* Por Carlos Lima Costa
Nos anos de ouro de Hollywood, astros e estrelas deixaram de assumir a própria sexualidade. Alguns até casaram com alguém do gênero oposto para ajudar a manter o segredo guardado a sete chaves. Havia o receio de que a carreira entrasse em declínio por conta da não aceitação da verdade entre os fãs. Nos últimos anos, o tabu foi sendo quebrado e muitos famosos assumem seu verdadeiro eu sem receio. Mas isso é uma conquista recente como bem relatou a atriz Nanda Costa, que recebeu muito carinho, apoio e votos de felicidade quando assumiu a relação com a percussionista e cantora Lan Lanh.
“Eu fui criada em uma família que sempre disse que o mais importante na vida era o amor. Há um tempo atrás não tinha nenhuma atriz ou ator bem sucedido com destaque que falava abertamente sobre a sua sexualidade ou sobre o seu relacionamento. Então, eu tinha muito medo de me assumir e parar de trabalhar, não ter mais convite. Mas foi muito pelo contrário. A partir do momento que eu tive coragem de falar abertamente, eu consegui respirar melhor, atuar melhor. E vai ficando bom para todo mundo como deveria ser mais fácil, mais possível”, contou ela, em entrevista ao RJ TV.
Nanda Costa e Lan Lanh, que integrou a banda de Cássia Eller (1962-2001), assumiram o relacionamento no Dia dos Namorados de 2018. Na ocasião, a atriz postou em seu Instagram: “Mais um 12/6 com ela.” Na época, a atriz estava no ar com a novela Segundo Sol e o romance havia começado cinco anos antes de se tornar público.
Em termos profissionais, Nanda não para. Ela é uma máquina no sentido de integrar o elenco de produções de sucesso seja na televisão ou no cinema. No último dia 29, por exemplo, estreou na telona O Auto da Boa Mentira. Com roteiro de João Falcão, Tatiana Maciel e Célio Porto, o longa-metragem apresenta quatro histórias baseadas em contos de Ariano Suassuna (1927-2014). Nanda participa da primeira, contracenando com Leandro Hassum, que interpreta um subgerente de RH confundido com um comediante de sucesso. Ele começa a gostar dessa confusão, mas o inesperado encontro com Caetana, personagem de Nanda, pode transformar essa opinião. “Filmamos um tempinho antes da pandemia. A Caetana é uma mulher bem misteriosa e o Hassum, um grande parceiro. Poder fazer algo do Ariano Suassuna no nosso país é uma honra”, disse no telejornal sobre o dramaturgo paraibano que escreveu peças como O Castigo da Soberba e O Auto da Compadecida.
A linda artista vem trilhando também um caminho forte no cinema, participando, inclusive, de seu primeiro filme internacional, a superprodução norte-americana Monster Hunter, baseado em jogo homônimo da Capcom, com direção e roteiro de Paul W.S. Anderson, e com elenco liderado pela estrela Milla Jovovich, natural de Kiev, na Ucrânia. “O ano de 2018 foi muito próspero. Eu tive indicação para o Grammy Latino como Melhor Canção em Língua Portuguesa, da música de abertura do Entre Irmãs, filme do Breno Silveira e da Patricia Andrade, em que eu fiz a Luzia, com a Marjorie Estiano. Deus estava muito fofo comigo, sabe, e aí veio esse convite de uma produção da Sony americana, que procurava uma atriz brasileira, porque tem elenco do mundo inteiro. Contracenei com uma atriz japonesa, com um ator alemão, com a Milla Jovovich, neste filme de game e ação. Foi uma delícia, uma experiência muito legal”, ressaltou ela ao jornalista Fábio Júdice.
Nanda tem sido presença constante na televisão nos últimos tempos. Depois de retornar com a personagem Érica, na parte final de Amor de Mãe, cujas gravações haviam sido interrompidas no início da pandemia, ela agora pode ser vista na reprise de Império (2014/2015). “Amor de Mãe foi inusitado, por ser uma novela em duas temporadas e a gente foi redescobrindo. Então, no começo, a gente foi tirando as máscaras e tinha um acrílico que separava os atores, não podia perder o calor da cena. Quando a Manuela Dias (autora) resolveu assumir a pandemia, isso protegeu os personagens e os atores também. E, agora, é muito divertido ver Império, porque eu realmente estou muito diferente. Essa personagem tem um lado muito mais acelerado do que eu na vida. É legal se ver depois de tanto tempo. Acho que mudei bastante em todos os sentidos, então, é legal revisitar”, comentou.
E destacou esse momento complicado de pandemia que todos vivem desde março do ano passado. “Está muito, muito, muito difícil. Eu acabei de perder o meu sogro (Ilsio Moreira morreu em abril) também para a Covid-19. Mas como uma caiçara que sou de Paraty, eu acredito nos ciclos da maré, sabe, a maré não fica o tempo inteiro baixa. A gente tem que sobreviver a isso que a gente está vivendo, claro que respeitando todos os protocolos, se mantendo em casa o máximo que puder. Tem que usar máscara, lavar a mão e cobrar o que é nosso por direito”, observou.
Recentemente, em sua rede social, Nanda postou a avó Maria Inês sendo vacinada contra essa doença. “Graças a Deus ela vacinou. Foi a primeira dose ainda, esperando para que minha mãe vacine, esperando o meu momento também. Isso vai passar”, ressaltou no telejornal, esperançosa em dias melhores.
Em seu Instagram, Nanda chama atenção também para que as pessoas tomem todos os cuidados possíveis. “Isolamento social não é feriado! Tenhamos fé, resiliência, esperança e vacina! Vai passar, mas até lá usem máscara, mantenham o distanciamento, lavem bem as mãos e bebam água! Vocês são importantes pra mim, se cuidem!”, afirmou. Quando fez a postagem sobre a avó, frisou: “Nossa hora vai chegar também. Com fé em Deus e nas ciências.”
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