Rafael Coimbra, que estreia na Netflix: ‘Uso as redes para ser formador de opinião, muito mais que somente um rosto’


O ator está na série ‘De Volta Aos 15’ – que tem no elenco nomes como Mariana Rios, Maisa Silva, Camila Queiroz e Klara Castanho -, e vem fazendo parte daquela ala de artistas que considera cada vez mais importante usar a visibilidade para dar voz aos temas relevantes e ajudar na luta contra preconceitos. “Minha profissão tem um lugar delicado, a questão do medo do ator se posicionar, porque a partir do momento que você assume um lado, às vezes, você fecha portas. Mas tenho tentado cada vez mais seguir o que meu coração manda”, frisa. Rafael atuou recentemente, na TV, em “Gênesis”, está na série How To Be A Carioca, da Disney, que vai ser exibida no canal Star Plus e escreveu um roteiro para o streaming.

Em Gênesis, Rafael Coimbra teve seu personagem de maior destaque (Foto: Eduardo de Paulla)

Rafael Coimbra está na série “De volta aos 15” (Foto: Eduardo de Paulla)

* Por Carlos Lima Costa

 À medida que vai amadurecendo, o ator Rafael Coimbra, que estreia na Netflix, com a série De Volta Aos 15 – que tem no elenco nomes como Mariana Rios, Maisa Silva, Camila Queiroz e Klara Castanho -, vem fazendo parte daquela ala de artistas que considera cada vez mais importante usar a visibilidade para dar voz aos temas relevantes e ajudar na luta contra preconceitos. E utiliza as redes sociais para suas colocações. “Minha profissão tem um lugar delicado, a questão do medo do ator se posicionar, porque a partir do momento que você assume um lado, às vezes, você fecha portas. Mas tenho tentado cada vez mais seguir o que meu coração manda, principalmente sobre questões sociais e preconceituosas que não passam mais batidas por mim. Faço parte de uma sociedade, tenho fã clube, gente que se espelha em mim. Isso me deixa com vontade de ser um formador de opinião, muito mais do que somente um rosto. É importante, ainda mais nos dias de hoje em que o Brasil está superpolarizado”, pontua, aos 27 anos, ele que, recentemente, interpretou Tito, ganancioso comerciante de Sodoma, na novela Gênesis.

O ator ainda está na série How To Be A Carioca, da Disney, que vai ser exibida no canal Star Plus. O episódio dele foi dirigido por Renê Sampaio, diretor do filme Eduardo e Mônica, e da série Impuros, na qual ele fez uma participação na primeira temporada. Ao contrário de muitos atores, Rafael conseguiu se manter produtivo profissionalmente durante todo esse período difícil da pandemia. Logo no início foi gravar Gênesis, que, por vezes, teve cenas canceladas por conta de artistas que testaram positivo para a Covid. Em seguida, foi chamado para fazer a série De Volta Aos 15, na Netflix, baseada em obra homônima de Bruna Vieira. “Antes de começar a gravar, peguei Covid e fiquei desesperado. Mas quando meu empresário foi avisar que eu estava doente, o pessoal da produção comunicou que iam atrasar o início das gravações, devido a um lockdown, em São Paulo”, recorda. Assim, antes de retomarem as gravações, ele já havia negativado.

“No meu caso, a doença se manifestou de forma tranquila. Mas, assim, fiquei ainda mais recluso. Não estava pirando, porque estava trabalhando, fazendo o que eu amava”, diz. A série começa no dia do casamento de Douglas, personagem de Rafael, com a jovem interpretada por Mariana Rios. Na ocasião, a cunhada, Anita, vivida por Camila Queiroz, está com com uma série de problemas e tudo que mais deseja é voltar a ter 15 anos. De repente, ela e todos os outros voltam no tempo. Nessa fase, Anita é interpretada por Maisa.

No próximo dia 25, Rafael estreia na Netflix com a série De Volta Aos 15 (Foto: Eduardo de Paulla)

“Minha profissão tem um lugar delicado, a questão do medo do ator se posicionar. Eu sigo a minha linha. Questões sociais e preconceituosas não passam mais batidas por mim” (Foto: Eduardo de Paulla)

Rafael reflete sobre o que faria se pudesse retornar aos 15 anos. “Eu teria conhecido o teatro antes na minha vida. Sou formado pela CAL, escola de teatro aqui do Rio, mas só fui conhecê-la aos 19 anos e foi um amor à primeira vista, me transformei em outra pessoa com a cabeça muito mais aberta. O teatro foi muito importante na minha construção”, conta ele.

Nessa fase de transformação, começou também a colocar suas ideias no papel. Durante a pandemia, ele escreveu uma série que tem a crise sanitária como pano de fundo. “Compartilhei com uma assistente de direção os meus roteiros embrionários, inspirados em uma história de reencontro que vivi com uma ex- namorada. A gente precisa do olhar de alguém que entenda de roteiro. Ela tinha todo esse expertise de elaboração de projeto e aí procuramos mais duas pessoas”, explica. Com Felipe Herzog e a Flavia Valentina, assistentes de direção, e Fatima Rebelo, roteirista, escreveram oito episódios de uma série. A Sentimental Filmes comprou os direitos de execução e, juntos, decidiram transformar a série no longa-metragem Entre Paredes.

Durante a pandemia, Rafael escreveu uma série que vai se transformar em um longa-metragem (Foto: Eduardo de Paulla)

Durante a pandemia, Rafael escreveu uma série que vai se transformar em um longa-metragem (Foto: Eduardo de Paulla)

A história acompanha dois vizinhos que não se conhecem por conta do isolamento da pandemia. “Eles começam a se estranhar, a se desentender e, depois, a se apaixonar um pelo outro só pelos outros sentidos que não a visão. Pelos sons que escutam, começam a perceber que tem o mesmo gosto musical, que assistem a mesma série, e pelo cheiro que sentem da comida, percebem que tem o mesmo paladar”, conta, sem dar mais spoilers.

Em fase de rever conceitos, Rafael hoje em dia até toparia participar do Big Brother Brasil. “Principalmente por essa mistura de camarote e pipoca, o programa tem outra proposta. Aquilo ali pode servir como uma plataforma de impulsionamento para o artista se ele souber se posicionar. Não acho mais que queima filme, entre aspas, como achava antigamente”, explica ele que fez participações em novelas como Rock Story e em Malhação – Pro Dia Nascer Feliz, até chegar em Gênesis, sua melhor oportunidade. “Eu estava no núcleo da Beth Goulart, lembro que a mãe dela (Nicette Bruno) tinha acabado de falecer de Covid e eu vi o quanto é uma atriz forte, profissional. Na semana seguinte, já estava no set gravando com uma força. Aquilo ali para mim foi uma aula”, frisa.

"O Big Brother pode servir como uma plataforma de impulsionamento para o artista se ele souber se posicionar", ressalta Rafael (Foto: Eduardo de Paulla)

“O Big Brother pode servir como uma plataforma de impulsionamento para o artista se ele souber se posicionar”, ressalta Rafael (Foto: Eduardo de Paulla)