Os famosos chegaram animados à 67ª edição do Emmy Awards, no Microsoft Theatre em Los Angeles. A cerimônia, que elege os melhores da televisão americana, foi apresentada pelo comediante Andy Samberg, ex-integrante do “Saturday Night Live”, série que lhe rendeu vários troféus na mesma premiação. “Esse é o prêmio mais diversificado da história de Hollywood, parabéns, vocês acabaram com o racismo”, destacou o ator, antes de começar a cerimônia. E de fato ele tinha razão. A atriz coadjuvante em série de drama foi Uzo Aduba, que interpreta a Crazy Eyes em “Orange is the new black” e quem levou o prêmio de melhor atriz de série dramática foi Viola Davis, de “How to get away with murder”, a primeira negra a ganhar nessa categoria, considerada uma das mais importantes do Emmy. “A única coisa que separa as mulheres negras das outras é a oportunidade. Não se pode ganhar um Emmy por papéis que não existem. Esse prêmio é para todos os roteiristas que redefiniram o que significa ser bonito, sexy e ser uma atriz principal negra. E é para todas as Taraji P. Henson (a outra afro-americana indicada na mesma categoria), Kerry Washington, Halle Berry, obrigada por nos levar além daquele limite”, declarou, em um dos discursos mais bonitos da noite.
O melhor ator em série dramática finalmente foi para Jon Hamm. O protagonista de “Mad Men” tinha marcado o recorde de mais indicado na categoria e nunca havia levado o troféu para casa, mas, no ano que marca a última temporada da série, finalmente chegou sua hora. Bem-humorado, subiu ao palco e brincou: “Foi um engano, claro”.
A premiação contou com diversas surpresas. A maioria dos favoritos caíram e quem levou o maior número de troféus foram “Veep” e “Game of Thrones”. A série que liderava o maior número de indicações marcou a primeira vez de uma história de fantasia como melhor drama e ainda consagrou Peter Dinklage como ator coadjuvante, o diretor David Nutter e os roteiristas David Benioff e D.B Weiss por “Mother’s Mercy”, último episódio da quinta temporada. Já “Veep” dominou a comédia e ganhou como melhor série da categoria, quebrando a invencibilidade de “Modern Family”. Simon Blackwell, Armando Iannucci e Tony Roche ganharam o prêmio de melhor roteiro em série de comédia pelo episódio “Election Night”, que também foi responsável pelo prêmio de ator coadjuvante em comédia para Tony Hale, que interpreta o assistente pessoal do presidente dos Estados Unidos e, nesse episódio, briga com o patrão. Julia Louis-Dreyfus completou os prêmios da série com melhor atriz de comédia.
A atriz coadjuvante em série de comédia foi Alisson Janney, de “Mom”. Esse foi seu sétimo Emmy, vencido em uma categoria com oito indicadas. A melhor diretora em série cômica era também a única mulher da categoria e, coincidentemente, ganhou o prêmio por uma história que lida com a questão de gêneros. Jill Soloway, de “The transparent”, subiu ao palco e ressaltou a importância da aceitação de transgêneros. O melhor ator em série de comédia foi para Jeffrey Tambor que interpreta uma mulher na história. “Obrigada por nos permitir fazer parte da mudança”, disse, emocionado.
A história de quatro capítulos “Olive Kitteridge” dominou a categoria “minissérie”, consagrando a roteirista Jane Anderson, a diretora Lisa Cholodenko, o ator coadjuvante Bill Murray, a atriz Frances McDomand, o ator Richard Jenkins e o prêmio de melhor minissérie. A história da HBO, inspirada no livro vencedor do prêmio Pulitzer, mostra a intimidade oculta das relações pessoais de uma mulher triste, agressiva e amarga. “Estamos todos aqui por causa do poder de uma história bem contada, as vezes isso é o suficiente”, avaliou a protagonista Frances em seu discurso. A exceção na categoria ficou por conta da atriz coadjuvante, prêmio conquistado por Regina King, que vive Aliyah Shadeed, uma jovem que se converte ao islamismo em “American Crime”. Essa foi a primeira indicação da atriz, que se declarou surpresa ao subir no palco.
