Porta dos Fundos, LosBragas e Richard Curtis: corrente do bem para dissipar as novas metas globais por um mundo melhor

Não faz muito tempo que 70 países membros da Assembleia Geral das Organizações das Nações Unidas (ONU) se reuniram para definir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Eles visam acabar com a pobreza extrema, a desigualdade, a injustiça e a lutar e corrigir as alterações climáticas por todo o planeta até 2030. Depois dessa reunião, 17 novos objetivos foram decididos e agora a tarefa é fazer deles, ao contrário dos antigos, mais conhecidos da massa. Com o slogan “Você não pode lutar por seus direitos se você não sabe o quais são”, o Projeto Everyone, liderado pelo diretor britânico Richard Curtis (de “Um lugar chamado Notting Hill”), que alcançar sete bilhões de pessoas em sete dias de 26 de setembro a 03 de outubro.

Richard Curtis, de frente, no lançamento do Project Everyone no Brasil (Foto: Divulgação)

Como fazer isso? Usando o cinema, a internet e celebs para divulgar as metas substitutivas aos antigos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. A grande novidade que HT entrega é que o Brasil também está participando com o grupo de humor Porta dos Fundos e a agência de entretenimento LosBragas.  Fundada pela atriz Alice Braga (de “Elysium”), pelo roteirista-diretor Felipe Braga (de “Latitudes”), e pela produtora Rita Moraes, a LosBragas desenvolveu uma co-produção com o Porta para criar três vídeos inéditos que serão lançadas no YouTube em três datas: 28 de setembro, 01 e 02 de outubro. Escritos por Fabio Porchat, os vídeos vão falar de igualdade de gênero, corrupção, racismo e diferenças sociais.

O uso do Porta nessa tarefa de divulgação não é muito difícil de se entender. O canal do grupo no Youtube conta com 10,1 milhões de assinantes, fazendo deles o quinto mais assistido do planeta com 1,7 bilhão visualizações acumuladas. Fabio Porchat corrobora essa parceria com a credibilidade do humor do Porta. “Algumas emissoras do Brasil não podem falar sobre certas questões ou usar certas palavras, mas nós podemos. E percebemos que os brasileiros querem falar sobre questões importantes. O Brasil sofre de todos os problemas dos ODS”, disse Porchat em entrevista a “Revista Variety”, adiantando algumas possíveis cenas: sexismo no Supremo Tribunal Federal (ST) e racismo em uma escola.

Antonio Tabet, João Vicente de Castro, Ian SBF, Gregório Duvivier e Fábio Porchat: parte do elenco do Porta dos Fundos (Foto: Divulgação)

Também parceiro desse que é um dos planos de comunicação mais ambiciosos da história, Felipe Braga disse que os integrantes do Porta são os “mais irônicos, corrosivos, e controversos do país”. “No Brasil, a geração Y estão tomando conta de como nos comunicamos e como desejamos comunicar  os planos da ONU para mudar o mundo”, falou. E Felipe não é exagerado ao dimensionar a ação. Além do que será feito no Brasil, um show será armado no dia 26 de setembro no Central Park, em Nova York. Por lá, vão cantar Pearl Jam, Beyoncé, Ed Sheeran e Coldplay. Junto deles, estarão Salma Hayek Pinault, Deborah Lee e Hugh Jackman, Kerry Washington e Olivia Wilde. Tudo será gravado e vendido posteriormente pela BBC para o mundo inteiro. Aqui, mais que nunca, a propaganda é a alma do negócio.

Em tempo: A Agência Nacional do Cinema (ANCINE) acaba de conceder liberação para que o Porta dos Fundos capte R$ 7,3 milhões para produzir o filme “Contrato Vitalício”. O pedido inicial do grupo era de R$ 7,5 milhões, o que não foi aprovado pela agência. Com roteiro de Fábio Porchat e direção de Ian SBF, o longa deve sair em 2016. A captação poderá ser realizada até dezembro do mesmo ano.