*Por Jeff Lessa
A estreia de “Sonho de Rui”, projeto independente do ator Pedro Monteiro com roteiro e codireção de Ulisses Mattos e direção de Cavi Borges, foi um sucesso. Exibido na terça-feira (20) no Estação NET Botafogo, o filme atraiu uma plateia de amigos e admiradores dos realizadores, que saíram encantados com a comédia dramática bem no estilo dos filmes do nova-iorquino Woody Allen. A exibição na hoje histórica sala do Estação contribuiu com o toque nostálgico e o charme do próprio cinema, antiga referência em filmes de arte para cinéfilos de todo o país.
Na telona, Pedro, que se tornou conhecido pela comédia “Os Ruivos”, de 2010, interpreta Rui, um ator fracassado que herda um apartamento milionário e decide vendê-lo para realizar um sonho antigo: estrelar a refilmagem de “Braddock – O Super Comando”, dirigido por Joseph Zito em 1985.
De acordo com o ator, “O Sonho de Rui” trata do “sonho de todos”. E conduz o espectador pela viagem de descobertas do personagem, um homem tímido e cheio de idiossincrasias. Em determinados momentos, assume um tom claramente “encenado”, como se quisesse deixar evidente que a história não passa mesmo pelo realismo.
Para o diretor Cavi Borges, grande admirador dos filmes de Braddock e da série “Comando Delta” estrelados por Chuck Norris, trabalhar mais uma vez com Pedro Monteiro foi uma felicidade. Os dois já haviam filmado juntos “Vida de Balconista”, em 2009. Na época, Cavi acreditava que faria filmes mais dramáticos e com teor político, mas acabou sendo levado para o lado da comédia pelo ator e amigo.
O longa foi rodado em apenas oito dias, num apartamento gigante da Avenida Vieira Souto. De acordo com Cavi Borges, a locação foi um achado, já que “em cinema tempo é dinheiro”. Quase toda a ação, aliás, se passa no apê, parte essencial da história.
“O Sonho de Rui” não tem previsão de estreia em circuito comercial. De acordo com Ulisses Mattos, a ideia é exibi-lo em festivais e salas específicas por um ou dois meses: “Não dá para pensar em exibição em shoppings”, acredita. Pelo que se viu na estreia, porém, essa estratégia deveria ser repensada. Seria uma pena manter o filme restrito a plateias de festivais e de salas de arte. Afinal, este sonho tem tudo para agradar a quem aprecia humor inteligente sem apelo à gargalhada fácil.
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