*Por Karina Kuperman
Indicado ao Prêmio de Humor de Melhor Performance por seu trabalho na peça “Sylvia”, Rodrigo Fagundes está mostrando outra verve na série “Impuros”, da Fox, que aborda o narcotráfico carioca em 1990. Na trama, ele dá vida a um violento sequestrador: “‘Impuros‘ aborda de maneira visceral o comportamento do mundo do crime, misturado com pessoas inocentes das comunidades que de alguma forma acabam se envolvendo numa trama cheia de surpresas e reviravolta”, analisa ele.
“A violência é retratada de maneira muito verossímil. Algumas cenas são tão viscerais que causam aflição, justamente por ser uma realidade que segue através dos anos, infelizmente, onde bandidos se tornam donos dos morros, impondo o medo aos moradores e parte da polícia envolvida nesse esquema e outra parte tentando dar fim a essa tirania. É um retrato do que vivemos até hoje, sim, pois a educação, que é a base de qualquer início de conversa está cada vez mais sendo deixada de lado não só no Rio de Janeiro, mas no país”, ressalta.
A última participação de Rodrigo em novelas foi como o mordomo Nelito em “Pega pega“, trama da qual ele tem saudades. “Fazer essa novela foi um dos melhores momentos da minha trajetória na TV. Uma novela recorde de audiência, com uma trama deliciosa, direção impecável, um elenco que era uma trupe e uma equipe que ia trabalhar feliz todos os dias. Só podia ter dado tão certo como deu! O grupo do whatsapp é vivo até hoje. Tive cenas memoráveis e aprendi muito com todos ali! Não vejo a hora de fazer outra. Não sei se é um plano de carreira, mas é uma vontade forte, pois além de tudo sou noveleiro de raiz e tenho muita saudade desse trabalho”, conta ele, que, em breve, poderá ser visto nas telonas no longa “No Natal que vem“, ao lado de Leandro Hassum, no Netflix. “Terminamos as filmagens final de dezembro. Foi maravilhoso. Reencontrar o Hassum foi de uma nostalgia incrível, pois já havíamos trabalhado juntos no ‘Zorra Total’. Leandro é agregador, talentoso e traz uma harmonia para o set que facilita a vida de todo mundo”, elogia.
Na trama, ele vive o cunhado do personagem de Leandro. “Ele é folgado. São cenas hilárias. Fiz o teste com o diretor Roberto Santucci e dali tudo fluiu. Direção, autor e equipe da mais alta qualidade! Filmamos quase 6 semanas e já estou com saudades de todos. O filme será lançado no final de 2020″, adianta ele, que comemora os novos veículos de trabalho: “Essa possibilidade de nós, atores, podermos trabalhar na TV, no streaming, na internet só nos estimula. Cada veículo é um aprendizado diferente. No tom, na composição, na maneira de contar a história”.
Enquanto o filme não estreia, Rodrigo poderá ser visto, em breve, no teatro, no espetáculo “SUSTO”. “Pretendo estrear em São Paulo ainda no primeiro semestre”, adianta ele, que descobriu a veia de humorista no palco. “A comédia aconteceu na minha vida. Foi depois da peça ‘SURTO‘, em que eu, Wendell Benderlack, Tatá Lopes e Flavia Guedes produzimos, dirigimos e atuamos e que ficou 11 anos em cartaz. Vejo muito drama no humor e tento construir meus personagens de maneira que o público se identifique imediatamente com alguém que já viu ou conhece. Humor é tipo matemática. Tem a ver com tempo, respiração e bom senso”, conclui.
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