‘Programa da Tarde’ completa 1 ano com investimento em alta e Ibope em baixa


Atração da Record sofre com seu roteiro datado, mas se consolida como produto rentável

Por Pedro Willmersdorf

Há exatamente um ano estreava na tela da Record o ‘Programa da Tarde’, principal aposta da emissora para tentar frear a crise aguda de audiência que atravessava à época, ainda sob os efeitos negativos da passagem das novelas ‘Máscaras’ e ‘Rebelde’.

Com um investimento aproximado de R$ 10 milhões, a atração comandada inicialmente por Britto Jr. e Ana Hickmann (com a chegada de Ticiane Pinheiro em novembro do ano passado) passou a dominar a grade vespertina da casa, mas sem dominar a atenção do telespectador.

Uma estreia com 8 pontos de média no Ibope e meses seguintes patinando entre 4 e 5 pontos, beliscando corriqueiramente a média de 3 e sendo derrotado com facilidade pelos dramalhões mexicanos reprisados pelo SBT, no confronto direto pela vice-liderança em audiência.

Um dos grandes problemas do projeto, sem dúvida, sempre foi a falta de qualquer ousadia em seu roteiro, com quadros já montados à exaustão em atrações similares, como o que envolve consumidores indignados recorrendo a Celso Russomano. Um pastiche conceitual cansativo por demais.

Ticiane Pinheiro, Britto Jr. e Ana Hickmann: o trio do 'Programa da Tarde'

Ticiane Pinheiro, Britto Jr. e Ana Hickmann: o trio do ‘Programa da Tarde’

Em maio, uma crise mais grave, com os boatos cada vez mais fortes sobre a extinção do programa e a saída conturbada do diretor Vildomar Batista, após um desentendimento com Britto Jr. Ali, parecia que o ‘Programa da Tarde’, enfim, tinha seus dias contados.

Mas, no fim das contas, o apelo comercial da atração acabou pesando mais do que qualquer problema sobre sua audiência, ainda cambaleante e com dificuldades de enfrentar a concorrência folhetinesca do SBT.

Mais do que qualquer proposta interessante de conteúdo (com pautas e convidados que permeiam a TV aberta há tempos), o ‘Programa da Tarde’ parece se garantir em sua rentabilidade (com seus intervalos e inserções comerciais). Lucro para a Record, prejuízo para o telespectador, bom que se diga.