A plateia jogou beijos e elogios para o apresentador do ‘Tamanho Família’, Márcio Garcia, durante o último dia de gravação da segunda temporada. Andreia Cavalcante, de 42 anos, estava nervosa por, finalmente, ver o ídolo ao vivo e a cores. “Me manda uma foto ou um vídeo dele, por favor”, pedia a qualquer pessoa da equipe. Márcio acumulou fãs durante a sua carreira e é conhecido por ser um pai coruja. Por isso, afirma estar muito feliz de participar de um programa que fale sobre a família brasileira. “Recebi mensagem de pessoas dizendo que não perdiam um capítulo”, Márcio conta feliz sobre a adesão do público ao programa. O primeiro dos onze episódios foi ao ar nesse domingo e a gente acompanhou um dia na vida de Marcio. Nessa edição, 22 famosos tiveram a oportunidade de convidar três parentes para participar do talk show. O formato foi criado pela própria rede Globo para a exibição deste show. Nas telinhas, o público vai ver que a versão do ano passado se mantém, porque, segundo o apresentador, não aconteceu nenhum erro que levasse a substituição. “Mantivemos a mesma forma, porque deu muito certo. Esperamos que faça o mesmo sucesso da primeira temporada”, afirma o redator Elbio Valente. Apesar disso, ele assegura que os episódios nunca serão iguais porque outros temas são abordados. “É igual, mas é diferente”, brinca o diretor Bernardo Portugal.
“Fico muito feliz que um projeto como esse tenha tido sucesso. Dizia muito que se desse errado o mundo não estava certo. Ouvi muitas pessoas dizendo que família não existia mais. Em paralelo a isso, eu estava me casando e queria ter filhos. Como assim era algo fora de moda? Nunca deixei de acreditar nessa instituição. O programa não tem nada demais, não dá dinheiro. A nossa missão é unir mais os grupos familiares. Temos que dar valor a quem nos ama, porque hoje essa pessoa está aqui ao seu lado”, afirma o apresentador Márcio. Para a equipe que coordena o show, o objetivo e é reconectar os seres humanos. “Foi um projeto feito por uma família tamanho família, um grande grupo de cooperação. Como apresentador, apenas me divirto mais do que o resto da equipe”, brinca.
Além destes três membros principais do programa, a família Lima representada por Lucas Lima, o marido da cantora Sandy, é responsável pela trilha sonora. “Eu e minha família estamos muito felizes por poder fazer a trilha sonora do programa o que, ao mesmo tempo, é um desafio para nós. Em um mesmo episódio, tocamos Djavan, É o Tchan, Paralamas e Claudinho & Buchecha. Isso é muito divertido. Toda vez que a gente passa pela portaria da Globo eu penso ‘Que demais a gente poder fazer parte disso’. Queremos sempre trazer o diferente para divertir o público”, afirma Lucas.
O Brasil está passando por uma crise social e política, por isso a equipe acredita que fazer um programa onde as pessoas possam rir e se divertir é um ponto muito importante. “Acho que a nossa função é entreter o público. Queremos levar alegria, o prazer de assistir algo bacana. Já temos uma vida tão pesada que no domingo queremos levar o que é de mais bonito e agradável. Precisamos melhorar o mundo e o nosso dever é levar essa sensação para quem está em casa, nem que seja por alguns minutos”, acredita Bernardo. Atualmente, a informação chega muito rápido na casa das pessoas. Crianças tem acesso a tudo o que está acontecendo no mundo e o desafio da equipe é tentar levar um pouco de diversão. “A gente vive em correria, principalmente por causa da internet. Talvez, tenhamos um conflito maior ainda a caminho. Outro dia meu filho perguntou se haveria uma guerra mundial. Poder fazer um show que tenta levar o amor para a casa das pessoas é algo muito positivo”, conta Márcio.
A cada episódio, dois famosos diferentes trazem suas famílias para participar de uma competição, o prêmio é a diversão. Ao final de cada edição, os parentes prestam uma homenagem às celebridades. “Nosso desafio é fazer com que eles se sintam bem em um espaço cheio de câmeras que não estão acostumados. Queremos que todos se divirtam e se emocionem. Porque, de repente, se veem no centro dos palcos”, observa Márcio. Do lado dele, está Lucas Lima que logo complementa. “É muito bacana poder entrar em contato com cada família. Os elementos variam um pouco, mas os sentimentos são os mesmos. É uma terapia familiar, todos passam pelo mesmo desafio e respondem a isso de formas diferentes”, brinca.
Segundo Márcio, o programa ajuda a desmistificar os ídolos pois, no âmbito familiar, são apenas pessoas normais. “Vemos que é só um filho de alguém. Família não tem jeito, todos são iguais. Gravamos um episódio com a Nathalia Dill e ela era a mais tímida. Era engraçado porque o pai sempre tentava apaziguar as coisas, para que não houvesse discussões. Por mais que a pessoa seja ator, na família é apenas um parente, não há glamour”, complementa.
