Guarde esse nome: Marina Nery. Depois de uma semana intensa vivendo Leonor na novela “Velho Chico”, que estreou na última segunda-feira, 14, e tendo uma cena de sexo com o personagem de Rodrigo Santoro no capítulo de sexta-feira, ela tem chamado atenção dos críticos e do público. Apesar de estreante, Marina já é conhecida por aí pelos fashionistas e antenados no meio da moda. É que ela é modelo e já foi rosto mundial da Miu Miu e da Sephora, além de ter trabalhado para marcas como Prada, Dolce & Gabbana, Dior e outras. Com um currículo desses, ela, agora, encara um desafio totalmente novo e confessou: ficou apreensiva. “Foi um convite totalmente repentino, o Luiz Fernando Carvalho, diretor, me conheceu através de uma campanha de cabelo e me ligou dizendo que eu tinha os olhos da personagem. A princípio eu fiquei tensa, porque eu nunca tive pretensão de ser atriz. Eu sabia que existiam algumas novelas que tinham o mundo da moda como base e eu não queria ser só modelo na ficção. Mas a personagem é completamente diferente, fora da minha realidade”, contou.
E o que é mais difícil para uma estreante, Marina? “Gravar cenas de alta emoção é muito difícil, porque exige concentração. Mas o mais difícil é acreditar, porque temos que acreditar na realidade, acreditar que existiu. Quando cheguei no Nordeste e comecei a conhecer pessoas, vi que elas eram as personagens vivas da nossa novela. A partir daí ficou muito mais fácil de acreditar, lá os personagens ganharam vida e foi onde eu vi: realmente não é personagem, é história de alguém que existiu de fato”, disse ela, que, antes disso, teve uma preparação intensa: “Fizemos aulas de prosódia, voz, consciência corporal, caracterização de personagem. Foi isso que me possibilitou de estar aqui, se não, não conseguiria. Fiquei dois meses no Projac e um mês e meio gravando no Nordeste, que, como eu disse, não deixou de ser o fim da preparação. A personagem entrou no habitat natural e foi aí que ela realmente surgiu”, explicou.
Apesar de dizer que Leonor é totalmente fora de sua realidade, Marina tem algo em comum com sua personagem: é nordestina. “Mas sou criada em cidade grande do litoral. Eu cresci por lá e ouvimos as histórias do povo do sertão, então me vejo ali também”, destacou ela, que, como nordestina, acha natural as tramas terem predominância no eixo Rio-São Paulo. “É mais difícil fazer uma produção que se desloque, a maioria é produzida por aqui. Mas é boa a sensação de se ver. A produção teve muito cuidado de tentar não identificar onde a novela é feita, de onde são os nordestinos. Somos todos nordestinos com uma identidade única na novela”, contou.
Marina, que aceitou embarcar na história graças ao convite pessoal do diretor, ainda não sabe dizer se vai seguir como atriz: “Não sei se a carreira é o que eu quero, porque eu não me vi trabalhando e sou muito crítica. Eu estava querendo ficar mais no Brasil, perto da minha mãe. Morando fora eu só a via uma vez ao ano e esse trabalho me deu a oportunidade de ficar com ela”, explicou. Se a intenção inicial era essa, agora, sua rotina inclui contracenar diretamente com nomes como Rodrigo Santoro, com quem, inclusive, sua personagem casou já na primeira semana. “Mas ele é super generoso. Rodrigo Santoro me deu tranquilidade, tem anos de carreira, é experiente e paciente, esperou meu tempo, me deu muitas dicas, de luz, para que lado olhar, de onde a respiração sai”, disse ela, que destaca a felicidade pelo papel: “É um privilégio estrear justo em uma novela com outra temática, um trabalho diferenciado. Estou feliz por poder falar de um povo que não deixa de ser meu povo e contar a história”, comemorou.
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