No streaming, Talita Younan interpreta uma das paixões de Chitãozinho e, na vida real, fala sobre madrastidade

E acrescenta: “Ser mãe é muito bom, mas a gente fica muito imersa só neste universo. Esse trabalho pintou na hora certa, minha filha já estava mais crescidinha. Ainda assim, recordo que eu ficava indo e voltando de Jaguariúna, em São Paulo, para gravar. Com a maternidade mudam as prioridades. Até a Bebel nascer, nunca tive muita rotina. Deixava a vida me levar, não gostava de fazer muitos planos, falando da vida pessoal, porque com a profissional sempre fui muito disciplinada. Hoje a prioridade é o cotidiano da minha filha. O que acabou também me dando uma rotina e me salvando (risos). Isso falo na ordem prática, porque internamente, tudo muda. Você renasce com a maternidade. Quer ser alguém melhor”.

Atriz noveleira, Talita também afirma que está doida para voltar à TV aberta. “O público, seguidores, pedem, e eu quero muito! Vou voltar em breve, já tenho algumas sondagens…vamos ver. De tudo o que está sendo produzido, se eu pudesse, escolheria fazer o remake de ‘Renascer’, um novelão. Sou apaixonada pela história, pelo elenco que fez. Olha, estou aqui jogando para o universo, hein! Pedindo a Papai do céu, já acreditando que vou fazer (risos). Mas por enquanto é só um desejo”.

Chitãozinho, o diretor Hugo Prata, Talita Younan e Xororó (Foto: Divulgação/Globoplay)

Séries da vida real

Além de estar em ‘As Aventuras de José e Durval‘, a atriz também está em ‘O Jogo que Mudou a História‘, outra série Globoplay. A produção baseada em fatos reais, retrata o surgimento das facções de narcotráfico no Rio de Janeiro. “É um contexto mais pesado. A energia da Lilian, minha personagem, é bem dramática. Ela é uma professora que mora na comunidade e faz parte da família central da história. Faço a filha da Vanessa Giácomo, uma atriz que admiro demais. Fora o desafio dela aos 40 anos, fazer a minha mãe, eu tenho 30…na série tenho 20 anos e a Vanessa faz uma mulher de quase 50. E ficou super crível. Construímos uma relação bonita, no set e fora dele. Olha, essa é uma série que vai abalar as estruturas do Globoplay (risos). Aguardem!”, promete, falando do projeto produzido por José Júnior do Afroreggae, com direção de Heitor Dhalia, com previsão de estreia em 2024.

Preciso do meu trabalho sempre para estar inteira. Amo muito o que eu faço – Talita Younan

Talita Younan fala das duas séries Globoplay que faz parte e são baseadas em fatos reais (Divulgação)

Amor de mãe

Ela completa 31 anos neste domingo (20) e celebra a calmaria que Isabel trouxe para sua vida. “É impressionante. Vejo muitas mães falando de caos, bagunça, claro que tenho isso também. Afinal a Bebel é um bebê. Mas eu sempre fui muito agitada e a minha filha tem uma tranquilidade que me contagia, é dela. Hoje olho para ela e sei o meu propósito de vida. A Bebel é muito especial, minha companheirinha. E isso me lembra da relação com a minha mãe, Patrícia, que sempre foi minha melhor amiga, conversamos sobre tudo. Temos 17 anos de diferença somente, ela me teve muito jovem, então nossa relação sempre foi extremamente próxima”, observa.

Talita Younan e sua filha Isabel, de 2 anos, do casamento com o diretor João Gomez (Foto: Babuska fotografia)

Madrastidade é amor

Casada com João Gomez há quatro anos, que também é pai de João Gabriel, 9, e Antônio, de 7 anos, Talita constata que a convivência com os enteados foi um ‘intensivo’ de maternagem. “Quando conheci o João, os meninos ainda eram muito novos. Costumo dizer que foi tipo uma ‘preparação de elenco’ para ser mãe (risos). Eles sempre ficaram muito com a gente porque o João tem guarda compartilhada. Hoje, inclusive, nossa rotina com eles é dia sim, dia não. Sempre tive madrasta e padrasto, mas nunca pensei que viveria isso. No começo foi assustador, de saber como seria, mas é tanto amor, uma relação tão linda que a gente vem construindo, que me emociona”, divide.

João Gomez e Talita Younan com seus enteados Antônio e João Gabriel (Foto: Babuska fotografia)

“Antes de casar com o João, tinha um pensamento um pouco careta das etapas que ia seguir: conhecer alguém, casar, esperar para ter filhos e tal…aquela idealização. Ao mesmo tempo, sempre tive família grande, casa cheia. Com os meninos, materno, mas eles têm uma mãe presente. E um pai maravilhoso. Ou seja, vem com relações muito bem estabelecidas e você é a terceira pessoa ali. Então, fomos construindo uma relação degrau por degrau, com muita paciência, mas desde o primeiro dia com muito afeto. Eles são crianças apaixonantes. A gente sempre se deu bem. E têm sido muitos aprendizados. É uma relação de amizade e tenho o maior orgulho de dizer que sou madrasta deles (se emociona). Faço parte de um movimento regido por mulheres muito lindas, que é sobre madrastidade (união do termo madrasta e maternidade). A gente foi criado em sociedade, primeiro para ter uma competição com outra mulher, e depois, adotando aquele estereótipo ruim, quase dos desenhos animados, da madrasta ser uma pessoa que não é bacana. É preciso desconstruir isso. Nossa relação é real e de muito amor, o que me dá uma alegria imensa. Somos uma família completa, não me imagino sem eles”.

João Gomez, Talita Younan, os enteados Antonio e João Gabriel e a filha Isabel (foto: Babuska fotografia)