O programa é como uma terapia familiar. Pelo amor à família, Márcio se encantou pelo roteiro do talk show desde o primeiro momento. “Queria algo que fosse positivo e divertisse as pessoas. Todos choram, mas são lágrimas felizes. Fizemos uma pesquisa que o domingo era o dia em que todos se reuniam. Os convidados gostam muito de participar, a Tatá Werneck já perguntou se podia vir de novo, ‘Levo outros parentes’, e a Susana Vieira me mandou um áudio de cinco minutos dizendo que tinha sido uma experiência incrível. É óbvio que a gente quer audiência. Mas eu, como apresentador da Globo, poder proporcionar esse sentimento em colegas da casa é algo muito bom”, comemora.
Escolher os convidados não é uma tarefa fácil, vários critérios são utilizados. Entre eles, está a classificação por função. “Queremos mostrar a família do Brasil todo, não apenas o elenco da novela da Globo”, explica o diretor Bernardo. A ideia é trazer pessoas de diferentes segmentos como atores, apresentadores, jornalistas e cantores. “Em duas temporadas só contemplamos quarenta e quatro famílias. Não temos um sonho de trazer alguém em especial. Se tiver uma terceira temporada, queremos vinte e dois grupos que possam sonhar com a gente”, completa.
Durante a temporada, vários famosos pediram para participar, foi priorizado que tinha disponibilidade na agenda. A cantora Ivete Sangalo foi a única convidada que não pode ir por estar de férias no dia da filmagem. “A pessoa que tem agenda apertada é um risco, pois algo pode acontecer e pode desmarcar. Gostamos muito dos convidados que vieram e não temos nenhuma frustração por não ter vindo alguém que queríamos”, comenta o apresentador. Além disso, foi preciso selecionar temas para abordar durante as gravações. A ideia é que pudessem contar a história de cada uma através das questões levantadas. “Nós fazemos uma lista de temas que queremos abordar. A partir da pesquisa, inserimos duas famílias que vão falar sobre isso”, explica o redator Elbio. Ao lado, o diretor logo completa. “É um grande quebra-cabeça”, brinca.
Em cada programa, várias brincadeiras são realizadas. No último programa gravado, Ingrid Guimarães e Thadeu Schmidt tiveram que procurar peças de roupas em um armário. Cada família deve acumular pontos e o ganhador será aquele que vencer mais provas. “Tivemos provas voltadas para o âmbito da tecnologia e famílias descontraídas no palco e uma das ideias do programa é trazer jogos que quem está em casa possa participar”, realça o diretor Bernardo. Nessa edição, apenas três dinâmicas se repetiram. “As brincadeiras são 90% novas, reinventamos todas. Mesmo as que deram certo, não resgatamos. Ao final de cada episódio, assistíamos e mudávamos o que poderia ter ficado melhor para o próximo. A nossa equipe é praticamente a mesma, o que ajuda para que possamos alterar o formato. Vamos sempre achar que podemos criar algo superior”, afirma o redator Elbio.
Nos bastidores do programa, Márcio afirma que é feito uma pesquisa profunda sobre cada convidado para ter respaldo no momento de criar as brincadeiras. “O jogo é consequência de um tema que foi debatido que, consequentemente, nasce dessas análises feitas. Em cima do estilo de vida de cada personagem, tentamos inserir um assunto que faça parte da rotina deles, para culminar em uma prova sobre o tema”, explica.
Junto com a mulher, Andrea Santa Rosa, o apresentador administra uma casa com quatro filhos. Pedro, de 13 anos, Nina, de 11, Felipe, de 8, e o caçula, João, de 3 recebem algumas regras que podem parecer injustas para algumas crianças e adolescentes. “Na minha casa só tenho uma tv e ainda tem tempo para ficar ligada. Tínhamos computador no quarto das crianças, mas tiramos. Quando precisam fazer dever na internet, sempre tem alguém tomando conta. O Pedro só tem direito a uma hora de telefone o que não é fácil, porque os amigos podem usar o dia todo. Com organização, esse ‘detox’ digital acabou sendo um sucesso. Acho que quando eles crescerem vão me agradecer. É muito difícil educar, a gente nunca agrada. Não sei se sou o melhor pai, mas tento sempre ser aquele com quem sonhei”, confessa Márcio. Para convencer essa galera, a abordagem foi individual, precisou convencer o mais velho para depois receber a adesão de todos. Brinca que Nina é a mais difícil de ceder aos comandos. “Apesar disso, sou um pai muito coruja. Tento fazer o melhor para todos. A Nina toca piano muito bem, o Pedro, flauta e violão. O Felipe faz aula de arte na escola e fez um quadro outro dia que mandei emoldurar”, conta emocionado com um sorriso estampado no rosto.
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