Entre as frases motivacionais que circulam pelos feeds da internet, uma é a tradução deste momento da carreira de Paulo Betti: “Ser criativo não é um hobby, é uma maneira de levar a vida”. Em turnê com a peça “Autobiografia Autorizada”, que ficará em cartaz a partir de 11 de agosto em São Paulo, o ator aproveita a plateia do teatro para contar se deu próximo trabalho, o filme “A Fera na Selva”, que irá estrear no Festival de Gramado. Em entrevista ao HT, Paulo contou que precisou inovar para lançar o longa em um momento de crise econômica e cultural pelo qual o país está passando. “Eu uso a viagem da peça para fazer a divulgação do filme. Durante o espetáculo, eu recolho os e-mails da plateia, uma média de 300 por cidade, e eu mando o roteiro e a adaptação”, explicou.
A estratégia não é por acaso. Em tempos de teatro se fechando e produção cultural amornada, a criatividade, de fato, tem se tornado estilo de vida. Seja no meio artístico, empresarial ou doméstico, os brasileiros estão precisando se reinventar, e Paulo Betti não foge à maioria. “Está muito complicado e difícil trabalhar. Nós estamos passando por um momento tenebroso. O Ministério da Cultura está fechado e a classe artística está vivendo tempos bem problemáticos. Aqui no Rio, principalmente, nós temos diversos teatros fechando. Eu acho que esse é um momento para a gente não reclamar e produzir muito mais material artístico”, disse o ator que também destacou que não se pode desanimar. “Eu acho que não temos nem direito a isso. A vida é uma só. Se a situação está ruim, não temos que fraquejar. Pelo contrário, precisamos lutar ainda mais”, destacou.
Por isso ele segue sua luta na estrada. No teatro, Paulo Betti está viajando por diversas cidades brasileiras apresentando “Autobiografia Autorizada”, que celebra os 40 anos de carreira, como parte do projeto “Vivo EnCena“, promovido pela operadora de telefone que visa democratizar a cultura. Em um texto autoral, assinado pelo próprio ator, ele apresenta a sua trajetória em cima do palco a partir de relatos que escreveu ainda criança. “Eu conto a história da minha infância, adolescência e de como era a vida naquela época. É uma biografia, mas do ponto de vista do Paulo menino”, explicou o ator que não se incomoda com esta exposição. Pelo contrário.
Em um texto em que ele mesmo escolheu o que narrar, Paulo Betti lembra questões da infância que já divertiram até o cartunista do jornal O Globo Chico Caruso. Aliás, foi por causa dele que “Autobiografia Autorizada” começou. “Uma vez, o Chico Caruso pediu para eu contar a minha história para o (Luis Fernando) Veríssimo. E aí eu pensei que, se a minha história interessou tanto o Chico a ponto de ele me pedir para contar para o Veríssimo, é porque deve ser legal para dizer para outras pessoas também”, contou o ator que interpreta pai, mãe, avó e diversos outros personagens no espetáculo.
Do teatro para o cinema, Paulo Betti estreia “A Fera na Selva” no Festival de Gramado deste ano. No longa, o ator interpreta uma adaptação da novela homônima de Henry James. Além de protagonista, Paulo também assina o roteiro e a direção do filme. Sobre a sua produção, Paulo Betti sintetizou ao adiantar: “É uma história de amor e suas dificuldades”.
Serviço: “Autobiografia Autorizada”
Estreia: 11 de agosto. Sexta, às 21h30
Temporada: de 11 de agosto a 1º de outubro de 2017
Horários: Sexta (21h30), sábado (21h) e domingo (18h)
Duração: 110 minutos. Gênero: Comédia. Classificação: 12 anos.
Ingressos: R$ 50,00 (inteira) e R$ 25,00 (meia)
Bilheteria: terça a quinta (14h às 20h), sexta a domingo (14h até o início das sessões). Aceita todos os cartões de crédito e débito.
Vendas online: www.ingressorapido.com.br (tel: 4003-1212).
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