*Por Karina Kuperman
Depois de diversos personagens mirins na Rede Globo, aos 21 anos, Matheus Costa encara o primeiro papel adulto, em “Amor sem igual“, na Record. Na trama, ele é Peppe, um jovem que sonha em ser jogador de futebol – paixão que divide com seu personagem. “Fui crescendo trabalhando e isso é um privilégio, pois não é nada fácil concluir um deles já com outro engatilhado. Vivi todas as etapas de personagens, a criança, o adolescente e, agora, o adulto e cada um tem um peso. Sinto como se fosse um começar de novo, desconstruído”, ressalta.
“É difícil fazer um teste de elenco, porque me cobro muito. E por já ter trabalhado com muitos produtores é normal eles esperarem de mim algo novo”, diz Matheus, que já está familiarizado com a Record. “Meu último trabalho na TV foi na novela ‘O Rico e Lázaro‘. Eu sou muito grato pelas oportunidades que a emissora está me dando”, diz. “O Peppe tem um coração lindo, super família, sonhador. Está realizando o sonho de ser jogador profissional e junto com essa realização descobre o amor, se apaixona. Mas, no meio do caminho, ele passa por uma reviravolta e sua vida toma outro rumo”, afirma.
Ele, que estreou na TV em 2005, em “América“, tem mais de 20 trabalhos na carreira – incluindo novelas, séries e especiais. Matheus sabe que, conforme os atores mirins crescem, a abordagem das pessoas acaba mudando em relação a vida pessoal e está preparado para isso. “A abordagem está sendo natural, de quem cresceu na frente das câmeras. A curiosidade aumenta quando me veem acompanhado de alguém, mas não é ruim, acho normal. Sou muito tranquilo”, diz ele, que, atualmente, namora Lara Rodi, irmã do ator Cauã Reymond.
Além da novela, Matheus também pode ser visto no cinema. Em “Carlinhos e Carlão”, que foir lançado no Festival do Rio, ele vive Leo, sobrinho de Carlão – interpretado por Luís Lobianco. Seu personagem é um adolescente descolado que não acredita em rótulos e tem uma banda em que os integrantes se vestem de drag queen para as apresentações. A desconfiança da família sobre sua sexualidade faz com que ele e o tio se aproximem.
“O Léo não acredita em rótulos e a família dele não entende isso. É libertador poder mostrar as diferenças com uma linguagem de respeito e amor”, ressalta. “Acho muito importante o diálogo dentro de casa, respeitar as opiniões e escolhas individuais. O Léo é muito bem resolvido nessa questão e encara numa boa essa desconfiança. Acho que eu lidaria da mesma maneira. Avançar no debate sobre homofobia é urgente no Brasil. É o país que mais mata LGBTs no mundo”, destaca.
Além disso, esse ano, Matheus também atuou no longa “Derrapada”, de Pedro Amorim, onde vive o protagonista Samuca.”O personagem foi escrito especificamente para mim e é o meu primeiro protagonista. Foi uma experiência incrível. Eu já tinha feito um protagonista que eu dividi com dois atores, no filme ‘Chico Xavier’. Mas ter um protagonista nas minhas mãos, onde eu posso também fazer parte do processo criativo, do início, meio e fim do filme, é incrível. Eu estou em todas as diárias, em todas as cenas”, conta ele, que, no longa, é filho da personagem de Nanda Costa.
“O Samuca é um skatista de 17 anos que descobre que a namorada está grávida, repetindo a ‘derrapada’ que também aconteceu com a mãe quando engravidou dele. Ele é um menino tímido, muito introspectivo, que guarda as coisas para ele. E tem duas válvulas de escape, que são os momentos que ele se liberta, fica até fisicamente diferente: que é quando está desenhando e quando está no skate – principalmente na pista. Ele se transforma. É um talento natural, uma maneira de ele se expressar”, explica.
“Precisei fazer aulas de skate para ganhar segurança sobre o shape, aprender manobras básicas (como o ollie) e, principalmente, aprender as gírias dos skatistas para contracenar com Bob Burnquist, que é o ídolo do Samuca”, explica. “O filme é inspirado no livro ‘Slam’ do escritor e roteirista Nick Hornby. O longa trata de assuntos delicados como família, a questão do pai ausente, gravidez na adolescência, preconceito, e traz como pano de fundo as ocupações das escolas em 2015 e 2016″, adianta.
Artigos relacionados