tempo, a vida está aí, andando – Regiane Alves
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