*Por Brunna Condini
O Big Brother Brasil 21 tem sido mesmo um dos assuntos mais comentados do momento. Tanto que começamos essa entrevista com Nanda Costa, também aproveitando para saber dela o ponto de vista sobre a edição polêmica do reality show da TV Globo, que vem se destacando negativamente pelas atitudes intolerantes entre alguns participantes, com a anuência ou omissão de outros. “Confesso que não era muito de assistir o BBB. Acompanhei o final da edição do ano passado, mas tenho visto o 21. Impossível não ficar mexida com tudo o que está acontecendo lá dentro. Fiquei profundamente triste pelo que fizeram com o Lucas (Penteado) e com a Juliette. Isso se repete fora da casa, principalmente nas redes sociais. É assustador. Mas eu ainda acredito que o amor vai vencer o ódio. Estou torcendo muito pelo Gilberto e pela Sarah. Até hoje, pelo menos”.
Polêmicas televisas à parte durante a pandemia, Nanda tem estado bem focada nos rumos de sua trajetória profissional, inclusive além Brasil. Há no horizonte uma carreira internacional. “Claro que ficaria um tempo lá fora para trabalhar se tivesse oportunidade. Amo desafio e não sou de negar trabalho. A não ser que não me identifique com a proposta. Na verdade, gostaria mesmo de fazer um filme na França. Além de amar o cinema francês, eu até que me viro bem na língua”, revela a atriz.
O desejo veio depois da sua participação no cinema internacional com ‘Monster Hunter’, que tem estreia oficial em 25 de fevereiro, no qual contracena com Milla Jovovich. Como foi estar em um filme com a Milla? Como ela é? “Foi, no mínimo, inusitado. Recebi o convite na última semana de gravação de ‘Segundo Sol’ (2018). Tinha um clipe para gravar em São Paulo e, de lá seguiria para Las Vegas, para o Grammy Latino. Eu havia sido indicada, junto com Lan Lanh e o nosso parceiro Sambê com ‘A ponte’, música que compusemos juntos para concorrer como melhor canção em língua portuguesa – gravada por ninguém mais ninguém menos que Maria Bethânia”, recorda.
“Chico Buarque levou o prêmio e eu segui para a África do Sul para rodar o meu primeiro filme internacional. Foi um fim de ano corrido e muito abençoado, mal tive tempo de ‘realizar’ o que de fato estava acontecendo. Só foi cair a minha ficha quando cheguei nos estúdios de filmagem e o Paul W. S Anderson (diretor do longa) me levou para conhecer a Milla. Entre um take e outro, ela me recebeu com um sorrisão e disse estar muito feliz com a minha chegada. Fiquei toda boba, claro! Milla, além de linda e talentosíssima, é mega generosa e está sempre atenta em deixar o clima no set o mais agradável possível!”, vibra sobre o filme de ação inspirado no universo dos games.
Nanda admite que pintou apreensão na pré-produção para a empreitada. “Antes do convite de fato, tive que mandar um material de até três minutos com algumas cenas de diversos trabalhos. Meu escritório entrou em contato comigo, me perguntando se eu tinha como produzir esse “compilado”. Saí da gravação e comecei a escolher cenas das quais me orgulho de ter feito. Eu mesma editei esse vídeo. Deu muito mais trabalho do que qualquer coisa que veio depois disso (risos). Acho que a maior dificuldade foi editar o material, afinal de contas, são 15 filmes, nove novelas e mais oito personagens entre séries e especiais… deu trabalho escolher e montar os meus três minutos favoritos em 13 anos de história”.
No filme, a atriz se divertiu fazendo uma ‘caça monstros’: “As cenas mais legais de fazer, sem dúvida, foram as mais diferentes de tudo que eu já tinha feito. É bom demais poder dar vida a uma personagem de vídeo game. Ser içada por aqueles cabos de aço enormes, matar monstras e sobreviver a uma absurda tempestade de areia. Uma experiência para a vida inteira”. E de que ‘monstro’ da vida real tem medo? “Tenho medo do vírus e do ‘verme’. Não vou citar o nome para não gerar algoritmo”.
