O apogeu de Nise da Silveira: Longa de Roberto Berliner com Glória Pires sai consagrado – e campeão! – do 28º Festival de Tóquio


Logo em sua estreia internacional, o longa “Nise – O Coração da Loucura” já saiu faturando o troféu de melhor filme com o Grand Prix, maior premiação da mostra japonesa

Sétima arte brazuca em festa. “Nise – O Coração da Loucura”, filme de Roberto Berliner sobre a história da psiquiatra Nise da Silveira (1905-1999) , acaba de vencer o Grand Prix de melhor longa do 28º Festival de Tóquio e o prêmio de Melhor Atriz pela atuação de Glória Pires na pele de Nise. O troféu é o máximo que uma produção pode faturar no evento e vem na sequência do de melhor filme segundo o público no Festival do Rio deste ano. Responsável por subir ao palco, receber o prêmio e discursar, Berliner (de “Júlio sumiu” e “A farra do circo”) disse que era sua responsabilidade mostrar a história de Nise para o mundo, já que, quando começou a rodar o longa, há três anos, a trajetória da alagoana ainda era desconhecida de boa parte dos brasileiros.

Cena de "Nise - O Coração da Loucura" (Foto: Divulgação)

Cena de “Nise – O Coração da Loucura” (Foto: Divulgação)

Em entrevista recente ao HT, Berliner comentou sobre a importância do projeto em sua filmografia. “Esse produto talvez misture tudo que eu tenha feito na vida até agora. Tem um pouco de documentário e loucura também”, disse. O enredo, por sua vez, ajuda a entender esse sentimento, já que a história aborda o momento entre 1942 e 1944, período em que Nise chegou ao Rio de Janeiro e, isolada pelos outros médicos, foi designada à área de terapia ocupacional. A partir daí, o setor mudou e os pacientes começaram a se dedicar à jardinagem, dança, música e teatro. Ou seja: medicina transformada pela arte.

O diretor Roberto Berliner posou entre Gloria Pires e Fabricio Boliveira durante o Festival do Rio (Foto: AgNews)

O diretor Roberto Berliner posou entre Gloria Pires e Fabricio Boliveira durante o Festival do Rio (Foto: AgNews)

Protagonizado pela nossa Glória Pires, que não esteve em Tóquio para a ocasião, “Nise – O Coração da Loucura” ainda não tem previsão de lançamento comercial e marca um ano importante para o cinema brasileiro em terras gringas. Só em 2015, “Que horas ela volta?”, dirigido por Anna Muylaert e protagonizado por Regina Casé, já venceu a mostra Panorama no Festival de Berlim e levou a melhor na categoria Melhor Atriz no Festival Sundance de Cinema, nos Estados Unidos. E ainda, bom citar, aguarda a decisão da academia hollywoodiana de concorrer a melhor em Filme Estrangeiro. Dedos cruzados.

HT garimpou as principais premiações do 28º Festival de Tóquio:

MELHOR FILME
“Nise – O Coração da Loucura”

PRÊMIO ESPECIAL DO JÚRI
‘Nous Trois Ou Rien”

MELHOR DIRETOR
Mustafa Kara (Kalandar Sogugu)

MELHOR ATOR
Louis Hofman e Roland Moller (Under Sandet)

MELHOR ATRIZ
Glória Pires (Nise – O Coração da Loucura)

MELHOR CONTRIBUIÇÃO ARTÍSTICA
Rodinny Film

PRÊMIO DO PÚBLICO
Se Dio Vuole