*Por Brunna Condini
No meio de uma pandemia mundial, crise global, rir ainda é o melhor remédio? Se é, não sabemos. Há muita gente perdendo o senso humor com tempos tão difíceis. Mas ainda assim, tentar distrair a cabeça e se entreter um pouco faz bem em qualquer época, não é mesmo? Pensando nisso, o Multishow lançou o ‘Além da Ilha’, programa de aventura estrelado por Paulo Gustavo, exibido de segunda a sexta, às 20h15. A atração conta a história de Beto, interpretado por Paulo Gustavo, que ganha na loteria e reúne seus amigos vividos por Katiuscia Canoro, Letícia Lima, Gabriel Godoy e Monique Alfradique, para uma comemoração em alto-mar. Eles acabam ficando à deriva e chegam a uma ilha deserta, e é lá que a história, já exibida no streaming, se desenrola: Beto compra a ilha para fazer uma espécie de ‘turismo de mistérios’, mas todos acabam surpreendidos pelos mistérios da própria ilha.
Monique Alfradique falou com exclusividade ao site sobre a produção e também sobre a experiência do isolamento social e a estreita relação com os fãs por meio das redes, que se intensificou no período. Como é rever esse trabalho? “Gravamos em 2017 e tenho ótimas lembranças, e claro, de muitas situações engraçadas. Foi uma série que tiveram diversas locações e isso de uma certa forma trazia para as cenas a veracidade das situações e apuros vividos pelos personagens, um clima de aventura mesmo, sabe? E trabalhar com o Paulo é sempre prazeroso, divertido. Ele faz um ambiente sempre leve e divertido, além de ser muito generoso em cena”, recorda.
Apesar de ter adotado a yoga durante a quarentena, Monique, que interpreta Sheila na produção, uma adepta de atividades e terapias holísticas, diz que as duas têm algumas diferenças determinantes: “Ela é praticante da yoga, meditação e reike. A mais equilibrada. É a personagem que tenta trazer um equilíbrio para os amigos nas mais diversas situações. Eu já sou bem mais enérgica que ela (risos), mas a yoga e meditação são pontos incomum”.
A atriz de 34 anos também faz questão de exaltar a importância das criações artísticas em um momento em que muitos ainda estão “ilhados”, em suas casas. “Eu acho que a arte, de modo geral, é fundamental para a nossa sobrevivência. A arte me move e poder levar um pouco de humor para a casa das pessoas nesse momento me deixa feliz e grata”, observa. “Fazer rir ao mesmo tempo que diverte, faz o outro refletir de alguma forma. Fico feliz em fazer esse tipo de provocação. Fazer alguém rir é um estado pleno de satisfação do meu ofício. É aquele “respiro’’ de que precisamos, sabe? Enquanto isso vamos enfrentando tudo isso juntos e cada um contribuindo com o que tem de melhor, tentando aprender e se reinventar nas dificuldades”.
Monique comenta ainda, sobre os momentos de ansiedade e tristeza durante a pandemia: “Tive e acho que todos nós tivemos, né? Eu procurei equilibrar minha mente lendo mais, comecei a fazer yoga, e isso me ajudou muito, estou amando. Além da meditação, que voltei a praticar com frequência”.
Repensando a vida e trocando virtualmente
Bem-humorada e extremamente ativa, ela tem aproveitado os momentos em casa para se cuidar, repensar hábitos e modos de viver e também para trocar ideias nas redes com seus quase 2 milhões de seguidores. A internet tem sido um passatempo, uma terapia ou um vício? Se sente influenciando mais seus seguidores neste momento? “Eu diria que é uma forma também de entreter e um lugar de troca. Costumo ter um contato e uma troca bacana com meus seguidores e com as pessoas que acompanham meu trabalho. Eu me aventurei na cozinha, compartilhei receitas, fiz alguns vídeos em família, criei meu programa de lives, o ‘De Quinta’, em que converso sempre com alguém que pode dar dicas de saúde mental e física para atravessarmos esse momento. Toda essa forma de interação mostra um pouco mais de mim, aproxima quem está longe, trocamos experiências e informações amenizando, mesmo que por instantes, aquela angústia e incerteza que vivemos”, diz Monique, que tem passado os dias entre seu apartamento e a casa dos pais.
Qual é o melhor de estar muito conectada? E o pior? “O melhor é que me faz estar perto de quem acompanha meu trabalho e toda essa relação. O pior é a polarização e o discurso de ódio, os atos racistas, preconceitos, homofobia, mas para eles existe a lei, que deve ser usada para que possamos promover uma rede e um mundo mais tolerante e gentil”.
A atriz esteve no ar recentemente na reprise em edição especial de ‘Fina Estampa’. “Assisti a novela e foi muito legal rever no lugar de espectadora, foi diferente. Pude me ver ali sem aquele peso da auto cobrança, sabe? Sem o olhar crítico. Muita coisa mudou, até na evolução do meu trabalho como artista”, analisa, sobre a polêmica personagem, Bia, que doou um óvulo, e depois descobriu que ele foi inseminado em uma mulher, com o esperma de seu grande amor, que já estava morto. Ela então, disputou o bebê com essa mulher (Esther, vivida por Julia Lemmertz), que acabou ficando com a criança. “Eu defendo meus personagens sempre. O lado que eles escolhem, passa a ser o meu. Mas olhando com distanciamento é uma situação delicada até porque a doadora de óvulos no Brasil não pode ser revelada. Então, ali foi criada essa situação fictícia para nos deixar com o coração apertado…e deixou!”.
Quando começou a pandemia, você estava em cartaz com o espetáculo “Como Ter Uma Vida Quase Normal”. Tem alguma previsão de retorno? “Tinha uma turnê fechada e tivemos que adiar. Ainda não tenho previsão de retorno. Já recebi algumas propostas, mas o meu espetáculo é muito corporal e preciso desse contato e interação do público para contar a história. O online para esse meu caso específico, deixa a relação ator/espectador mais fria. Mas assisti várias peças online e que funcionaram muito bem e é uma forma inspiradora de se reinventar com o palco que eu já estou com saudades”.
Monique revela ainda, os planos possíveis no momento: “Tenho conseguido tocar algumas coisas à distância, com a ajuda da tecnologia e isso foi ótimo, foi uma maneira de me reinventar como atriz também. Acabei de produzir muita coisa bacana. Apresentei o ‘Mestre do Sabor’, que foi algo bem novo e adorei me ver nesse lugar de apresentadora, gravei série à distância, fiz projeto de lives. Agora vou me concentrar nos lançamentos que têm para sair, como o longa “Virando a mesa” que tem previsão de lançamento agora para o fim do ano, no streaming. E também entender como serão as produções daqui pra frente”.
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