Aos 35 anos e com uma trajetória consolidada por aqui, ela também comenta sobre a sensação de recomeço com o desafio: “Graças a Deus deu certo e apesar da bagagem que tenho, eu embarquei com a sensação de que estava começando de novo. Tudo novo de novo. Frio na barriga e peito aberto. Mas o difícil me excita”.
Durante a entrevista, ela celebrou ainda o retorno de ‘Amor de Mãe’, em março. A folhetim em que Nanda vive a maquiadora Erica, foi interrompido ano passado por conta da pandemia da Covid-19. “Foi desafiador fazer uma novela em duas temporadas com uma pandemia nos atravessando. A parte mais legal é que deu tudo certo e conseguimos terminar as gravações com toda segurança. Agora é fazer pipoca e acompanhar o desfecho da novela conectado com todo mundo, cada um na sua casa, na hora em que é exibida. Porque quando estamos gravando e a novela está em exibição, só dá para assistir pela Globoplay”.
Recentemente, a atriz declarou que quase desistiu da carreira após não saber lidar com a rotina exaustiva de uma protagonista em ‘Salve Jorge’ (2012) e também com as críticas que vieram com o destaque do trabalho. Na época, Nanda tinha acabado de fazer um filme premiado, ‘Sonhos Roubados’ (2010), a telona a adorava. E foi o cinema que deu gás novamente à trajetória, com o filme ‘Entre Irmãs’, que protagonizou ao lado de Marjorie Estiano.
De lá para cá, muitos trabalhos na TV e o surgimento da maturidade de uma atriz que equilibra força e ternura em suas interpretações. “Não idealizo um personagem específico para fazer. Papel bom é qualquer um que possa levar alegria, leveza e que tenha o poder de trazer de volta a esperança de um mundo melhor. Além da novela e do filme com a Milla vêm outros longas por aí. Fiz “Derrapada- o Filme” – com roteiro de Izabella Faya e direção de Pedro Amorim, e também “O auto da boa mentira”, inspirado nas obras do gigante Ariano Suassuna, com roteiro de João Falcão e Tatiana Maciel. Esse último, dirigido pelo José Eduardo Belmonte”.
Liberdade para amar
Desde o Dia dos Namorados e Namoradas de 2018, Nanda tem vivido seu amor com a percursionista e cantora Lan Lanh. O que mudou de lá para cá? “Mudou o nosso CEP, mudou o nosso estado civil… até o meu sorriso mudou. A relação só melhora. Não imagino minha vida sem a Lan”.
Há pouco tempo você mencionou que gostaria de ficar mais em Paraty, sua cidade natal, município do Rio de Janeiro. Quer voltar a morar lá? Lan Lanh curte? “A pandemia fez isso comigo. Antes eu queria ganhar o mundo. Com o novo cenário que se apresenta, eu só quero voltar para casa. Agradeço todos os dias por ter nascido em um dos meus lugares preferidos no mundo. Agradeço meus ancestrais e, principalmente, pela minha família por lá. Paraty, além de exuberante, é onde eu me sinto mais forte. E ter um lugar assim no mundo é uma bênção, motivo o bastante para querer morar no futuro. Fora que a Lan ama. Ela é de Salvador, na Bahia, e a gente brinca que Paraty é onde o Rio é mais baiano”.
A atriz também refirma o desejo de ter filhos com a baiana. “É o nosso maior desejo. Infelizmente, a concretização desse sonho não está apenas nas nossas mãos. Mas sinto que estamos cada vez mais perto dele”, revela. Pinta esse ano ou mais para frente? “Se dependesse da minha vontade, teria vindo antes da pandemia”, garante.
Artigos relacionados