“Para os que Ficam”, documentário inédito de Susanna Lira, estreia no mês da campanha do Setembro Amarelo


Filme aborda a polêmica questão do suicídio sob nova perspectiva: a dos que lidam com a perda. Dirigido pela cineasta e com argumento da jornalista Márcia Disitzer, o doc estreia dia 18 de setembro no GNT

Suicídio sempre gerou polêmica. Por décadas, a palavra em questão nunca foi noticiada nos veículos de comunicação, com o propósito de não estimular a sua prática. Mas no mês de prevenção a este ato, o Setembro Amarelo, e quando se fala cada vez mais sobre saúde mental, o documentário “Para os Que Ficam” aborda de forma corajosa e nova um tema tão delicado. Dirigido pela cineasta Susanna Lira e com argumento da jornalista Márcia Disitzer, o doc estreia dia 18 de setembro no GNT. “‘Para os que Ficam’ foi uma experiência transformadora. Mais que um filme, é um espaço de acolhimento e alerta para cuidarmos da nossa saúde mental”, afirma Susanna.

Foram meses de pesquisa e entrevistas para conseguir a confiança e a cumplicidade dos personagens que passaram pelo trauma de perder alguém querido. E ninguém melhor para entrevistá-los do que a jornalista, escritora e roteirista Márcia Disitzer, que passou pela dolorosa experiência traumática de perder os pais desta forma. Com sensibilidade e emoção, ela consegue relatos impactantes daqueles que ficaram e vão permanecer a vida inteira nesse processo de superação de uma perda tão abrupta. “Sou filha de duas pessoas que tiraram a própria vida, mas sempre amei viver e consegui ficar do lado do sol”, diz Márcia.

“Para os que Ficam”, documentário inédito de Susanna Lira, estreia no GNT no mês da campanha do Setembro Amarelo (Divulgação)

“Para os que Ficam”, documentário inédito de Susanna Lira, estreia no GNT no mês da campanha do Setembro Amarelo (Divulgação)

Quando se fala sobre esse tema, os chamados “sobreviventes enlutados”, filhos, pais, irmãos e parceiros daqueles que optaram por desistir da vida, pouco são retratados. Assim, o documentário aborda o suicídio sob a ótica daqueles que ficam e que precisam reconstruir a própria existência após esta situação traumática. Por meio de depoimentos, bilhetes, anotações e lembranças de quem sobreviveu ao suicídio de um ente querido, serão abertas as gavetas emocionais de quem atravessou essa perda e seguiu em frente com cicatrizes inexoráveis e perguntas muitas vezes sem respostas. Além dos enlutados, temos a participação de voluntários do Centro de Valorização da Vida (CVV) e de uma especialista no tema, a “suicidologista” paulista Karina Fukumitsu, também fazem parte deste painel.

Sobre o Setembro Amarelo

Em 2013, Antônio Geraldo da Silva, presidente da ABP, deu notoriedade e colocou no calendário nacional a campanha internacional Setembro Amarelo®. E, desde 2014, a Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP em parceria com o Conselho Federal de Medicina – CFM divulgam e conquistam parceiros no Brasil inteiro com essa linda campanha. O dia 10 deste mês é, oficialmente, o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, mas a iniciativa acontece durante todo o ano. Atualmente, o Setembro Amarelo® é a maior campanha anti estigma do mundo! Em 2023, o lema é “Se precisar, peça ajuda!” e diversas ações já estão sendo desenvolvidas.

O suicídio é uma triste realidade que atinge o mundo todo e gera grandes prejuízos à sociedade. De acordo com a última pesquisa realizada pela Organização Mundial da Saúde – OMS em 2019, são registrados mais de 700 mil suicídios em todo o mundo, sem contar com os episódios subnotificados, pois com isso, estima-se mais de 01 milhão de casos. No Brasil, os registros se aproximam de 14 mil casos por ano, ou seja, em média 38 pessoas cometem suicídio por dia.

Embora os números estejam diminuindo em todo o mundo, os países das Américas vão na contramão dessa tendência, com índices que não param de aumentar, segundo a OMS. Sabe-se que praticamente 100% de todos os casos de suicídio estavam relacionados às doenças mentais, principalmente não diagnosticadas ou tratadas incorretamente. Dessa forma, a maioria dos casos poderia ter sido evitada se esses pacientes tivessem acesso ao tratamento psiquiátrico e informações de qualidade. (Fonte: Associação Brasileira de Psiquiatria)