A categoria “variedades” premiou “The Daily Show” por roteiro, diretor e melhor série, fechando com chave de ouro a carreira de apresentador de Jon Stewart, que se aposentou após 16 anos a frente do programa. “Inside Amy Schumer” ganhou o melhor programa pelo episódio “Last Fuckable Day”, uma crítica a data de validade das mulheres em Hollywood. O prêmio de reality show foi para o “The Voice”, que completa nove anos e é o mais novo da categoria.
Os looks foram um show à parte. O tapete vermelho estrelado já começou brilhando pela apresentadora Giuliana Rancic, que recebeu os convidados em um deslumbrante vestido do designer libanês Ziad Nakad. Uma das primeiras a chegar foi Laura Prepon, de “Orange is the new black”, usando um vestido vermelho ajustado, com babados na barra e decote em forma de coração e um bolero dourado nos ombros de Christian Siriano. Taylor Schilling, que interpreta a namorada da personagem de Laura na série, optou por um longo amarelo de Stella McCartney e não foi a única a optar pela cor. Heidi Klum chegou em um Versace bordado e cheio de transparências que dividiu opiniões.
Tendências como decote de ombro a ombro e correntes também cruzaram o red carpet. Sarah Hyland, de “Modern Family”, trajava um longo vinho assinado por Zac Posen, com charmosas alças caídas no ombro. “Só poderia ser especial, é o Emmy, a noite da TV americana. A gente ama assistir e quando somos indicados fica ainda mais maravilhoso”, comentou. Julie Bowen foi outra que optou pelo decote caído nos ombros, já as alças de metal fizeram sucesso entre Claire Danes, protagonista de “Homeland” e Taraji P. Henson, que fez questão de pedir o longo ao estilista Alexander Wang, que a vestiu no Met Ball.
Quem escolheu mangas compridas passou calor com as altas temperaturas. Olivia Culpo, que estava cobrindo os bastidores da festa, chegou a passar mal e foi socorrida em uma cadeira de rodas. Jaimie Alexander, que estava deslumbrante a bordo de um Armani inédito, nunca desfilado nas passarelas, chegou a levar um ventilador portátil e sacou da bolsa sem o menor pudor e Allison Janney brincou com a situação: “Devo ter perdido uns quilos nesse calor”. Ainda assim, teve espaço para muito preto. Amanda Peet surgiu em um longo cheio de recortes assinado por Michael Kors. Lady Gaga, Jamie Lee Curtis, Julia Louis-Dreyfus e Kathy Bates foram outras celebs que optaram pela cor. Já Kerry Washigton escolheu arrasar em um Marc Jacobs de malha bordada na cor prata.
Emma Roberts foi com um longo claro de Jenny Packham feito com exclusividade para ela e Tatiana Maslany chegou cheia de personalidade a bordo de um smoking assinado por Bouchra Jarrar Couture. Já Sofia Vergara optou por algo diferente do habitual: “Estou de Saint John, nunca vesti nada deles mas me apaixonei”, explicou. Joanne Froggat, de “Downtown Abbey”, foi com um vestido J Mendel e se declarou feliz. “Minha escolha foi ótima, porque está muito calor e esse modelo é fresquinho”. Grávida, Cat Deeley confessou que estava apertada em um Monique Lhullier. Ainda assim linda. Já Gina Rodriguez, de “Jane the virgin”, estava usando um longo cheio de babados de Lorena Sarbu, mas o que chamou atenção foi chegar ovacionada pelo público e o fato de não ter sido indicada em nenhuma categoria no Emmy, mesmo tendo vencido o Globo de Ouro.
Mesmo debaixo do calor, a noite foi um sucesso.
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